No dia 17 de Maio de 2015, pelas 18h, dá-se inicio à 33ª jornada da Liga NOS e, como não poderia deixar de ser, o Belenenses guardou as decisões todas para os últimos dias. Este Domingo, enfrentará o F.C.Porto, naquele que será um jogo grande e que terá vários motivos de interesse, sendo que, ambas as equipas, embora sem o admitirem, estão de ouvidos colados na Mata Real e em Guimarães.
Os dados estão lançados. A penúltima jornada da principal Liga do futebol português vai estar carregadinha de emoção e muito do futuro das 18 equipas se definirá hoje. Muito pouco ficará por decidir, sendo que a vaga aberta do 6º lugar, é um dos pontos de maior interesse e um dos que tem mais interessados e potenciais candidatos. Apesar de matematicamente até o Moreirense poder ir, o certo é que a luta se resumirá a Paços de Ferreira, Belenenses, Rio Ave e Nacional. O Marítimo, apesar de ter os mesmos pontos que o Nacional, vai à Luz na última jornada e, tal como o seu rival madeirense, perde no confronto directo com o emblema da cruz de cristo. Posto isto, existirão vários cenários possíveis no dia de hoje, sabendo-se que a Liga Europa tem como destino mais provável a decisão na última jornada. No que toca ao Belenenses, caso fique hoje decidido o seu destino, só pode significar uma coisa: que acaba o sonho da equipa de Belém. Se o Paços vencer, no seu reduto, a Académica e o Belenenses perder com o F.C.Porto, o destino azul fica desde já definido. Qualquer outro cenário deixa a equipa na luta e com hipótese de garantir a Europa na deslocação a Barcelos. Porém, apesar de Jorge Simão voltar a falar no empate, o único bom resultado será mesmo a vitória. O optimismo não dura sempre e para a semana é o derradeiro jogo.
Apesar da fulcralidade desta ronda, o certo é que não se avizinha fácil. Nada fácil mesmo. O Belenenses vai receber o 2º classificado da Liga NOS e o clube com melhor plantel do campeonato. O F.C.Porto sabe que esta é igualmente a sua última oportunidade para ainda “sonhar” com o título e que terá de entrar com tudo para poder “pressionar” os seus rivais que, por sua vez, jogarão no Minho. Como irão entrar com tudo, os azuis do Restelo têm de se acautelar não sofrendo um golo nos primeiros minutos algo que, atendendo à história recente, é claramente de evitar, uma vez que o Belenenses quase nunca consegue dar a volta a uma desvantagem. Além de que começa a ser uma história repetida, começar a perder cedo jogando em casa. Posto isto, é necessário suster a pressão inicial imposta pela acutilância atacante do adversário. Com a rotatividade insana de Lopetegui – algo que só é perceptível na sua cabeça -, nunca será claro a forma como os portistas começarão o jogo. O certo é que, Jackson, Brahimi, Óliver Torres, Quaresma, Tello, Aboubakar, Evandro e mesmo Hernâni, serão sempre quebra-cabeças para a defensiva da casa. Sobretudo o melhor jogador do campeonato português: Jackson Martínez. Desta forma, urge a necessidade de se saber defender, não caindo em erros grosseiros como tem sido apanágio em casa. É preciso, como Jorge Simão já referiu, fazer sobressair o Belenenses “bom” em vez do, tão usual em casa, “menos bom”. Por outro lado, a equipa da casa deve saber aproveitar as muitas fragilidades defensivas do F.C.Porto e explorá-las em ataques rápidos. Acontecendo isso, talvez haja hipótese de surpreender os forasteiros e, quiçá, sair vitorioso.
Do lado do azul mais bonito, ou seja, do Belenenses, a conversa em termos de onze inicial não é muita. Pelo menos, não há muito por onde errar, uma vez que os jogadores disponíveis foram todos convocados – à excepção de Tikito e Dantas, mas isso são outros 500. A grande dúvida prende-se com a ausência de Rui Fonte. O ponta-de-lança habitual titular da turma do Restelo, falhará o jogo por castigo, sendo por isso óbvio que terá de ser substituído no habitual esquema de Jorge Simão. Camará deverá ser o escolhido e, para o seu lado, a extremo, entrará Fábio Nunes. O jovem português tem merecido a confiança do técnico, aproveitando sempre bem as – poucas – oportunidades concedidas. Desta vez a titular, Fábio terá de mostrar que confirma as credenciais e as esperanças depositadas em si pelos adeptos. Estas serão as únicas mudanças, sendo o resto do onze, expectavelmente, igual ao do jogo em Coimbra. O objectivo não é repetir a última vitória sobre o Porto no Estádio do Restelo, quando Mourinho era o timoneiro, os 3-0 não são obrigatórios aparecer. Qualquer vitória seria bem vinda e, para isso, o contra-ataque, a coesão defensiva e a cabeça fria serão os tónicos necessários para travar os dragões.
As cartas estão na mesa. Mais uma vez será um jogo fulcral, decisivo, tudo o que lhe queiram chamar de forma a dar uma importância acentuada ao mesmo. É necessário evitar cometer os constantes erros do passado e mostrar que o sonho comanda a vida e que dessa forma o sonho de jogar a Liga Europa fará com que a equipa se transcenda em campo e amarre os 3 pontos, levando todas as decisões para o último jogo da época, frente ao Gil Vicente. Não é preciso um milagre para isso acontecer, basta a concentração necessária para executar tudo na perfeição. A pressão presente na equipa da cidade invicta, só será prejudicial para os mesmos. Há que aproveitar. Para isso, os adeptos têm de aparecer em massa nas bancadas do Estádio mais bonito do mundo e empurrar a equipa para a frente.