2018 está quase a chegar ao fim e este foi mais um ano recheado de bons filmes no cinema. Conheçam os nossos preferidos deste ano e digam-nos os vossos!
Já estamos nos últimos dias de 2018 e o que é que isso significa? Festas de passagem de ano certo, mas não só. Esta é a altura em que se fazem balanços sobre o que aconteceu durante o ano. Resolvemos juntar-nos à tendência e partilhar com os nossos seguidores quais foram os filmes deste ano que marcaram os membros do CA. É relevante realçar que os filmes que estão presentes nas listas representam as preferências de cada um.
Apenas os filmes que estrearam em Portugal neste ano são contabilizados.
Não perdendo mais tempo, fiquem a conhecer as listas com as nossas dez obras cinematográficas preferidas de 2018.
Guilherme Teixeira
Um dos filmes que chegou a Portugal no início do ano com o Golden Globe de melhor filme estrangeiro do ano, no entanto parece ter passado ao lado de muitos cinéfilos, incluindo os da Academia, visto que o filme nem foi nomeado para os Oscars. “In The Fade” mostra-nos uma tragédia contemporânea e a visão de Akin sobre os conceitos de justiça, enquanto que Diane Kruger é assustadoramente emocionante no papel de Katja, a personagem principal que sofre pela morte do marido e do filho num atentado.
Tal como a premissa do filme, não são precisas muitas palavras para explicar a sua presença no meu top 10. Um dos filmes mais imersivos a sair neste, e mais uma prova de que o cinema de terror está bom e recomenda-se.
Um novo blockbuster de verão de acção da saga Missão: Impossível. Até aqui tudo normal. Agora afirmar que Fallout foi um dos meus filmes preferidos deste ano era algo com o qual não contava. De vez em quando surgem estas pérolas de acção no grande cinema e quando isso acontece devemos rumar às salas com grandes ecrãs.
Ralph e Venelope regressaram aos cinemas 5 anos depois de se terem apresentado pela primeira vez e esta sequela leva-os a aventurarem-se no mundo complexo da Internet. Se o primeiro beneficiou das imensas referências culturais do mundo dos videojogos para se destacar, “Ralph Vs Internet” usa a Internet como pano de fundo para falar sobre temas com os quais miúdos e graúdos se revêem.
Mais uma surpresa que não estava à espera. Dois filmes de animação na meu top e nenhum deles veio da Pixar. A Sony andava desde 2002 para conseguir transportar de forma digna o universo rico do Homem-Aranha e finalmente alcançou o objectivo neste ano. Visualmente interessante, esta é a primeira vez que vemos a história de Miles Morales no grande ecrã e não desapontou nada. O melhor filme de super-heróis do ano na minha opinião.
Se “Creed II” for mesmo a última vez que Rocky Balboa aparece no cinema, sai em grande. Uma saga com mais de 40 anos e 8 filmes, e ainda tem obras cinematográficas de qualidade. É obra!
‘Annihilation’ foi talvez o primeiro passo deste ano da Netflix na sua intenção de se intrometer na época dos prémios. Infelizmente, ‘Annihilation’ foi outro daqueles filmes que não foi visto por gente suficiente. No entanto as minhas palavras sobre o filme na minha crítica publicada em Março mantém-se:
- ” ‘Annihilation’ é um filme que perdurará na memória de muita gente e poderá ser um forte candidato a melhor filme de 2018, apesar de algumas falhas identificáveis. Alex Garland volta novamente a fazer das suas, contando com um elenco forte, visuais estonteantes e banda-sonora absorvente. ‘Annihilation’ poderá ser mais um passo importante na consolidação dos serviços de streaming perante o público.”
Um filme que ficou marcado por actuações estupendas dos três actores principais: Frances McDormand, Woody Harrelson e Sam Rockwell. Não venceu a estatueta dourada mais desejada na cerimónia dos Oscars deste ano, mas na minha opinião foi o melhor filme.
- “Blackkklansman” de Spike Lee
Spike Lee está de volta com o seu estilo muito próprio e crítico em relação a problemas actuais, que infelizmente têm paralelo durante toda a existência do ser humano, como o racismo. E “Blackkklansman” consegue ser um filme tão irónico na sua essência (mesmo baseado numa história verídica) que mantêm o espectador interessado e entretido durante as duas horas do filme. Mas depois chega o final com um “soco” de realidade intenso que dificilmente deixará alguém indiferente. É assim que deve ser passada uma mensagem no cinema.
A estreia de Bradley Cooper dificilmente poderia ser melhor. Pegando numa ideia já existente e adaptada ao cinema por quatro vezes, “A Star is Born” é uma experiência emocional forte e é difícil recomendá-lo mais. Nenhum outro filme atingiu o estatuto de obrigatório para mim como “A Star is Born”.
Joana Grilo
Este foi um dos filmes presentes na edição deste ano do MoteLX. É um filme de terror (apenas porque tem mortos-vivos), musical e comédia. Está entre “La La Land” e “Shaun Of The Dead”, sendo que alguém que gosta destes dois vai certamente amar “Anna e o Apocalipse”, que foi o meu caso. O MoteLX foi em setembro e, reparem, de vez em quando ainda ando a cantarolar as músicas deste filme…
- “Pesquisa Obsessiva” de Aneesh Chaganty
Apesar de não ter sido muito divulgado, este “Pesquisa Obsessiva” deixou-me bastante curiosa assim que vi o trailer. É um filme bastante interessante, pelo modo como usa a tecnologia, não tornando as coisas apressadas ou ridículas, mas sim naturais.
Devo dizer que acompanho a carreira de Damien Chazelle a cada passo que ele dá, então estava muito curiosa em relação a este filme, com um tema bastante distante do alegre “La La Land” (que, admito, é o meu filme favorito).
“First Man”, ao contrário do que eu estava à espera, continua a ter presente aquela sensibilidade que eu já considero típica de Chazelle e apresenta-nos uma história popular, mas com alguns momentos que são bastante emocionantes e humanos. Adorei a construção do filme, que leva o seu tempo a chegar ao climax.
Beautiful boy, beautiful movie! Emocionei-me, mesmo não tendo relação nenhuma com drogas, por isso nem imagino como se sente alguém que sinta alguma afinidade com o tema deste filme. Uma grande história, bastante real e com interpretações excelentes, tanto por parte de Timothée Chalamet como por parte de Steve Carrell.
Eu sei que este pode não ser uma obra-prima, mas adorei todos os momentos musicais, as personagens misteriosas e todas as reviravoltas que foram ocorrendo, então foi, sem dúvida alguma, um dos meus favoritos este ano.
- “Ralph vs Internet” (Ralph Breaks the Internet) de Phil Johnston e Rich Moore
Admito que gostei do filme “Força Ralph”, mas não ao ponto de ficar ansiosa pela sequela. No entanto, isso mudou quando vi o trailer deste novo filme. Quando, finalmente, chegou a altura de o ver… Oh, boy! A Disney soube bem o que fazer para tornar este filme atual. A maneira como explora a Internet é incrível e o modo como a Disney apresenta as suas próprias personagens é épico. Sinto que bastava o filme ser só a sequência do Oh My Disney para eu sair do cinema feliz…
- “Hereditário” de Ari Aster
Sou fã de filmes de terror, mas sei reconhecer que nem sempre as coisas correm bem. No caso de “Hereditário” temos um filme que foge dos típicos jumpscares e que nos apresenta uma história completamente louca que nos provoca pesadelos durante a noite e nos deixa a pensar que temos sombras estranhas nos cantos do quarto. É precisamente este sentimento de desconforto que gosto de sentir depois de um filme deste género e “Hereditário” deixou-me verdadeiramente desconfortável.
- “Um Lugar Silencioso” de John Krasinski
O hype para este filme era real e, felizmente, não desapontou. É um filme que nos deixa sem palavras! A maneira como o som é aqui usado é apenas incrível e aterradora ao mesmo tempo.
- “Missão: Impossível – Fallout” de Christopher McQuarrie
Admito que nunca fui muito fã deste franchise, mas delirei a cada minuto deste filme. Sem dúvida um dos melhores filmes de ação de sempre, com uma prestação incrível por parte de Tom Cruise.
- “Roma” de Alfonso Cuáron
Este é um filme simples e real, que não precisa de muito para ser capaz de se tornar numa obra-prima. A personagem principal é uma mulher forte, com a qual é fácil criar empatia. A delicadeza com que Cuáron apresenta esta história fez com que se tornasse rapidamente num dos meus filmes favoritos.
Miguel Ângelo
10 – At Eternitys Gate, de Julian Schnabel
Um filme belíssimo, sobre os últimos anos de vida de Van Gogh, que explora de forma incrível a vida emocional do artista, debruçando um olhar à sua técnica e à forma como este via o mundo e experienciava a natureza.
9 – BlacKkKlansman, de Spike Lee
135 minutos de um enredo hilariante e simultaneamente profundo e dramático. Um filme que transmite uma mensagem forte e conta uma história verídica que deve ser homenageada. Será que as coisas de facto mudaram para melhor, ou apenas há essa ilusão?
8 – 3 Billboards Outside Ebbing Misouri, de Martin McDonagh
Um filme de 2017, que brilhou na época de prémios, mas que só chegou a Portugal em 2018. Um argumento muito bem escrito e desenvolvido, que à semelhança do anterior quer falar sobre algo que deve ser falado. Será que a justiça funciona mesmo, ou é fácil evitar a penalização de um crime?
7 – Incredibles 2, de Brad Bird
Um dos meus filmes mais aguardados do ano… e da década! A família mais incrível da Disney Pixar regressou em 2018, depois de 14 anos de espera, e o seu retorno não podia ter sido melhor. Uma sequela que para além de bem-feita, faz sentido.
6 – Avengers: Infinity War, de Joe e Anthony Russo
2018 veio mudar a forma como assisto a um filme da MCU, que se deve em grande parte a este filme. Infinity War é um filme épico, muito bem escrito e desenvolvido, que me fez ter mais interesse em determinadas personagens do universo, motivando-me a aguardar com espectativa o próximo filme, Avengers 4.
5 – Black Panther, de Ryan Coogler
Este foi sem qualquer tipo de dúvidas, o melhor filme da MCU deste ano (e quem sabe de sempre)! Um enredo novo, original e muito interessante, que muito veio trazer neste ano. Uma nova personagem, uma nova história, um novo mundo, e muito empoderamento de uma comunidade marginalizada.
4 – Beautiful Boy, de Felix Van Groeningen
Um filme muito delicado a nível emocional, com actuações excelentes por parte de Timothée Chalamet e Steve Carell. Tudo suportado por um argumento genial, que já está a dar nas vistas para a época de prémios que se avizinha.
3 – Ready Player One, de Steven Spielberg
Spielberg deu-nos este ano uma autêntica aventura num frenético e gigantesco universo de realidade virtual, com uma realização e um argumento bastante bons, que são capazes de contar uma história de forma consistente, bem direcionada e empolgante. Merece ser visto em toda a experiência de sala de cinema, de preferência em IMAX.
2 – “Chama-me pelo teu Nome” (Call Me By Your Name), de Luca Guadagnino
Outro filme de 2017 que só chegou cá em 2018. Call Me By Your Name foi um dos candidatos aos Óscares, que impressionou com uma história de amor lindíssima, muito bem contada, completada com uma atmosfera envolvente, um tom muito bem desenvolvido e uma estética belíssima, muito bem conseguida. Um dos grandes favoritos do ano (e da vida!), que está empatado com o que se segue.
1 – A Star is Born, de Bradley Cooper
Estreou mesmo no último trimestre do ano e conseguiu brilhar, encantar e superar todas as espectativas. Mais uma história de amor neste Top, cheia de emoções fortes, com argumento e realização incríveis e uma banda sonora soberba, que por si só prosperou tanto quanto o filme. Bradley Cooper e Lady Gaga brilham com grande dedicação às suas personagens e com excelente interpretação das músicas originais. Tanto o filme como os singles lançados, estão a ter enorme sucesso na época de prémios que está mesmo a começar.