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Ben Harper: Uma noite de paz e amor no Coliseu

Ben Harper: Uma noite de paz e amor no Coliseu

Ben Harper actuou na noite da última quinta-feira no Coliseu dos Recreios. Saiba como decorreu a actuação do músico norte-americano.

Os Club del Río foram os convidados especiais para a abertura do concerto de Ben Harper. A banda espanhola foi uma confirmação de última hora, o que levou a que apanhasse muitos dos presentes de surpresa, que as 21:30 já pensavam ouvir o músico norte-americano.

Mesmo com essa contrariedade, a banda tentou dar o melhor de si, mas sem nunca conseguir entusiasmar muito o público que estava no Coliseu somente pelo Ben. Na abertura de meia hora, os espanhóis demonstraram que a arte e a música em específico são as melhores armas contra os tempos conturbados em que vivemos. Uma Espanha afectada pelo ataque na Catalunha, e Portugal de norte a sul a arder. Dois países-irmãos juntos pela tragédia e pela música como factor de escape durante 30 minutos.

Uma folk norte-americana com floreados de música espanhola é como podemos descrever o que se ouviu nos primeiros minutos do espectáculo. Teriam ficado muito melhor num sunset qualquer pela cidade de Lisboa, do que impostos a um público que não os esperava de todo. Um concerto dos Club del Río é algo a rever, mas com maior interesse da plateia para se poder avaliar sinceramente a actuação.

Já passava das 22:20 quando Ben Harper vem sozinho com o seu chapéu característico, e o público entra em histeria como se já tivesse terminado a actuação. Longe disso, Ben sentar-se-ia na sua cadeira no centro do palco para encarar olhos-nos-olhos o público durante mais de duas horas. E era só ele. Ao contrário daquilo que os fãs portugueses têm sido habituados ao longo da carreira (já extensa) do músico, o concerto no Coliseu dos Recreios iria ser totalmente a solo, sem qualquer banda de suporte ou os seus The Innocent Criminals. Às 21:30, hora em que os Club del Río subiam o palco, já o Coliseu estava bem composto (talvez por muitos não saberem que iria haver uma primeira parte). Lugares sentados livres nem vê-los. Por isso, antes do concerto começar, Ben já tinha a plateia na sua mão, só precisava de fazer aquilo que sabe fazer melhor: libertar as suas cordas vocais.

Mas talvez para refrear o entusiasmo inicial, o músico atira-se a uma música instrumental, ‘All My Heart Can Take’, sem letra, e portanto sem usar a voz. Pode não ter sido o melhor início para os presentes, mas sabe sempre bem ouvir o som de uma guitarra bem tocada. Antes de se apresentar, Ben Harper apresenta a sua qualidade vocal com os versos de ‘Lifeline’ e a sua guitarra no colo (uma de muitas que usou durante o concerto). Mais simples era difícil. Para além de não ter trazido uma banda de suporte com ele, também não trouxe espalhafato visual nenhum. A maior parte do concerto tinha so um feixe de luz a incidir sobre ele e pouco mais.

Após uma sequência com a sua guitarra acústica ao colo, vinha ‘Please Bleed’ e electricidade em forma de guitarra a acompanhar. E logo a seguir, a sequência da noite. Ben Harper lançou 3 ases sucessivamente da sua manga discográfica: ‘Welcome to The Cruel World’, ‘Diamonds On The Inside’ e ‘Born To Love You’. Obviamente a interpretação destes três clássicos da sua carreira fez as delícias dos presentes. Realçar ainda o momento talvez mais sincero e interessante da noite que ocorreu durante a ‘Born To Love You’. O norte-americano sentado ao piano ter-se-à enganado numa das teclas do instrumento, o que o levou rapidamente a saltar do lugar e a soltar um incoerente “fuck”. Recomposto do erro e ajudado pelos fãs, voltou ao piano e interpretou o tema sem falhas até ao seu fim.

Antes do encore, destaque para ‘Amen Omen’ que foi responsável por um dos momentos mais bonitos do espectáculo, quando Harper sai do palco, ainda com a sua guitarra, continuou a tocar enquanto que a plateia entoava o refrão.

Para o encore, voltámos a ter mais um “prato” instrumental com ‘Strut’, e de seguida foi apresentada ao Coliseu dos Recreios uma música que estará presente no novo álbum do músico (uma nova colaboração com Charlie Musselwhite que deverá conhecer a luz do dia para o ano), ‘I Trust You To Dig My Grave’ que se tornou num dos melhores momentos do longo encore (com 8 músicas!). Ben deixou êxitos para o final como ‘Waiting On An Angel’ ou ‘Sexual Healing’, mas teve tempo para apresentar coisas novas, e ainda bem que o fez. Certamente terá cativado ainda mais os presentes para esse novo registo a ser editado em 2018.

Ben Harper comportou-se como um músico que tem muitos anos disto. Chegou, viu, e venceu. Pelo meio prometeu que aquela noite teria sido a melhor da sua vida. Passando o exagero à frente, terá sido sem dúvida uma noite que nem ele nem os seus fãs presentes irão esquecer tão depressa.

SETLIST

All My Heart Can Take (Instrumental)
Lifeline
Walk Away
Excuse Me Mister
Call It What It Is
Please Bleed
Welcome to the Cruel World
Diamonds on the Inside
Born To Love You
Forever
Don’t Give Up On Me Now
When It’s Gone
Deeper and Deeper
Two Hands
Amen Omen

Strut
Trust You To Dig My Grave
Another Lonely Day
Glory & Consequence
I Shall Not Walk Alone
Waiting On An Angel
Sexual Healing
Trying Not To Fall In Love With You

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