Guilherme Teixeira 
“Tetris Effect” saiu em 2018 para a Playstation 4, e mesmo com a concorrência de jogos como “God of War”, “Red Dead Redemption 2”, “Marvel’s Spider-Man” figurou em muitas listas de melhor jogo do ano. Saibam a nossa opinião sobre este jogo.
Quem pensaria que em 2019 Tetris seria (ou continuaria a ser) um dos nomes mais “trendy” no mundo dos videojogos? Mas é verdade, o clássico criado por Alexey Pajitnov em 1984 encontra-se actualmente presente nas consolas de muitos jogadores. Nas Nintendo Switch com o “battle royale like” gratuito “Tetris 99” e nas PS4 com o hipnótico “Tetris Effect”. Títulos completamente distintos, mas igualmente viciantes e ambos com os seus pontos fortes.
Em 2018 recebemos títulos como “God of War”, “Red Dead Redemption 2”, “Marvel’s Spider-Man”, mas houve um jogo que nos escapou e que continuávamos a ver ser mencionado em muitas listas dos melhores do ano. Esse jogo era “Tetris Effect“. O espanto ao ver que este título era mencionado como um dos melhores do ano por quase todos os que jogaram levou, obviamente, à vontade de o jogar. E saber que Tetsuya Mizuguchi era o mais alto responsável por “Tetris Effect” não esmoreceu em nada o nosso interesse no jogo, antes pelo contrário.
Após ter jogado “Rez” na PS2, lançado em 2001, era perceptível a direcção que “Tetris Effect” iria tomar. Seria Tetris, mas mais artístico e transcendental. E logo nos primeiros minutos de jogo, isso é confirmado. Começando com um aspecto muito minimalista, em que temos a área de jogo no centro a ocupar menos de metade do ecrã, vamos colocando os primeiros tetronimos, alterando os efeitos sonoros com as decisões que tomamos. À medida que vamos avançado no nível, a música e o grafismo vai alterando em simultâneo, deixando-nos sem palavras constantemente e completamente envolvidos na temática de cada nível. A qualidade da banda sonora faz a diferença em “Tetris Effect”. E se é verdade que existem níveis em que a música não é a mais inspirada, isso felizmente só acontece muito esporadicamente. Posso dizer que logo na primeira música julgava ser um dos membros dos Massive Attack enquanto escolhia as melhores posições para os meus tetronimos.
“Tetris Effect” é um jogo que deve ser jogado de headphones e numa televisão grande, de forma a aproveitar tudo aquilo que o jogo nos apresenta. No entanto, a dificuldade do jogo não nos permite olhar muito para os fundos de cada nível, pois mesmo na dificuldade Normal senti dificuldades em algumas secções do Journey Mode.
O jogo oferece vários modos de jogo no Effect Mode em que podemos decidir basicamente qual a experiência que pretendemos no momento. Queremos um jogo intenso em que não há tempo para respirar? Adventurous é o caminho a seguir. Queremos relaxar no final de um dia cansativo de trabalho? Os níveis Relax serão a escolha ideal.
Sem desvendar muito do jogo em si, “Tetris Effect” é um jogo que deve ser experimentado por todos os amantes de puzzles. São poucos os pontos negativos deste jogo. O mais gritante será o facto de que alguns cenários acabam por prejudicar de forma injusta a nossa visibilidade das peças, tornando alguns níveis mais complicados. Outro ponto menos positivo será o preço. 39.99€ por um jogo Tetris poderá ser puxado para aquilo que o jogo oferece.
Infelizmente não tivemos a possibilidade de experimentar o VR de “Tetris Effect”, mas certamente tentaremos fazê-lo no futuro, pois este parece ser um dos jogos imprescindíveis de jogar em VR, aumentando a imersão nos níveis existentes.
“Tetris Effect” é o mais próximo que um videojogo pode estar de ser considerado uma instalação artística. É o jogo ideal para uma época em que somos diaramente “confrontados” com jogos massivos, e do qual temos que nos lembrar da narrativa e de como o jogar. “Tetris Effect” é, simultaneamente, divertido, calmo, energético, desafiante, fácil, difícil, e muito mais. “Tetris Effect” é de facto um dos melhores jogos de 2018, e o melhor Tetris que já joguei. Façam um favor a vocês próprios, e joguem-no. Agradeçam-me depois.
