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Matamos o borrego?

Matamos o borrego?

Ao longo dos últimos anos, já mais de uma década, que os jogos com o Vitória (o de Guimarães, pois claro) tornaram-se especiais. Historicamente já havia alguma simpatia mútua, mas o nascer de uma amizade entre as claques (ai as tão malfadadas claques) e o seu fortalecimento com o passar dos anos contagiou as massas adeptas. Por isso é com naturalidade que se assistem a convívios antes e depois dos jogos e no durante aceita-se com naturalidade a presença destes adversários junto a nós. Algo similar talvez também possível com os do Salgueiros.

Por isso no dia de hoje divide-se as coisas em duas partes. Fora das 4 linhas um ambiente excelente com convívio, amizade e respeito. E dentro das 4 linhas onde tudo correu mal.
Não estava a ser preciso um “banho de humildade”, mas este jogo servirá para assentar pés na terra. O Lito Vidigal certamente saberá como utilizar este jogo em favor do futuro.

0-3 é uma derrota pesada, mas um pouco forte para o que ambas equipas deram dentro de campo. Mas a vitória do Vitória é indiscutível. Ainda para mais sendo conseguida após ficarem reduzidos a 10.
Fica a lição a que se junta o facto de já contra o Nacional, quando contra 10 demorámos a recuperar a liderança do jogo.

Sim, fomos suaves a defender, mas o que há a aprender principalmente é ver o bom trabalho do Vitória nas bolas paradas. Mesmo outros lances que não deram golo a bola ia bem colocada. Gosto do Miguel Rosa (muito) mas não podemos ter apenas um jogador a marcar livres e cantos.
Venha de lá o Nelson para defesa direito (e não desistiria de ir buscar o Geraldes) para que o Palmeira pegue a Central. E provavelmente a dupla será feita com Gonçalo Brandão.

O lado esquerdo, embora hoje com um inicio algo nervoso, está bem entregue a Filipe Ferreira, um dos nossos activos mais valiosos.
Mas faz falta um médio mais lutador e mais cerebral no posicionamento. Começo a achar que muitos dos que questionavam o valor do Helgi Danielson vão ter saudades. E eu também gostava que ele jogasse nos passes mais para a frente. Mas aqueles pés nunca enganaram. Não sei se será o Carlos Martins a cumprir esse papel, mas seja ele ou outro, é preciso mais cérebro musculado.
Ainda não vi repetição do terceiro golo, mas parece que o Matt Jones poderia ter feito bem melhor. Mas continua a ser um excelente jogador e mais um que tem potencial para no fim da época nos trazer um bom encaixe financeiro. Sim, porque no final desta época terão que começar a existir vendas, daquelas com forte impacto no orçamento. Digo eu.

Continuamos, e aqui a grande diferença para a época passada, a fazer chegar a bola à frente com boas trocas de bolas entre os médios ofensivos e os alas, mas hoje não funcionou o colocar as bolas no(s) ponta de lança(s), onde um Deyverson não deixará a titularidade, sobretudo pela garra e vontade. Até bolas que o mundo inteiro viu como perdidas ele vai a elas para tentar jogar, seja para passar ou rematar. E de cabeça é quase tudo dele. Pelo que fica a dúvida do porquê de hoje não colocarem tantas bolas para ele.
O ano passado víamos a bola a ir de um lado ao outro, sempre pelos centrais, sem conclusão. Este ano tudo mexe.

Quando alguns criticam saídas e dispensas de jogadores devem ponderar se isso não estará relacionado com a mudança de atitude. Aquilo que se vê de diferente deve-se ao trabalho que Lito (e a sua equipa) faz com a equipa, quer no plano técnico e táctico, mas também na gestão das personalidades dos jogadores e atitude que têm, quer nos treinos como nos jogos.
Fiquei triste, como com qualquer derrota, mas mantenho confiança numa época bem mais tranquila que a anterior.

Será que este grupo, técnicos e jogadores, nos conseguirão dar uma alegria na próxima jornada e matar o borrego (já fossilizado) de não ganhar em casa do clube de alvalade? Quero acreditar que sim. Por isso lá estarei a apoiar.

Rodrigo Saraiva

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Lito: «Até à expulsão estávamos a fazer um jogo interessante»

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Carlos Martins perto

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