The National podem vir mais vezes a Portugal do que um emigrante português, mas surpreendem-nos sempre. Se os vistos gold não acabarem, dêem um a cada membro da banda. Saiba como correu o concerto da banda americana no NOS Alive.
Chegava a hora de The National. “O que é The National é bom” poderia muito bem ser o slogan da banda americana, tal é a quantidade de vezes que por cá passam e como nos surpreendem sempre. Os muitos que esperavam a subida a palco de Matt Berninger comentavam sobre o receio que tinham sobre este concerto. A dimensão do festival é grande, com capacidade para 55 mil espectadores diariamente, as atracções extra-musicais são muitas à volta, e a maior parte do público presente não é o público de The National, com alguns a nem conhecerem sequer qual o seu reportório. Tudo tinha para correr mal a uma banda que possui na intimidade com o público um dos seus grandes trunfos. Mas quem conhece realmente a banda de Matt Berninger sabe que eles darão tudo para contrariar os possíveis contratempos que poderão aparecer. E foi mesmo isso que fizeram na noite de sexta-feira. Ao 15º concerto em Portugal é difícil arranjar novos adjectivos para os elogiar. Se é verdade que esta actuação poderá não ter sido a melhor (até porque o alinhamento foi mais curto do que o que gostaríamos), ninguém saiu indiferente aos The National. Iniciando o espectáculo com músicas do novo álbum como “Nobody Else Will Be There” e “The System Only Dream In Total Darkness”, deram logo a entender que o alinhamento iria recair maioritariamente no novo álbum “Sleep Well Beast”, um registo com mais tendências electrónicas e que caiem muito bem neste tipo de eventos. Mas é faixas como “I Need My Girl”, “Fake Empire”, “Terrible Love” ou “About Today” que sentimos uma maior comunhão entre fãs e banda, sinal de que o novo disco ainda não está completamente digerido. A banda foi competente como sempre, enquanto que o vocalista Matt mantinha a sua pose que tanto nos dá uma ideia de estrela de rock que consegue ter milhares de espectadores a seus pés como também nos dá a ideia de um homem frágil com traumas e que os prefere exorcizar em público e em disco. Poucos são os líderes que conseguem estabelecer uma relação tão profícua com o público português como Matt Berninger consegue, e isso muito se deve à sua entrega sem limites em cada actuação. Se num momento o vemos a cantar encostado no público que aproveita para tirar selfies com o vocalista, logo a seguir o vemos a admitir que ultimamente tem sido difícil ver as notícias e que este concerto está a ajudá-lo a sentir-se melhor. Mais perto do final da actuação temos direito ao clássico de culto “Mr. November”, em que vemos Matt a dirigir-se ao stand da cerveja ali perto para ir buscar uma fresquinha enquanto exclama a plenos pulmões o refrão forte da música, apesar de não ter sido acompanhado pela totalidade do público (sinal do desconhecimento de muitos da discografia). Terminado o concerto, podemos dizer: “Venham sempre que quiserem, vocês são da casa!”.
SETLIST
Nobody Else Will Be There
The System Only Dreams in Total Darkness
Don’t Swallow the Cap
Walk It Back
Guilty Party
Bloodbuzz Ohio
I Need My Girl
Day I Die
Carin at the Liquor Store
Graceless
Fake Empire
Rylan
Mr. November
Terrible Love
About Today
A CA Notícias esteve presente na edição deste ano do festival nos dias 12, 13 e 14 Julho e poderá consultar aqui toda a informação sobre o NOS Alive ’18.