A paciência é uma daquelas qualidades que pouca gente possui e é pena, porque às vezes só assim se consegue triunfar. Record, em conversa exclusiva com Deyverson, avançado do Belenenses, não perguntou se o brasileiro tinha esse dom tão raro, mas nem foi preciso. Depreendemos que sim, porque só com tal feitio é que alguém que ficou meia época sem ser opção preferiria permanecer em Belém depois de janeiro. O prémio pela perseverança foi a titularidade no final da época, à qual respondeu com três golos nas três últimas jornadas da Liga.
Questionado pelo nosso jornal sobre se estava ciente do risco quando decidiu permanecer, Deyverson, de 23 anos, não teve dúvidas: “Ficar no Restelo foi a melhor das decisões. Às vezes é mesmo isso, precisamos de ser pacientes.”
Lembramos a Deyverson um momento, antes de um jogo frente ao Sp.Braga, em que o avançado estava sozinho e cabisbaixo por, mais uma vez, não constar da lista de Marco Paulo para o embate. Olhar para ele agora, poucos dias depois de ter marcado aoEstoril, na Taça de Honra, o primeiro golo da nova época, é como estar a conhecer outra pessoa: “O futebol é mesmo assim. Temos de acreditar. Eu estive sete meses sem jogar e não desisti. Agradeço ao grupo, que me ajudou imenso, e a Lito, que apostou em mim e eu consegui corresponder. Não é fácil fixarmo-nos no futebol português, mas eu dei um importante passo na época passada. Sei que agora vou continuar a afirmar-me neste campeonato.”
Pressão
Deyverson brilhou no Benfica B antes de rumar a Belém e chegou ao Restelo com estatuto. “Se isso dificultou? Bem, um pouco, até porque eu saí de um clube grande para assinar por outro. Aqui posso estar na 1.ª Liga e continuar numa ótima equipa.É o que quero.”