O Ancestors: The Humankind Odyssey é um jogo de sobrevivência em mundo aberto na terceira pessoa onde exploras, expandes e evoluis. Conheça a nossa opinião sobre a nova aventura do criador do Assassin’s Creed.
Jogos de sobrevivência não são propriamente uma novidade no mundo dos videojogos. Eu já investi umas belas horas em jogos como Ark: Survival Evolved ou Conan Exiles, mas certamente não são jogos para todas as pessoas… primeiro porque muitos não têm um fim e depois é um jogo de evolução e de criação, enquanto tentamos sobreviver.
Chega agora Ancestors: The Humankind Odyssey ao Steam. Já o tínhamos em PC, PS4 e Xbox One, e esta análise baseia-se na versão para o Steam.
Vamos então embarcar nesta viagem ao antigamente, mas ao muito antigamente, porque, neste jogo, somos um primata e os humanos que conhecemos hoje dependem muito da sobrevivência destas espécies.
A Panache Digital Games lança-se no mercado exactamente com este jogo e que maneira brutal de começar! Isto porque o desafio em mãos não era fácil. A história começa no período pré-histórico em África, em que adoptamos a pele de um primata, macho ou fêmea. Sem grande ajuda, como o próprio jogo avisa, começamos a tentar sobreviver ao clima, aos outros animais, dos quais fazes parte da cadeia alimentar deles, etc.
A ideia é evoluir o teu personagem, investigando tudo o que podes meter à mão e aprendendo o que fazer com o material encontrado. Também deves fazer crescer a espécie e a comunidade. É brutal cair nesta realidade e tentar entender os recursos que temos disponíveis e a realidade que este jogo traz para cima da mesa.
Estranhamente, a cadeia alimentar que damos na escola é representada aqui logo no início do jogo… como este animal alimenta-se deste, e este alimenta-se daquele, até que há um que se alimenta do nosso “pai” ou “mãe”. Nós acabamos por adoptar um filho desse mesmo animal, cujo primeiro objectivo do jogo é encontrar um esconderijo para ficar protegido dos predadores. Este início trabalha como uma espécie de tutorial para te guiar à base do jogo. De relembrar que estamos há dez milhões de anos atrás… não temos propriamente telemóveis para ligar a alguém para ajudar e este jogo transmite muito bem essa realidade. É aqui que vemos o realismo e a originalidade do jogo, pois, logo após encontrar um esconderijo, passamos o controlo para o pai da criança e temos de ir salvar a cria.
Este jogo tem uma evolução muito satisfatória, na raça e na tua já famosa árvore de habilidades, que aqui ainda fica mais interessante, devido à quantidade de árvores que tens no jogo. A nossa evolução é feita em grupo, porque o que vamos evoluindo é a nossa espécie e, devido ao estado primata que temos no jogo, a nossa evolução é em todos os sentidos…. as coisas mais básicas fazem com que tenhamos uma evolução, porque vamos aprendendo. Temos várias habilidades, como é o caso dos nossos sentidos, ou mesmo a comunicação que é importante e também o metabolismo, entre outros.
Aqui consegues evoluir quase tudo o que um ser humano consegue evoluir, mesmo coisas básicas como andar mais rápido ou poder usar a outra mão de modo mais habilidoso. É incrível e está extremamente bem feito este modo de evolução aplicado neste jogo.
Quanto mais usarmos as nossas habilidades mais ramos neuronais vamos desbloqueando e mais facilmente nos vamos adaptando ao nosso ambiente e, também, menos dificuldades vamos tendo. Com isto, obviamente, vamos evoluir a nossa raça e passar de geração em geração, sendo que os próximos já nascem mais evoluídos e por aí em adiante, cada vez tendo mais capacidades e criando próximas gerações mais evoluídas que as anteriores, muito porque as crias podem te acompanhar nas explorações e assim criar um crescimento mais rápido.
Ancestors: The Humankind Odyssey é um jogo e uma aula em relação ao aparecimento do ser humano, e claramente um jogo único! Quanto mais evoluirmos e mais anos passarem, tu vais ver que estás a evoluir e que, com o passar dos tempos, tens sempre algo novo, como, por exemplo, conseguir construir armas para lutar com outros animais… o jogo vai-te dando sempre algo mais.
Este jogo não tem uma duração de tempo, mas tem algo que te traz sempre de volta e, quando dás por ti, já enfiaste umas belas centenas de horas no jogo e podendo evoluir para várias espécies, até podes já ser um australopiteco.
O jogo tem alguns bugs, mas nada de crítico, dei por mim a cair de sítios sem motivo aparente e o movimento não é 100% fluído, às vezes parece que o boneco está a fazer o moonwalk do Michael Jackson, mas, de resto, não apanhei nada de grave. A verdade é que o jogo já saiu há algum tempo e tiveram mais do que tempo para consertar os problemas que poderá ter tido, os gráficos são bonitos principalmente tendo em conta a dimensão do jogo.
Vasculhar a selva é algo incrível e único e transmite na perfeição o ambiente pretendido.
Este jogo não é para toda a gente mas é um jogo incrível de sobrevivência e com uma evolução muito satisfatória que te vai dar centenas de boas horas para criar a tua espécie e que corre bastante bem na sua nova versão para o Steam.