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Crítica: “Lady MacBeth”

Crítica: “Lady MacBeth”

Um drama de época que vai agarrar a atenção mesmo dos que não apreciam o género. Florence Pugh é a estrela do filme e uma revelação fascinante.

Para quem possa ter confundido, o filme não está relacionado com Shakespeare, mas sim uma adaptação do livro de 1865 do escritor russo Nikolai Leskov, “Lady MacBeth do Distrito de Mtsensk”.

Esta é a primeira longa-metragem do realizador William Oldroyd, cuja praia tem sido o teatro como encenador, até decidir pegar numa história que tanto o fascinou a ele como a argumentista Alice Birch.

Estamos no século XIX na Inglaterra Rural, onde Katherine (Florence Pugh), uma jovem adolescente, é comprada por um mineiro e obrigada a casar-se com o seu filho Alexander (Paul Hilton), um homem antipático e frio com o dobro da sua idade.

Começamos por ver a rotina cansativa de Katherine e rapidamente compreendemos o sufoco de ter de viver às ordens de um marido que a obriga a estar fechada em casa e um sogro que controla todos os seus movimentos certificando-se que cumpre o seu dever como esposa. É quando Alexander se ausenta que Katherine conhece Sebastian (Cosmo Jarvis), um dos empregados do estábulo e rapidamente desenvolve-se um romance perigoso. Apesar do ar jovem e inocente inicial, o aparecimento deste novo amor desperta um lado rebelde e quase assustador em Katherine. É aí que Florence Pugh surpreende com uma interpretação eléctrica, já não de uma rapariga mas sim de uma mulher que fará tudo para lutar pela sua felicidade. Este lado energético e indomável estava lá desde o início, mas é com o surgimento de Sebastian que põe à prova o que acontece quando se metem no seu caminho.    

Pode-se dizer que este é um filme feminista. Aborda o papel submisso que as mulheres tinham na sociedade naquela época, mas Katherine opôs-se a viver às ordens dos outros lutando pelo direito de ter uma vida como a de qualquer homem livre.

William Oldroyd estreia-se na realização com destaque, num filme que mesmo não tendo banda sonora (sim, é verdade), consegue manter um certo ambiente de horror e claro, o efeito não seria possível sem um elenco à altura.

“Lady MacBeth” é intenso, brilhantemente imprevisível e ainda nos atinge ao ponto de ficarmos a pensar nesta chocante história por uns bons momentos.
Trailer de “Lady MacBeth”:

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