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Crítica | Se Esta Rua Falasse (2018)

Crítica | Se Esta Rua Falasse (2018)

Se Esta Rua Falasse é o novo filme de Barry Jenkins, realizador de Moonlight (2016), premiado pela academia. Protagonizada por Kiki Layne e Stephan James, esta é uma belíssima história muito bem escrita, realizada e interpretada, com uma sensibilidade única e envolvente.

Passado no bairro de Harlem no início dos anos 70, a jovem Tish Rivers (KiKi Layne), filha, futura esposa e futura mãe, vai recordando vivamente a paixão que a ligou ao seu noivo, Alonzo Hunt (Stephan James).

Amigos desde infância, sonham com um futuro juntos, mas os seus planos vão por água abaixo quando Fonny, alcunha de Alonzo, é injustamente preso por um crime que não cometeu. O argumento, com origem no romance da autoria de James Baldwin (com o mesmo nome), conta bastante bem esta história de amor, que tem uma delicadeza e uma profundidade que são muito bem explorados tanto no argumento, como na realização.

O racismo é um dos temas abordados, mas não de forma forçada ou gratuita. Há momentos oportunos em que reflectem esta questão, não só pelo enredo em si, mas também pelo recurso a fotografias reais, adicionando um tom trágico à narrativa.

Jenkins, que escreve e realiza, consegue dar vida a todos estes elementos através da imagem – que conta uma vez mais com a brilhante fotografia de James Laxton – e dos diálogos quase poéticos, algo que já tinha feito em Moonlight. A história é enriquecida com uma narrativa muito bem desenvolvida, estruturada com vários saltos temporais que nunca quebram o ritmo, nem prejudicam a coerência e coesão do enredo. Há momentos prolongados, em que as emoções são intensificadas de forma muito semelhante ao teatro. A “mise en scène” do filme é muito interessante, pois cria sequências teatrais muito bem captadas pelo cineasta.

Se Esta Rua Falasse é uma verdadeira obra prima

Partindo deste aspecto, é importante falar da actuação do elenco. Cada interpretação tem os seus momentos de destaque, até mesmo nas personagens secundárias, não havendo nenhum desequilíbrio entre actores, dos quais é exigido um tipo de actuação que funde o cinema com o teatro, do ponto de vista da forma de estar do actor nas duas vertentes. As contracenas são muito bem feitas, algo que contribui bastante para o tom intenso do filme.

Se Esta Rua Falasse é uma verdadeira obra prima, que por meio de uma história de amor, vai tocando nos problemas causados pelo racismo na época em que se foca. O argumento é sem dúvida o grande pilar desta longa metragem, com uma estrutura muito bem desenvolvida e diálogos que conferem uma componente poética sempre presente. A realização e a fotografia dão vida a tudo o que o argumento propõe, atribuindo-lhe uma atmosfera delicada, emocional, intensa e até teatral. O elenco faz um trabalho extraordinário em cada papel, do mais relevante até ao mais pequeno.

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