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Rescaldo: Contra factos não há argumentos

Rescaldo: Contra factos não há argumentos

Num livro escrito em 1978, Robert Leigh diz isto: “Não basta relatar os factos com verdade, é necessário relatar a verdade dos factos”. Não há como fugir. Podemos dar voltas, fazer contorcionismo, virar-mo-nos de cabeça para o ar e até encolher a barriga para a coisa parecer menos negra, mas não dá. Os factos são demasiado penosos para permitirem sequer que se esgrimam argumentos. Vamos então a factos: nos últimos 5 jogos o Belenenses foi derrotado pelo Benfica, Braga, Feirense, FC Porto e Estoril; nestes cinco jogos sofreu 14 golos, quase uma média de três por jogo; destes adversários, o Braga – no pior período exibicional dos últimos anos -, o Feirense – um jogo em que o Belenenses esteve a ganhar – e o Estoril – que atravessa uma crise gravíssima – foram defrontados em casa. Números que pouco importam, dirão alguns. A verdade é que são dados (factos) que retratam o momento tenebroso dos azuis. No entanto, e como também perfilhamos da opinião de que o futebol não são só números, quem se deslocou ao Restelo esta sexta-feira santa, que de santa só teve o nome, pôde comprovar que os 11 jogadores que entraram em campo (não todos mas grande parte deles) simplesmente passearam o símbolo da Cruz de Cristo, tal a falta de vontade e brio vigente.

A Comunidade Azul opta por não individualizar nomes desta terrível exibição, menos um: o de Quim Machado. O treinador natural de Santo Tirso tem de ser responsabilizado pela fraca produção futebolística da equipa. Desde não jogar com os melhores (digamos em melhor forma), passando pela ineficácia gritante, até chegar a uma defesa displicente que comete erros infantis. A passividade com que o técnico encara todos estes momentos do jogo é confrangedora. A forma como (não) mexe na equipa e a pouca garra passada a quem está dentro de campo são sintomáticos. Os 32 pontos poderão ser necessários para garantir a permanência, mas não se somarão muitos mais até ao fim do campeonato.

A 1ª parte mostrou um Belenenses com vontade, mas sem grande engenho para fazer melhor. Dois grosseiros erros defensivos deram dois golos ao Estoril que pouco mais fez nos primeiros 45 minutos. Pelo meio Diogo Viana (o mais inconformado da equipa) tentava levar a água ao moinho, como fez Florent aos 22 minutos cruzou de forma exímia para Maurides cabecear e fazer o empate que seria desfeito por Allano 3′ depois. No segundo tempo as coisas foram ainda piores e o Belenenses não conseguiu arquitectar uma única jogada com cabeça, tronco e membros. Jogadores sem a acutilância necessária, meio-campo sem criatividade e frente de ataque com pouca bola. Muita lateralização e demasiada permeabilidade defensiva. Tudo isto somado dá um batido de…3-1, com o grande golo de Carlinhos a fechar as contas (83′).

Esta derrota pouco dita em termos pontuais. Em termos anímicos, psicológicos e de empatia com a massa adepta, é capaz de ter sido uma machadada quase fatal. A falta de ambição paga-se caro e o preço foi mais do que justo.

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