Super Bock em Stock está de regresso invadindo a zona da Avenida da Liberdade com mais de cinquenta concertos, em dez palcos, no curto espaço de tempo de dois dias! Saiba o que poderá (e deverá ouvir) hoje.
Se por um lado teremos grandes nomes da música indie actual a actuar em espaços conceituados da zona antiga de Lisboa – como o Cinema São Jorge, o Teatro Tivoli, o Capitólio, o Coliseu dos Recreios, a Casa do Alentejo ou o Palácio da Independência – haverá também pequenas pérolas escondidas para serem descobertas, em espaços que habitualmente não recebem este tipo de espetáculos – como a Estação Ferroviária do Rossio, o Palácio Foz, a Sociedade de Geografia de Lisboa, ou a Casa do Alentejo.
O CA Notícias irá estar a acompanhar o festival, onde pode acompanhar os melhores momentos no nosso instagram. Para já, fique a conhecer os nossos destaques desta edição do Super Bock em Stock!
MESES SÓBRIO – 19:45 – 20:30 + Cinema São Jorge (Sala 2)
Os Meses Sóbrio são Manuel Perdigão (guitarra, teclado), João Fernandes (bateria) e Miguel Rosa (voz, guitarra e teclado), uma nova banda que funde rock com elementos da música eletrónica. Após um longo e frutuoso período inicial de descoberta musical e definição da própria identidade, a banda começou a trabalhar naqueles que viriam a ser os temas do primeiro EP, “Folha”, editado em setembro de 2018. Fizeram parte de várias playlists de rádios nacionais, tendo sido muito acarinhados pelo público e pela crítica. Os Meses Sóbrio esgotaram um concerto de apresentação em Lisboa e fizeram parte do Festival Termómetro de 2018. Com inspiração nas atmosferas viajantes de bandas como os Doors, Pink Floyd ou Tame Impala, este projeto pretende criar uma sonoridade orgânica e eclética, com portas abertas para várias sensações e interpretações. O primeiro disco está quase aí e já se conhece o primeiro single. “Camaleão” é um dos temas que promete conquistar o público do Super Bock em Stock.
CURTIS HARDING 21:00 – 22:00 + Coliseu dos Recreios – Sala Super Bock
Curtis Harding é uma das figuras do melhor rock e r&b da atualidade. Nascido e criado e, Saginaw, Michigan, Curtis experimentou o palco muito cedo, acompanhando a mãe, também artista. Mais tarde fixou-se em Atlanta e foi lá que começou a dar nas vistas. A sua voz forte e marcante valeu-lhe colaborações como nome como Outkast e Cee-lo Green (neste caso, uma colaboração com vários capítulos). A partir de 2011, a carreira de Curtis conheceu um novo quando se cruzou com Cole Alexander, guitarrista da banda Black Lips. Depressa descobriram que partilhavam a paixão pela música soul de tempos antigos e essa partilha resultou no projeto Night Sun, uma fusão de r&b com rock de garagem, editado pela Burger Records. A editora puxou pelo músico, o músico puxou pela editora e “Soul Power”, o primeiro disco a solo, apareceu em 2014. O público e a crítica ficaram rendidos a esta fusão: soul, r&b, punk, tudo junto e nada a mais, até porque, para Curtis Harding, “soul é a essência e não a forma”. O segundo disco, “Face Your Fear”, foi produzido pelo próprio Curtis em colaboração com Danger Mouse e Sam Cohen. E é mais um registo para ouvir vezes sem conta, particularmente nestes meses que antecedem a atuação do músico no Super Bock Em Stock.
ORVILLE PECK 21:45 – 22:45 + Sala EDP (Casa do Alentejo)
É um dos fenómenos da música indie de 2019, mas ainda pouco se sabe sobre a sua identidade. Este cowboy foragido – uma definição do próprio – prefere que seja a música a brilhar, mantendo assim uma aura de mistério à sua volta. Sabe-se, no entanto, que Orville já viveu em várias cidades e viajou um pouco por todo o mundo graças ao seu passado no punk. Influenciado por Merle Haggard, Willie Nelson, Loretta Lynn ou Dolly Parton, este “cowboy” consegue integrar várias músicas dentro da sua própria linguagem. Percebeu que o country era uma dessas músicas aquando do lançamento do tema “Dead of Night”, em 2017. Nessa altura anunciou uma série de duetos, “Orville and Friends”, com nomes como Mac DeMarco. Em janeiro deste ano assinou pela Sub Pop e anunciou o lançamento do seu disco de estreia. “Pony” foi antecipado pelos singles “Dead Of Night” e “Turn To Hate”, com vídeos a acompanhar, inspirados em David Lynch. “Pony” já é um dos discos do ano, graças à sua fusão de elementos góticos, com shoegaze, indie rock e a música country dos anos 50 e 60. Nos espetáculos ao vivo apresenta-se com uma máscara, não deixa a pele de cowboy enigmático, mas faz-se notar ainda mais pela sua voz forte e melodramática, criando uma atmosfera tão cinematográfica como no disco.
SLOW J 22:30 – 23:45 + Coliseu dos Recreios – Sala Super Bock
João Coelho nasceu em Setúbal, filho de mãe portuguesa e pai angolano. Fez-se Slow J para a música, aberto a todas essas influências. Durante a infância e a adolescência andou de um lado para o outro, dentro e fora de Portugal, convocando várias culturas para a sua identidade. Nessas viagens, a música sempre foi a companheira de eleição. Depois de descobrir a sua paixão pela guitarra e pelo Fruity Loops, voou para Londres para estudar engenharia de som. Nesse período produziu até mais não e esperou pelo regresso a Portugal e pelo encontro com o estúdio de gravação. Entre estúdios profissionais, guest houses e o quarto em casa dos pais, João produziu, escreveu e interpretou os seus dois primeiros registos: “The Free Food Tape”, o EP que o colocou no mapa, e “The Art Of Slowing Down”, o seu primeiro disco, um dos melhores discos portugueses dos últimos anos. Passados dois anos, 2019 é a melhor altura para mais um passo, um passo firme chamado “You Are Forgiven”. O segundo álbum de Slow J é uma narrativa musical extremamente íntima e autobiográfica que dá a conhecer a labiríntica jornada interior de um ser humano que procura simplesmente ser ele próprio e ser feliz. Inspirada nas experiências reais da vida de J, esta obra foi concebida para converter energia negativa provocada pela fama e pela culpa em sucesso privado e aceitação – uma busca por perdão próprio, entre o ruído e o silêncio. “You Are Forgiven” fala tanto aos jovens como aos adultos, convidando todos a não pararem de sonhar e a não deixarem que a ideia de sucesso aos olhos dos outros limite a própria procura pela felicidade. Nas palavras do próprio: “ir de viver a vida em que eu devia ser feliz, para viver a vida em que eu sou feliz simplesmente, independentemente da ideia de sucesso dos outros”. E será difícil perdoar quem não estiver no próximo Super Bock em Stock para ficar a conhecer as novas canções de “You Are Forgiven”, o novo disco de Slow J.
VIAGRA BOYS 23:45 – 00:45 + Sala Rádio SBSR (Estação Rossio)
Tudo começou quando seis rapazes começaram a desenvolver a sua própria linguagem, além daquilo a que convencionalmente se chama punk rock, sem nunca negar essa tradição, no entanto. Formados em 2015, os Viagra Boys são influenciados por nomes como Screaming, Jay Hawkins, Buthole Surfers, Suicide, Dead Kennedys, entre outros. Nestes últimos quatro anos tornaram-se uma referência do melhor rock escandinavo. Apesar de o nome da banda ter uma conotação sexual, a escolha aproxima-se mais de uma crítica ao papel do homem na sociedade. Quando Henrik “Benke” Höckert e Sebastian “Sebbe” Murphy saíram para uma noite de karaoke, mal sabiam que aquele momento de diversão ia mudar as suas vidas, mas assim que Sebbe começou a cantar, Benke apercebeu-se de que estava diante de algo realmente especial. A primeira gravação da banda tinha o nome de “Cosistency of Energy”. E a energia inicial manteve-se por ali nos registos que se seguiram. E os primeiros concertos também não deixaram quaisquer dúvidas: os Viagra Boys eram mesmo um caso sério. E a reputação no circuito underground rapidamente se transformou na atribuição de um grammy sueco. Em 2017 começaram a trabalhar no primeiro disco. “Street Worms” foi editado no ano seguinte e confirmou todas as melhores expectativas. A energia dos Viagra Boys é rara, contagiante e promete fazer bons estragos na próxima edição do Super Bock Em Stock.
Os bilhetes têm de ser trocados por pulseira, no Coliseu de Lisboa, entre as 13h e as 20h no dia 21 e das 13h à 1h nos dias de festival.
A pulseira dá acesso a todos os concertos, de acordo com a lotação de cada espaço.
Os bilhetes custam 50 euros e dão acesso aos dois dias de festival.
Entre as 19h e a 1h, nos dias de festival, haverá shuttles para assegurar o transporte entre as diversas salas.