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Crítica: “Elemetos Secretos” (Hidden Figures)

Crítica: “Elemetos Secretos” (Hidden Figures)

Hidden Figures, é um filme sobre minorias, inspirado em factos verídicos, passado nos tempos da Guerra Fria, onde a segregação racial nos EUA era tão notória que implicava salas de trabalho e casas de banho separadas para brancos e negros, lugares nos autocarros, secções das bibliotecas públicas, bebedouros públicos e até mesmo as máquinas de café eram separadas, os brancos tinham umas e os negros tinham outras e os negros não podiam usar as dos brancos, já os brancos, não punham sequer a questão de usarem a dos negros. É escusado dizer que as condições eram sempre melhores para os brancos.

Tal diferenciação é bem visível ao longo do filme, por um lado temos uma mulher negra que quer ser supervisora de uma secção, mas lhe dão a hipótese porque é negra; por outro lado temos uma mulher cujo sonho é ser engenheira e para o conseguir é obrigada a recorrer ao tribunal para lhe ser concedida a autorização para frequentar as aulas; por último, uma fantástica matemática que é colocada na sala dos engenheiros e por usar uma vez a máquina de café deles, é-lhe colocada no dia seguinte uma só para negros, já para não falar que tem de andar 1 km de cada vez que quer ir à casa de banho, porque naquele edifício não existem casas de banho para pessoas de cor.

Foi graças a Katherine Johnson que os EUA conseguiram apanhar a União Soviética na corrida pelo espaço, uma vez que esta foi a primeira a pôr um homem no espaço e a trazê-lo de volta com vida. John Glenn, confiou e pediu para que fosse Katherine a conferir os números antes de partir para o espaço. Ela, ainda é viva e tem actualmente 98 anos e foi condecorada pelo Presidente Obama com a medalha Presidencial da Liberdade. Mary Jackson, que pediu requerimento em tribunal para estudar, foi a primeira mulher afro-americana a tornar-se engenheira.

Durante o filme, temos vários momentos em que notamos a disparidade racial e de género na altura, seja no que diz respeito ao código de vestuário, que difere entre mulheres brancas e mulheres de cor, seja na forma como as diferentes pessoas se comportam, enquanto umas se acham superiores por serem brancas, outras acham ridículo, por exemplo as casas de banho para pessoas de cor. Hoje em dia, para nós não faz qualquer sentido não pudermos beber todos do mesmo bebedouro público ou frequentar livremente o mesmo espaço numa biblioteca. Não faz sentido as pessoas não terem todas acesso à educação caso queiram prosseguir com os seus estudos. Apesar de ainda haver, em certos países disparidades de género, não são tão vincadas como eram naquela altura.

Temos a estreia de Jim Parsons no grande ecrã, que em alguns momentos nos faz lembrar Sheldon (da serie televisiva, A Teoria do Big Bang), e uma diversidade de grandes actores, como  Taraji P. Henson, Octavia Spencer e Janelle Monáe, nos principais papéis e depois, Kevin Costner, Kristen Dunst, Glen Powell, entre outros, que tornam o filme fantástico. É, na minha opinião, um filme que vale a pena ver, tanto pela história que tão poucos conhecem, como pela mensagem que nos passa. É um daqueles filmes que nos faz ter uma lágrima no olho por mais do que uma vez.

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