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Arctic Monkeys no NOS Alive ’18 – Alex Turner não é o novo Nick Cave

Arctic Monkeys no NOS Alive ’18 – Alex Turner não é o novo Nick Cave

Os Arctic Monkeys foram os cabeças-de-cartaz do primeiro dia do NOS Alive ’18 e traziam uma nova mudança de estilo para apresentar. Se em disco a acalmia de “Tranquility Base Hotel & Casino” parece não convencer muita gente, ao vivo não convenceu ninguém.

00:05 marcava o relógio, quando a maioria do público já esperava ansiosamente pelo grande nome do dia (pelo menos assim era na disposição do cartaz), os Arctic Monkeys. Os rapazes de Sheffield já não querem ser chamados de miúdos, e isso é evidente nas suas novas “roupagens”, adequadas ao seu novo álbum “Tranquility Base Hotel & Casino”. E vendo bem as coisas, os rapazes de Sheffield já passaram a barreira dos 30, apesar de parecer que começarem nesta vida recentemente. O novo álbum não é unânime para os fãs dos Arctic Monkeys, e por isso o regresso da banda britânica aos palcos portugueses, 4 anos depois da última vinda (curiosamente no mesmo festival), era aguardado com alguma expectativa, mas sem grandes euforias (essas estariam guardadas para os dias seguintes).

Foto: Arlindo Camacho/NOS Alive

Ao som de “Don’t Let Me Down” dos Beatles, os ânimos iam aquecendo até à entrada da banda em palco. “Four Out of Five” é a música que abre o concerto, e pressentimos de imediato que o concerto não seria arrebatador. Isto porque quando uma banda rock começa um concerto com o seu novíssimo single, e não arranca grandes declarações de dança ou amor por parte do público, algo está mal. Com um início tépido, a banda responde com o êxito de sempre “Brianstorm”, e não fosse o belo tapete verde artificial do recinto, e muito pó seria levantado. A dupla seguinte “Don’t Sit Down Cause I Moved Your Chair” e “Crying Lightning” acalmam as nossas preocupações, tendo sido provavelmente o melhor momento do concerto. A partir daí é que começaram os problemas. Imbuídos pelo espírito de hotéis e casinos, a banda apresentou até ao final do concerto uma mistura eclética entre músicas recentes com clássicos intemporais como “I Bet That You Look Good on The Dancefloor”.

Foto: Arlindo Camacho/NOS Alive

A questão é que foram poucas as que soaram realmente bem. As novas faixas não eram bem recebidas pelo público, e as mais antigas eram apresentadas com arranjos diferentes, que influenciavam os seus tempos e ritmos. Nada contra a ideia em si, a questão é que músicas como “Teddy Picker” ou “Pretty Visitors” não funcionam daquela forma. E é aí que reside o cerne do problema actual da banda. Alex Turner já não quer fazer faixas agressivas e rápidas. Alex Turner quer ser Nick Cave. Podendo cair nalguma falácia, o líder da banda terá muito provavelmente pegado mais vezes no pente para se pentear do que na guitarra para tocar. E o que resulta desta dicotomia, é um concerto que não faz sentido em regime de festival de grandes dimensões, e que dificilmente será aceite pela sua legião de fãs. Não podemos afirmar que este concerto tenha sido o pior da banda em terras lusas, mas a verdade é que pelas opiniões recolhidas naquela noite, poucos (ou até mesmo ninguém) terá saído inteiramente satisfeito com o concerto dos Arctic Monkeys. Portugal continua a gostar bastante deles, mas os Arctic Monkeys terão de escolher melhor o próximo passo dado e ver qual o espectáculo mais adequado para um concerto desta dimensão. Em nota de rodapé, o texto foi escrito por alguém que até aprecia bastante o “Tranquility Base Hotel & Casino”.

SETLIST – ARCTIC MONKEYS

Four Out of Five
Brianstorm
Don’t Sit Down ‘Cause I’ve Moved Your Chair
Crying Lightning
The View From the Afternoon
Teddy Picker
505
Tranquility Base Hotel + Casino
Do Me a Favour
Cornerstone
Why’d You Only Call Me When You’re High?
Knee Socks
One Point Perspective
Do I Wanna Know?
She Looks Like Fun
Pretty Visitors
I Bet You Look Good on the Dancefloor

 

Encore:

Star Treatment
Arabella
R U Mine?

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