António Barradas 
No antecipar da jornada natalícia da Liga NOS, Belenenses e Sporting defrontam-se no Restelo, esta quinta-feira, às 21h. Os dois históricos emblemas nacionais vão enfrentar-se em momentos distintos da época. Apesar da derrota – injusta, diga-se – em Paços de Ferreira, o Belenenses atravessa um bom momento, em que alia um bom futebol aos resultados, tendo apenas perdido um jogo nos últimos 7. Quanto aos leões, as coisas vão de mal a pior. Eliminados das competições europeias, os pupilos de Jorge Jesus vêem na Liga NOS a principal competição e o ponto central do seu foco. Contudo, as coisas não correm nada bem. Duas derrotas seguidas e uma permeabilidade defensiva gigantesca, são aspectos que levam a muita precaução por parte da equipa técnica e muita preocupação do lado dos seus adeptos. Neste “derby” lisboeta, o peso histórico é enorme e, em virtude dos momentos atravessados, é possível que o Belenenses faça algo de muito positivo na fria noite do Restelo.
No lado sportinguista, Rúben Semedo é dúvida até à última e uma peça fulcral sem a qual a defesa leonina fica ainda mais debilitada. Com um futebol de ataque, assente em transições rápidas e com critério, o Sporting vê na defesa o seu calcanhar de Aquiles. Os seus laterais não dispõem do nível exigido e os centrais vão tremendo cada vez mais, tudo isto aliado a um Rui Patrício sem a confiança habitual. A inconsistência defensiva e a falta de opções no banco de qualidade efectiva são pedras no sapato de Jorge Jesus que insiste em não admitir os seus erros. Com Gelson Martins em forma e Bas Dost a manter o instinto matador, os verdes e brancos ressentem-se muito quando não contam com a presença de Adrien ou William no miolo. Sendo assim, o Belenenses com os seus extremos rápidos e com relativa qualidade no 1×1, pode – e deve – explorar as investidas pelo flanco, ponto mais fragilizado do adversário de hoje.
Quanto aos azuis do Restelo ver-se-ão privados de 3 dos seus jogadores, sendo dois deles “habitués” no “onze” de Quim Machado. João Palhinha e Domingos Duarte, em virtude de estarem emprestados pelo Sporting, não poderão alinhar (sendo este um dos muitos problemas no facto de um clube contar com emprestados). João Palhinha será uma baixa de vulto que não pode ser substituído por Rosell, também emprestado pelos leões. Vítor Gomes e André Sousa devem ser a opção para o miolo, sendo que Camará, Rosa, Sturgeon e Gerso estão na pole position para ocupar os lugares da frente. Com sistemas tácticos idênticos (o 4-4-2), a chave passará, além da exploração dos flancos, pela consistência no meio-campo. Se o Belenenses for permeável a defender a primeira fase de transição e deixar William ou Adrien pensarem o jogo, as coisas não correrão bem. O facto da equipa de Alvalade estar num momento de intranquilidade extrema (estão a 11 pontos do líder), pode levar a que queira resolver o jogo cedo. No caso de tal não acontecer, os nervos deixar-se-ão abater sobre os leões e os azuis podem aproveitar tal facto para se superiorizar. Tem faltado golo à equipa de Quim Machado, no entanto, espera-se que seja como a célebre expressão do “ketchup”.
Num duelo icónico o Belenenses de tudo fará para agudizar ainda mais a crise sportinguista. Com uma vitória no Restelo, o Belenenses volta a colar-se ao grupo da frente, além de dar uma óptima prenda de Natal a todos os seus adeptos.
