O Belenenses bateu esta tarde o Nacional por 2-1. Depois de terem sofrido um golo madrugador, os azuis foram capazes de dar a volta ao resultado e conseguir assim a segunda vitória no campeonato, que é também a segunda consecutiva. Para esta reviravolta, consagrada na segunda parte, foi fulcral a entrada de Vítor Gomes e Gerso, elementos que ajudaram a revolucionar o ataque azul.
Julio Velázquez voltou a apostar no duplo pivot no meio-campo, algo que se revelou, novamente, incapacitador de criar jogadas de perigo partindo da zona intermédia. Os dois jogadores – Palhinha e Rosell – atrapalharam-se um ao outro e só quando o médio espanhol saiu é que Palhinha conseguiu ser um bom executante no meio-campo. Os insulares começaram melhor. Exemplo disso era o perigo criado pelos seus extremos, que desequilibravam a defensiva do Belenenses. Aos 7 minutos, após uma correria desenfreada do extremo nacionalista pelo corredor direito e diversas falhas posicionais na defesa dos da casa, o Nacional viria a inaugurar o marcador. Até ao intervalo o jogo foi dividido, com o Belenenses a superiorizar-se a partir dos 30 minutos. Fábio Sturgeon teve uma oportunidade clara de marcar aos 40 minutos. O Belenenses recolheu aos balneários por cima e era clara a vontade de mexer no jogo. Faltava clarividência na construção e menos pressa com a bola nos pés. Além da necessidade de melhorar a eficácia.
Gerso entrou logo no reatar da partida, substituindo Rosell, que fez um jogo bastante aquém do exigido. O extremo ex-Estoril mexeu com o jogo. Desequilibrou na ala e criou várias jogadas de perigo. Aos 56 minutos um lance que viria a mudar o jogo. Ghazzal atingiu Camará com os cotovelos e foi expulso, por acumulação de amarelos. A jogar contra 10, o Belenenses foi mais afoito no ataque e pressionou mais e melhor do que o que havia feito na primeira metade. Com um futebol mais directo, com menos bola no pé e com muitos cruzamentos, os da casa iam-se acercando cada vez mais da baliza de Rui Silva. Um futebol totalmente diferente do da época transacta, mas que viria a dar frutos. Aos 65 minutos, João Palhinha foi derrubado por Vítor Gonçalves e Carlos Xistra não hesitou ao assinalar penalty. Abel Camará, sem tremer, marcou. Depois do empate o Nacional ainda tentou a sua sorte atacando a baliza de Ventura através de contra-ataques rápidos. Sem efeito, contudo. Já perto do fim e com Tiago Caeiro e Vítor Gomes em campo, foi o último que bateu de forma exímia o canto que foi desviado por Bonilla, que já havia marcado o primeiro golo, para o fundo das redes. Até ao fim, os pupilos de Velázquez geriram o jogo a seu bel prazer. Nota ainda para a saída de Miguel Rosa por lesão, após um jogo de luta e entrega.
Fim de jogo e mais três pontos. Se no jogo passado a sorte foi a mãe da vitória, neste, é justo dizer que o Belenenses a procurou. Sem deslumbrar, os homens da cruz de Cristo fizeram um jogo competente e souberam reagir à vantagem numérica. Três pontos importantes antes de uma deslocação difícil.