Disintegration é o mais recente FPS da V1 Interactive, o estúdio de Marcus Lehto (co-criador de Halo) e da Private Division e chegou ontem à PS4, XBOX One e PC. Conheça a nossa opinião sobre este jogo.
Trinta desenvolvedores é o número de pessoas que trabalham na V1 Interactive, liderado por Marcus Lehto, ex-director creativo na Bungie Studios e um dos criadores de Halo, tendo trabalhado em Myth: The Fallen Lords, Halo: Combat Evolved, Halo 2, Halo 3, Halo 3: ODST e Halo: Reach. Mais tarde, formou a V1 Interactive, e cria Disintegration, o jogo de qual falamos hoje e que talvez marque os videojogos com um novo género de jogo, que reúne uma mistura de vários sub-géneros.
Disintegration é um mashup de shooter em primeira pessoa com estratégia em tempo real. FPSs e RTSs num só jogo e ao mesmo tempo. Se procuras apenas um FPS, tens jogos mais completos desde Call of Duty’s, Battlefield’s etc; assim como também, em relação a RTSs, o Shadow Tactics é um bom exemplo disso. Mas a junção de ambos em tempo real é o que faz deste jogo diferente.
Apesar de todos termos aquele bichinho de saltar o tutorial, não aconselho que o façam neste jogo. Pelo menos no início do jogo os seus controlos podem ser complicados de gerir em pouco tempo. Temos várias coisas para fazer ao mesmo tempo: apontar, disparar, enviar as tropas, movimentar-se ou atacar um target definido, habilidades especiais das tuas “tropas”, etc. E tudo num ritmo rápido. À medida que vais jogando, vais habituando-te aos controlos e, passado algum tempo, já os vais dominar. Os controlos estão bem feitos, respondem extremamente bem, os movimentos superfluidos, mas requerem tempo de habituação.
Mesmo tendo como base um FPS, Disintegration não é um FPS normal, é um FPS em que jogamos em cima de um gravycycle, quase ao estilo do Star Wars, mas com movimentos laterais, e isto sendo um veículo flutuante, os movimentos são bastantes soltos, o que dificulta um pouco a habituação, mas, depois de dominada, o jogo torna-se muito interessante, até porque, aqui, além dos movimentos laterais também podemos subir e descer, já que estamos numa espécie de nave.
Ao nível do jogo, temos duas armas e podemos comandar até quatro companheiros. Para ativar habilidades especiais usamos o D-pad e cada um dos militares tem uma habilidade. Em certas missões, podemos ter de soltar algum soldado e vamos aumentar tanto as tropas como as habilidades, assim que os vamos libertando. Além dos movimentos básicos, também temos um boost que serve para fugir de alguma situação de tiroteio.
Na secção de RTS, os teus colegas que lutam no solo são guiados pela IA do jogo. Se não lhes deres ordens, eles vão lutar na mesma, apenas não escolhes quem vai à luta. Eles podem morrer em combate e, se tal acontecer, tens de ir buscar o cérebro deles a fim deles fazerem respawn e voltarem ao campo de batalha. Também os podes curar caso eles estejam com falta de energia, e usar alguns elementos do jogo para os curares, a eles e a ti, caso tenhas os teus níveis de energia em baixo. Sempre que usas uma capacidade especial, tens de esperar que a barra suba novamente, de modo a poderes repetir a habilidade. Quando vais numa missão, não podes alterar nada a nível de armas ou habilidades, ou seja, já está tudo pré-definido, não dando possibilidade de moldar o jogo ao teu estilo de jogador.
Num futuro distante para resguardar a humanidade contra a fome e as doenças globais, os cérebros humanos são implantados em armaduras robóticas, através de um processo chamado “Integração”, dai o trocadilho do título do jogo.
Somos os primeiros adotantes do processo. Neste jogo somos Romer Shoal, ex-piloto de Gravcycle, aqui depois do processo de integração em que mantivemos as nossas personalidades, mas a ideia não era essa. Até porque um grupo radical de integrados, chamado Rayonne, acabou a usar este processo para remover toda a individualidade e assim criar exércitos, a fim de acabar com o que resta da raça humana. Porém, nós acabamos por escapar de uma prisão de Rayonne, ao lado de vários outros integrados, no início do jogo, e eles, juntos, fazem uma equipa para lutar contra os Rayonne, além de alguns outros humanos, que vamos conhecendo pelo caminho.
Apesar da história inicialmente ser um tanto quanto genérica, com o passar do tempo, a história vai ficando progressivamente mais interessante. Tu fazes novos amigos ao longo do caminho e esses personagens trazem outra vida ao jogo, assim como os relacionamentos com esses personagens acabam por moldar a história do jogo. É também daí que vem grande parte das missões. Numa secção do jogo, temos também possibilidade de jogar com uma vista em terceira pessoa.
Os teus companheiros têm tamanhos e capacidades diferentes e é possível que venhas a encontrar parecenças com os Javelins do Anthem, mas aqui os teus colegas têm tamanhos diferentes, por exemplo: o Romer é gigante em comparação com o teu personagem, que é mais um robot com um casaco vestido e todo estiloso.
A ambientação do jogo está bem interessante, com vários estilos de cenário, desde gelo, a montanhas desertos, etc, e também vários tipos de inimigos, cenários abertos, cenários fechados.
O jogo também conta com um modo online multiplayer, com vários tipos de jogo como, por exemplo, Zone Control, Collector e Retriever, sendo que o que me saltou mais à vista foi o Retriever, que é uma espécie de capture de flag, mas com bombas. O multiplayer adiciona mais vida ao jogo e acaba por ser bem divertido. Acredito que, com mais pessoas com o jogo, vamos conseguir ter muitas horas a jogar o multiplayer do jogo. Aqui apenas senti que a parte de RTS ficou um pouco para trás, mas não deixa de ser uma situação importante.
Resumindo, Disintegration abriu um estilo que certamente vai ser explorado num futuro, tem uma campanha até forte, que vai ficando mais interessante com o tempo, apesar do início deixar a desejar. No entanto, com o desenrolar da campanha, ela vai ficando bem interessante e os personagens acabam por ter carisma.
Disintegration oferece bons gráficos, bom ambiente e uns controlos incrivelmente bons para um estilo que ainda se encontra numa fase embrionária. O jogo tem um enorme potencial e vai certamente dar que falar no futuro. Um jogo a experimentar, sem sombra de dúvida.