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Ghost of Tsushima (PS4) | Análise Gaming

Ghost of Tsushima (PS4) | Análise Gaming

Ghost of Tsushima da Sucker Punch poderá ser o último grande exclusivo dos estúdios próprios da Sony para a Playstation 4. Já jogámos a aventura de Jin Sakai e poderão saber aqui a nossa opinião sobre o jogo.

Quando praticamente toda a indústria dos videojogos começa a apontar baterias para a próxima geração de consola, a Sony pretende fechar o seu ciclo de exclusivos para a Playstation 4 com chave de ouro. Para tal, há pouco menos de um mês lançou The Last of Us Parte II e segue-se agora Ghost of Tsushima.

Aquele que aparenta ser o último grande exclusivo para a PS4 dos estúdios próprios da Playstation leva-nos numa viagem imersiva a uma época inigualável na história da humanidade: às invasões mongóis ao Japão Feudal. Em Ghost of Tsushima, controlamos Jin Sakai, o guerreiro samurai que é um dos últimos sobreviventes do seu clã, tentando impedir o sucesso da invasão liderada pelo general Khotun Khan.

Ghost of Tsushima (PS4) | Análise Gaming

Apesar de inspirado em factos históricos, a história contada em Ghost of Tsushima não é verídica e os protagonistas não existiram na realidade, o que acaba por ajudar a narrativa que a Sucker Punch tenta contar. Invés de se emaranhar com personagens históricas, conta uma história única e com a sua perspectiva, influenciada pelos factos históricos, mas não baseada nos mesmos.

Com a invasão mongol a deixar o seu rasto de destruição pelo Oriente, a ilha de Tsushima é o último ponto de defesa entre o território japonês e a enorme invasão mongol. Jin Sakai é o protagonista que terá de olhar para dentro e decidir se os meios justificam o fim, isto é, se poderá quebrar o código ético do samurai para poder travar a invasão, e assim salvar o seu povo e a sua terra.

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É com esta premissa que nos deparamos logo nos segundos iniciais do jogo. Os mongóis liderados por Khan chegam à ilha e Tsushima e rapidamente nos apercebemos que o poderio da invasão é demasiado para os samurais que defendem a ilha. Os samurais não conseguem fazer frente a Khan, e grande parte dos defensores da ilha são aniquilados ou detidos. Um dos poucos que consegue escapar a esse destino é Jin Sakai, e tem a tarefa árdua de expulsar os mongóis, com forças ainda mais limitadas do que inicialmente.

Após a batalha inicial, Jin é salvo por Yuna, e é ela quem acaba por o ajudar mais durante essa sua epopeia. Yuna, alguém que não segue os códigos deontológicos de nenhum credo, é o rastilho que leva Jin a pensar na ética dos samurais e na possível impossibilidade de combater frente a um exército tão poderoso e violento seguindo todas as regras que comandam a vida dum samurai ou dum ronin.

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Sem divulgar mais o véu da narrativa que o jogo apresenta, em Ghost of Tsushima será possível viver uma história principal que poderá ocupar cerca de 30 horas (ou bastantes mais, dependendo da exploração da ilha por parte do jogador) e que nos leva a entender as decisões de Jin e das outras personagens presentes no jogo. Jin, ao longo do tempo, vai incrementado o seu rol de técnicas e habilidades à medida que vai questionando a ética samurai. E é daí que vem o título do jogo, Jin vai abandonando as tradições do samurai e vai forjando um novo caminho, o caminho do fantasma, e travar uma guerra pouco convencional pela liberdade de Tsushima. A história acaba por se focar no final mais na relação entre certas personagens, e aí sim percebemos o real tema do jogo. Subtilmente, o jogo vai-nos envolvendo nessa trama, que inicialmente parece secundária, mas é realmente o arco principal, e mais não dizemos para não estragar a experiência.

Falando do combate, Ghost of Tsushima fornece um sem-número de possibilidades para atacarmos as diferentes missões e objectivos. Se vamos invadir um campo mongol e queremos recuperar objectos, então talvez será melhor movermo-nos pela sombra, fazendo uso do rol de ferramentas evasivas que temos ao nosso alcance, fazendo lembrar um pouco o loop de jogabilidade que tínhamos em Sly Cooper. Mas se formos descoberto e tivermos que partir para a luta, poderemos lutar como um verdadeiro samurai apenas com a nossa Katana ou então utilizar as armas que o Ghost tem à sua disposição, e muitas delas fazem recordar outra série popular da Sucker Punch, InFamous.

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Ou seja, em Ghost of Tsushima o jogador poderá fazer do loop de jogabilidade o que preferir. Se preferirem um jogo talvez mais Souls-like ou semelhante aos mais recentes Nioh ou Sekiro, então o combate no chão com a Katana e fazendo uso dos bloqueios e dos movimentos rápidos do Jin será a melhor solução. Controlar Jin é divertido, e ao contrário daquilo que muitos sentem com os Souls-like, o combate de Ghost of Tsushima é acessível, mas continua a ser desafiante e viciante. A dificuldade do jogo também permite fazer essa adaptação em relação ao jogador. Ghost of Tsushima em termos de dificuldade será semelhante aquilo que Star Wars Jedi: Fallen Order ofereceu.

O que ajuda também a essa personalização da jogabilidade é a customização das habilidades, das armas e das roupas que temos à disposição para Jin Sakai. Jin tem ao seu dispor uma Katana e uma Tanto, ambas armas de Samurai sobre as quais podemos customizar tanto a sua aparência como os Charms, que influenciam as características da arma. A roupa que Jin utiliza também segue a mesma ideia, ou seja, é possível mudar a roupa apenas pela aparência mas também poderás alterar a roupa para influenciar a jogabilidade. Dando um exemplo concreto, a utilização de um dos fatos permite que consigas despachar mais inimigos num Standoff.

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Falando em Standoffs, é uma das características diferenciadoras do seu combate em Ghost of Tsushima. Quando encontramos grupos de inimigos juntos, é possível desafiá-los a alta voz para nos enfrentarem num duelo samurai, e é extremamente gratificante conseguir eliminar todos os inimigos com precisão, eficácia e, sobretudo, estilo, lembrando os melhores momentos de filmes de samurais ou até mesmo aquele momento na House of Blue Leaves do Volume 1 do Kill Bill, para quem conhecer a obra do Tarantino, que também é muito inspirada na temática do samurai.

Realçando que joguei em Medium, não me senti frustrado em nenhum momento, mas alguns boss pareciam demasiado difíceis em comparação às hordas de mongóis que ia encontrando, notando assim uma curva de dificuldade um pouco íngreme, mas nada que não fosse possível de passar.

Ghost of Tsushima apresenta-nos um mundo aberto repleto de diferentes biomas, sendo recompensador percorrer o mapa encontrando florestas, montanhas ou mar, invés de recorrer às técnicas de fast-travel. O mundo aberto permite, para além de encontrar missões principais que levam a que a história principal avance, explorar e conhecer melhor o povo e a terra que Jin pretende salvar.

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E a exploração da ilha é uma das grandes características do jogo, pois aqui não existem pontos no ecrã que nos indicam onde temos exactamente de ir. Invés disso, o jogador tem de olhar para o … vento. Quando esta característica do jogo foi revelada, muitas dúvidas se levantaram sobre como é que isso iria ser implementado pela Sucker Punch, mas a verdade é que a implementação é simples, adaptativa e eficaz. O vento indica-nos o caminho, mas não existe problema de não haver vento, pois podemos sempre chamar uma rajada de vento com o Touchpad do Dualshock que nos indica para o objectivo onde queremos ir, objectivo esse que pode ser definido no mapa no menu. Para além dessa indicação visual, também recomendamos que estejam atentos a qualquer raposa ou pássaro que vejam no vosso caminho, pois eles vos levarão a locais de grande interesse no jogo, que acabam por afectar o vosso jogo e as capacidades de Jin.

É mesmo nessa exploração que se vivem os melhores momentos do jogo devido à liberdade que o jogo oferece ao nível das escolhas. Se encontrarmos um grupo de mongóis pelo caminho, podemos atacá-los ou esconder-nos, mas se escolhermos atacar, como o faremos? Enquanto que em muitos jogos não sinto grande vontade em completar estas actividades adicionais, a verdade é que em Ghost of Tsushima diverti-me muito mais nessas missões secundárias, principalmente devido ao sentido de responsabilidade que tenho perante o povo de Tsushima e devido ao quão divertido é o combate. Mas também nos apresenta interacções com NPC’s que não favorecem em nada o jogo. Nota-se que a Sucker Punch não deu tanta atenção nesse ponto, fazendo com que as nossas interacções com os NPC’s sejam maioritariamente filmadas com planos longíquos, num aspecto cinematográfico.

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Cinematográfico é aliás, um adjetivo muito adequado para este título. A ilha é visualmente arrebatadora em certos locais, e é difícil não ficar embasbacado com as possibilidades que o Modo Fotografia oferece neste jogo. Eu que nem sou grande fã de perder tempo com estas ferramentas, a verdade é que é difícil não sermos um director de fotografia neste jogo ou até mesmo um realizador de cinema. Apesar de não ter influência directa na jogabilidade em si, poder viver esta aventura com o Modo Kurosowa activo (que nos leva até ao imaginário do lendário realizador japonês) de filmes de samurais e com os diálogos em japonês é magnífico, e é exactamente daquelas características que diferenciam um jogo de outros.

Jogando numa PS4 normal é mesmo assim possível capaz de captar imagens magníficas, e isso é algo pelo qual a Sucker Punch está de parabéns. No entanto, para conseguir esses bons momentos e a dinâmica dos ambientes, o jogo acaba por desapontar nas texturas noutros momentos. A água, por exemplo, é desapontante e isso verifica-se principalmente quando mergulhamos no mar. O jogo oscila no seu departamento gráfico, capaz do melhor que já se viu, de ser visualmente arrebatador, como também é capaz de momentos desapontantes, mas isso é um mal menor que a Sucker Punch encontrou perante o tamanho do mundo aberto e da qualidade gráfica de certos biomas.

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Desde a sua apresentação, Ghost of Tsushima foi comparado com outros jogos do género, nomeadamente The Witcher 3 ou Assassin’s Creed, e o jogo não foge a essas comparações. Muito do que vemos aqui, já foi feito e até aperfeiçoado noutros títulos, mas Ghost of Tsushima consegue em simultâneo oferecer uma visão e experiência diferente. Tem falhas habituais em jogos Open World, tem algumas características que ficaram aquém (falando sobretudo da pouca qualidade nas texturas de alguns objectos no jogo, interacções com os NPC’s e das mecânicas antiquadas de investigação) mas consegue recuperar dessas falhas ao ser um dos jogos mais stylish do género. Há muitos detalhes que podem ser abordados, mas deixarei a maior parte para a descoberta de cada um. O que poderei dizer é que se nota o carinho que a equipa da Sucker Punch teve por este jogo.

Ghost of Tsushima, se for de facto o último exclusivo da PS4, fecha com distinção esta geração para a Sony. Não revolucionando o género, a verdade é que Ghost of Tsushima oferece uma experiência duradoura com motivos de interesse suficientes para manter o jogador entretido durante as várias dezenas de horas que demora a completar a história, e posteriormente todo o conteúdo do jogo.

Empolgante até ao final da história, Ghost of Tsushima é uma ode de amor a Kurosawa e aos samurais, uma experiência que é divertida, empolgante, acessível, mas ao mesmo tempo desafiante. Ghost of Tsushima é o jogo honoris causa da PS4.  

 

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Ghost of Tsushima da Sucker Punch poderá ser o último grande exclusivo dos estúdios próprios da Sony para a Playstation 4.

Product In-Stock: InStock

Avaliação do editor:
4.5

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