A Revolução Silenciosa é o novo filme de Lars Kraume, adaptado do livro de Dietrich Garstka, um drama passado na época da Guerra Fria. Uma história muito bem escrita e realizada sobre a juventude e a incansável vontade de mudar o mundo e ser resistência.
Em 1956, durante uma visita a um cinema em Berlim Ocidental, dois alunos de um liceu da Alemanha de Leste vêem as perturbadoras imagens da revolta contra os soviéticos em Budapeste. De regresso a Stalinstadt, os alunos têm a ideia de fazer um minuto de silêncio durante as aulas, em memória dos húngaros que morreram a lutar pela liberdade. De um ponto de vista histórico, o filme é muito interessante, pois não retrata um acontecimento histórico forte e inesquecível, daqueles já vistos imensas vezes nos grandes ecrãs. Em vez disso, uma “pequena” revolução é narrada. Não uma que muda o mundo inteiro, mas que planta as sementes para o surgimento de uma nova mentalidade.
A realização e o argumento, também da autoria de Kraume, desenvolvem um enredo muito nem estruturado e narrado, sabendo sempre dar as informações necessárias nos momentos certos e escolher os momentos mais apropriados para “plot twists”, de modo a enriquecer a trama e fortalecer a narração de uma história verídica. O jovem elenco é bastante com e carismático na contracena. não é um filme brilhante e arrasador, nem será considerado uma obra prima intemporal, mas é sem dúvida um bom exemplo de adaptação cinematográfica de uma história real bem contada, com uma mensagem por trás dos acontecimentos que chega ao público da melhor forma.
A Revolução Silenciosa não é marcante nem inesquecível, mas tem qualidades que dispensam tais estatutos, que fazem dele um filme merecedor de atenções. Este encontra os seus pontos fortes na realização e no argumento, que contextualizam, desenvolvem e enriquecem o enredo, impedindo-o de cair em redundâncias. Não é apenas um filme sobre história, é uma história sobre uma pequena grande revolução.