Rise of The Ronin é o mais recente exclusivo da PlayStation 5 a chegar à consola, com lançamento agendado para o dia de amanhã. Conheça aqui a nossa opinião sobre este novo videojogo da Team Ninja.
Team Ninja é um estúdio sobejamente reconhecido pelas suas séries de acção frenéticas (e não esquecendo também de Dead or Alive) e com um grau de dificuldade bem acentuado. Aliás, antes até daquilo a que denonimanos de género Soulslike ter aparecido, a Team Ninja com a sua série Ninja Gaiden já desafiava as convencções de como deveria ser um videojogo de acção dedicado aos jogadores mais precisos e com maior paciência para as frustrações que um jogo pode impôr.
Nos últimos anos, depois da junção entre a Koei e a Tecmo, a Team Ninja tem trabalhado proximamente com a Sony Interactive Entertainment e fruto dessa parceria surgiu Nioh, considerada por muitos como uma série de culto no género. E agora Team Ninja entrega um projecto maior e mais ambicioso com Rise of The Ronin, um jogo exclusivo para a PlayStation 5, em que o estúdio quer transportar a sua experiência em sistemas de combate dinâmicos para um tipo de produto que estamos mais habituados a ver vindo dum estúdio interno da própria Sony, em que o foco assenta maioritariamente na narrativa e na construcção dos mundos imersivos.
Em Rise of The Ronin podemos experienciar uma época muito relevante para a história do Japão, nomeadamente para as suas relações com o mundo ocidental, o período Bakumatsu. O país nipónico vivia momentos atribulados com o seu isolamento em relação ao mundo exterior e Rise of The Ronin coloca-nos no meio dessa instabilidade civil e governamental em que diversos clãs lutavam por poder e por serem ou contra ou a favor da abertura das portas do país ao ocidente.
Neste jogo não controlamos nenhuma personagem historicamente relevante mas sim uma personagem criada pelo jogador que acaba por estar envolvida nestes meandros em que é possível assistir a representações (que o estúdio afirma serem próximas da realidade) de personalidades e decisões históricas.
Tal como o título indica, neste jogo controlamos um/uma Ronin, samurai sem mestre, à procura do seu irmão/irmã do clã Veiled Edge, que após certos acontecimentos no prólogo do jogo acreditamos que possa ter desaparecido. E é ao longo dessa nossa procura que vamos conhecendo as figuras históricas que levaram à queda do Shogunate (sim, para quem possa estar a acompanhar a série Shogun na Disney+ tem aqui um jogo perfeito para acompanhamento).
Durante essa procura vamos estabelecendo relações (bonds como o jogo denomina) com personagens como Ryoma Sakamoto (quem jogou Like a Dragon Ishin poderá reconhecer bem este nome) que têm as suas próprias visões para o Japão e nós actuamos como um Mercenário, aceitando ou recusando missões por nossa vontade própria, mas em que o nosso foco principal não é ideológico mas sim pessoal, com o intuito de nos aproximarmos o máximo possível do nosso companheiro Veiled Edge.
Esta é uma das principais características de Rise of The Ronin, somos nós, o jogador, quem irá definir o caminho que o jogo toma, pelas decisões que tomamos e pelos aliados que fazemos pelo caminho, mas percebe-se que esta é uma primeira experiência da Team Ninja em construir árvores de dialógos, uma vez que a escrita e a própria narração dos actores (em inglês pelo menos) não são pontos fortes deste jogo. Esta liberdade que quiseram dar aos jogadores poderá ser gratificante para quem gosta desta abordagem (que eu pessoalmente não sou o maior fã), mas acaba por redundar numa experiência menos imersiva.
A estrutura do jogo é similar a um Assasin’s Creed pré-Origins, em que dentro dum universo inspirado na realidade temos de ir desbloqueando tarefas no mundo e vamos conhecendo novas áreas e pessoas, tendo a possibilidade de percorrer o mapa completo a pé, com o nosso fiel cavalo, voando com o nosso parapente, usando o grappling hook para chegar aos lugares mais altos das construcções e também com o habitual fast-travel. E é nas missões principais que vivemos os melhores momentos de Rise of The Ronin.
Como em Nioh ou Ninja Gaiden, onde Rise of The Ronin realmente se destaca dos demais é no sistema de combate. Complexo, desafiante mas mais acessível do sistema de Nioh ou de Sekiro, outro jogo com o qual podemos comparar, o combate baseia-se na melhor gestão possível do Ki energy (a habitual stamina neste jogo) e dos parrys. Com a possibilidade de utilizarmos duas armas principais, duas secundárias, items de performance e de recuperação, o grappling hook e ao termos para nossa defesa mecanismos de dodge, block e parry. O estilo de ataque depende da arma que temos em mão e a stance com que escolhemos lutar, tendo as suas vantagens e desvantagens dependendo do inimigo. A vertente RPG do jogo também é familiar, em que temos de escolher o melhor equipamento e indumentária, vendo pontos a somar por todo o lado para termos mais hipóteses de sucesso, tal como é possível fazer as nossas escolhas na skill tree e adaptarmo-nos à maneira que queremos jogar.
Para além dessas mecânicas existe a possibilidade de controlarmos mais duas personagens durante o combate nas missões principais, o que oferece ainda maior diversidade nos combates. Embora que estas personagens podem ser utilizadas por amigos em co-op online, não tivemos a possibilidade de experimentar isso durante o nosso período de análise. Mas em modo single-player é bastante bem conseguida e ajuda a conseguir enfrentar os bosses desafiantes que o jogo tem.
É precisamente neste loop de missões principais que fiquei muito agradado com a jogabilidade que o Rise of The Ronin contempla e este foi um jogo que me levou a querer jogar muito mais as missões de história (Ronin Missions) do que completar as tarefas de checklist secundárias do mundo aberto.
Rise of The Ronin pode mesmo ser um ponto de entrada interessante para os principiantes curiosos de Soulslike como também ser extremamente cativante para os experientes dos jogos desse género, visto que há a possibilidade de jogar em três modos de dificuldade, incluindo um modo fácil (será este o primeiro passo para efectivamente vermos um modo fácil num Souls da FromSoftware?).
O que temos em mãos com Rise of The Ronin leva-nos a comparar imediatamente com Ghost of Tsushima, o grande sucesso recente vindo da Sucker Punch. Mas apesar de se passarem na mesma região, Rise of The Ronin não tem os momentos marcantes de Ghost of Tsushima ou o charme do mundo e da sua história.
Visualmente o jogo não impressiona, principalmente se ainda tivermos em mente Ghost of Tsushima, lançado em 2020 numa consola de anterior geração. O universo aparenta ser uma recriação fiel de como seria o Japão no século XIX, mas as cores, as texturas e as expressões das personagens não nos saltam à vista e impressionam actualmente em 2024. Para além disso, o pop-in dos cenários é visível quando nos movimentamos muito depressa, como quando voamos com a nossa asa-delta. Mas no modo performance do jogo conseguimos ter uma experiência fidedigna ao que um jogo de acção como este merece, uma framerate estável e fluída.
Rise of The Ronin é uma tentativa ambiciosa por parte da Team Ninja de entregar um jogo que tem no seu DNA as características que associamos intrinsicamente aos jogos do estúdio mas envolto num pacote que pretende ser mais acessível e apetecível a um maior número de jogadores e isso sente-se em todos os momentos do jogo. O combate é entusiasmante e é nesses momentos de conflito que o jogo mais brilha enquanto que os pontos que acabam por tingir a experiência estão relacionados com a ambição de entregar uma experiência open-world complexa e focada na narrativa.
A aventura de Rise of The Ronin é desafiante, divertida e convincente o suficiente para agarrar o jogador boas horas nas missões principais, mas perde esse charme nas missões secundárias e na forma como conta a sua narrativa. Se és fã de Soulslike ou curioso pelo género, Rise of The Ronin pode ser a tua próxima grande aventura.
Rise of The Ronin (PlayStation 5) - Análise Gaming
Rise of The Ronin é o mais recente exclusivo da PlayStation 5 a chegar à consola, com lançamento agendado para o dia de amanhã. Saiba aqui a nossa opinião sobre este novo videojogo da Team Ninja.
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