Pro Evolution Soccer 2018 (PES 2018) já se encontra nas lojas. Conheça a nossa opinião, e diga-nos a sua.
Mais um ano, mais uma época de futebol, mais um duelo acesso entre PES e FIFA pelos comandos dos amantes do futebol. O pontapé de saída foi dado pelo Pro Evolution Soccer 2018 (como tem sido hábito desde a edição de 2016), e obriga o rival a pressionar alto.
O simulador de futebol da Konami tem vindo, de ano para ano, a encurtar a distância para o FIFA que aproveitou a geração anterior para se tornar o campeão de vendas e da crítica especializada. E a edição de 2018 não é a excepção que confirma a regra.
PES 2018 não é só mais uma iteração com um número diferente, e com plantéis actualizados. O jogo apresenta diferenças consideráveis na jogabilidade em comparação ao que vimos no ano passado, sobretudo devido à implementação do novo processo REAL Touch+ , onde os jogadores reagem à recepção da bola utilizando zonas do corpo autorizadas tais como o peito, a cabeça e as pernas para controlar um passe ou ressalto dependendo da altura e velocidade da bola. Devido a este novo processo, os jogadores estão mais reactivos e diferencia mais a qualidade dos jogadores dentro do campo, para além de oferecer maior autenticidade ao jogo.
https://www.youtube.com/watch?v=y0FCfnmlEwI
O novo sistema estratégico de drible que permite controlar a bola perto do pé e com protecção dá uma maior profundidade na abordagem a cada partida disputa e é um reflexo (ou causadora) do abrandamento da velocidade do jogo, que só vem melhorar a experiência final, embora que a velocidade dependerá sempre do estilo de jogo de quem joga. No entanto, o PES permite definir a velocidade ao gosto do jogador, e assim adaptar-se melhor a um estilo mais veloz ou mais pausado, dependendo do gosto.
Este sistema de drible oferece um maior leque de possibilidades para abrir espaços na defesa. E se os espaços na defesa adversária são um mimo para o nosso ataque, as aberturas na defesa da nossa equipa são uma tragédia grega prestes a acontecer. Um passo em falso, e somos castigados pela IA adversária, e ao final de alguns jogos habituamo-nos a ser cautelosos nas antecipações aos jogadores da contrária. Em relação a IA (isto tendo jogado maioritariamente na dificuldade “Estrela”), interessa mencionar que achei o ataque bastante agressivo a aproveitar as brechas na minha defensiva, mas macia quando tenho a bola. Poucas faltas foram cometidas pela IA ao longo dos jogos que disputei e em alguns casos isso poderia ter impedido finalizações minhas. De um modo geral dei-me por satisfeito com a Inteligência Artificial, tirando a falta de agressividade na defesa e algumas más decisões dos guarda-redes.
A física da bola e dos jogadores encontra-se muito perto da realidade, sente-se a diferença de controlar um Bas Dost ou controlar um Griezmann na frente de ataque, e quando começa a chover durante as partidas, tudo altera, e temos de mudar a nossa forma de jogar durante a partida. Tudo isto contribui para a autenticidade do jogo. No entanto, PES 2018 é um jogo muito divertido de jogar e isso é a sua principal característica. É um simulador, mas consegue recriar o espírito dos anos de ouro de Pro Evolution Soccer. Creio não me ter divertido tanto num PES desde o PES 6 (o que endeusou Adriano) de há 11 anos atrás.
Se dentro do campo as coisas estão bem e recomendam-se, fora dele (e apesar de visíveis melhoramentos) ainda há muito a fazer. Adam Bhatti, o gerente da marca, reconhece que será aí que vão apostar mais nos próximos anos.
Yep no contest on the pitch. Next few years we need to focus on many things off it. Time to build something special https://t.co/sdvYdcIaTK
— Adam Bhatti (@Adam_Bhatti) 12 de setembro de 2017
O problema habitual do licenciamento de equipas e competições mantém-se, mas a Konami tem vindo a minimizar isso. Este ano tem parcerias com alguns dos maiores clubes do mundo como é o caso do Barcelona, Liverpool, Valencia ou Borussia Dortmund. A nível de competições oficiais, PES tem aquilo que o rival não pode oferecer: as competições UEFA. E nada iguala a sensação de jogar uma final da Champions League com o hino da competição a tocar durante a entrada dos jogadores. Ainda para mais se for num estádio tão bem representado como o novíssimo Wanda Metropolitano, a nova casa do Atlético de Madrid, ou o Signal Iduna Park ou o mítico Anfield. No entanto, essa sensação pode logo ser resfriada se tiverem em campo equipas como o Man Red (Manchester United) ou o MD White (Real Madrid). É um problema de anos a fio, e que deverá ser complicado de resolver. Para além das competições europeias, este ano temos a adição da AFC Champions League, a congénere asiática da Liga dos Campeões. Não será um motivo de compra por cá, mas interessante jogar com alguns dos clubes que têm investido mais no mercado europeu nos últimos anos e utilizar jogadores como Hulk, Óscar ou o nosso Ricardo Carvalho.
Os plantéis foram actualizados com um patch no dia 1, mas existem algumas incoerências que deverão ser corrigidas com o tempo (o Belenenses tem o Tiago Gomes no plantel por exemplo). Referir que em Portugal apenas o Benfica, Porto e Sporting e a Selecção Nacional estão licenciados. Nota-se o detalhe que os designers tiveram com os jogadores dessas equipas. Jogadores como Pizzi, Eliseu, William Carvalho, Brahimi ou Aboubakar têm faces virtuais muito próximas da sua aparência real. Aliás, o motor FOX Engine mostra todo o seu poderio gráfico durante os jogos, representando de forma fiel todos os detalhes em campo.
O maior ponto negativo na minha opinião não é a eterna questão da falta de equipas licenciadas, mas sim a interface e os menus com que o utilizador se depara. Não são intuitivos e são, faltando melhor descrição, feios e arcaicos. Novamente, foi mais um aspecto que foi melhorado em relação a edições anteriores (tentando imitar um pouco a fórmula do FIFA), mas não o suficiente, e acaba por estragar um pouco a imersão. Para além disso, existe uma falta de consistência nas fotos de perfis dos jogadores, que se nota principalmente na gestão da equipa. Alguns jogadores aparecem com foto real e outros aparecem com “foto” tirada à representação virtual desse jogador. E a banda sonora acaba rapidamente por se tornar repetitiva e não transmite nada a emoção de uma partida de futebol. Já todos deveremos ter ouvido centenas de vezes músicas como “24K Magic” de Bruno Mars, “Love Me Now” do John Legend e “Something Just Like This” da colaboração dos The Chainsmokers com os Coldplay, e isso não ajuda. No entanto, recomendo estas 3 e que me levaram a conhecer mais destes músicos: The Unlikely Candidates – “Your Love Could Start a War”, Findlay – “Off & On” e Bag Raiders – “Beat Me to the Punch”. O jogo está localizado em Português e contamos novamente com a narração de Pedro Sousa e comentários de Luís Freitas Lobo.
Para terminar, o modo “Random Selection” (Partida Aleatória) pode ser o melhor modo de jogo para jogar com amigos. Quem não se desculpou já de uma derrota frente a um amigo devido à qualidade da sua equipa ser inferior, ou do amigo estar mais habituado aos processos do Barcelona? Pois bem, neste modo de jogo, as equipas são formadas aleatoriamente. Só se escolhe o equipamento e emblema, e o algoritmo define que jogadores cada equipa pode ter, podendo haver sessões de troca entre os jogadores depois. Veremos a popularidade que este modo terá entre a comunidade, mas parece ser uma vitória. Relembrar que este modo já não aparecia nos Pro Evolution desde o tal PES 6, embora que desta vez seja um pouco diferente.
Se PES 2018 é melhor que FIFA 18? Não é possível dizer, o jogo da EA ainda não foi lançado. Mas aquilo que sabemos é que PES 2018 é um excelente jogo de futebol dentro de campo, com algumas limitações fora dele. No entanto, ficamos todos a ganhar com esta rivalidade entre os dois simuladores, e a melhor solução talvez seja… jogar os dois.
NDR: Agradecemos à Ecoplay pela cedência da cópia do jogo para análise