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Análise Gaming – “Marvel’s Spider-Man”

Análise Gaming – “Marvel’s Spider-Man”

“Marvel’s Spider-Man” foi a grande aposta da Playstation para estes últimos meses do ano, e foi claramente uma aposta certeira. “Marvel’s Spider-Man” não só pode ser o melhor videojogo da personagem, como também pode ser o melhor filme sobre o Homem-Aranha. Saibam a nossa opinião sobre o exclusivo da Playstation 4.

Estávamos no ano 2000 quando a Activision e a Neversoft decidiram arriscar e trazer finalmente um jogo que apresentasse todo o esplendor do universo da personagem da Marvel e conseguiram. O título “Spider-Man” saiu na altura para a Playstation 1, Dreamcast e PC. Pouco tempo depois foi a Treyarch, também em conjunto com a Activision, a pegar no vizinho amigável Homem-Aranha, e lançou dois jogos a acompanhar os filmes de Sam Raimi, “Spider-Man” em 2002 e “Spider-Man 2” em 2004 para a seguinte geração de consolas.

Estes títulos vieram mostrar o que se podia fazer com personagens maiores do que a vida no mundo dos videojogos, pois até então poucos eram os jogos de super-heróis que causavam algum impacto neste meio (isto se não contarmos com o impacto negativo de Superman de 1999, considerado por muitos como o pior videojogo de sempre).

Por isso, quando na E3 2016 ficámos a saber que iríamos ter um novo jogo do Homem-Aranha, os fãs da personagem e do universo sentiram um especial formigueiro através dos seus Spidey Senses. Desde 2004 que não tínhamos um título digno da grandeza da personagem.

Marvel’s Spider-Man – Entrevista com Jon Paquette, argumentista do jogo

“Marvel’s Spider-Man” sabe lidar e bem com as expectativas. A Insomniac Games pega no que de bom os anteriores jogos já tinham apresentado, principalmente na questão da navegação divertida por Nova Iorque com o uso das icónicas teias do Homem-Aranha, no combate “à lá” Batman Arkham e junta tudo a uma história original muito coesa e interessante de seguir. Arriscamo-nos a dizer que este terá sido o melhor argumento sobre Peter Parker e a sua vida de super-herói fora dos comics dos último anos. 

Seguindo a história de um Peter Parker já conhecedor dos seus poderes e dos seus inimigos, “Marvel’s Spider-Man” escapa aos tutoriais da personagem e atira-nos de imediato para o universo perigoso de Spider-Man, em que se encontra constantemente rodeado por vilões como Kingpin, Shocker, Vulture, Scorpio ou Rhyno. Sem revelar muito da trama (porque o que é bom é acompanhá-la enquanto se joga), vamos intercalando constantemente a vida de Peter Parker, o Homem-Aranha com a vida de Peter Parker, o cientista que já se formou na faculdade e que tenta reatar a relação com a Mary Jane.

É nesta dicotomia que reside um dos maiores pontos positivos do jogo, pois consegue completar a difícil tarefa de nos manter interessados em ambos os lados de Parker. Se derrotar Kingpin e mandá-lo para a prisão é um objectivo com o qual nos identificamos, reatar uma relação amorosas entre duas personagens que gostam uma da outra também o é.  A qualidade das expressões faciais das personagens e do trabalho dos actores nos diálogos ajudam a isso, e levam-nos a dizer que este poderá muito bem ter sido o melhor filme do Homem-Aranha (apesar de ser um videojogo).

Já que estamos a falar dos pontos positivos do jogo, é impossível não tocar no web swinging. Nunca anteriormente nos sentimos tanto como o herói da Marvel. O sistema implementado pela Insomniac é libertador e funciona sobretudo da dinâmica com a qual nos movimentamos, e depende dos edifícios e árvores que existem ao nosso redor, ou seja, se não tivermos nada à nossa volta, vamos ter de ganhar velocidade e altura de outra forma.

Quando encontramos inimigos nas ruas de Nova Iorque, os momentos de combate fazem-nos recordar da série Arkham do Batman, e se para alguns isso é um mau sinal pela não inovação nesse sector do jogo, acredito que não haveria opções melhores para interpretar o combate normal da personagem. Um combate que se influencia muito no flow, rapidez de movimentos e inovação, pois a personagem não é tão forte como por exemplo o herói da DC. Desta forma, os combates não se cingem apenas a counters e martelar os botões de combo, levando o jogador a ter que combinar os ataques de curto e longo alcance, com os gadgets que possui. As habilidades que vamos ganhando e os novos fatos aumentam de forma significativa as diferentes abordagens que poderemos ter ao enfrentar novas ameaças.

O facto de podermos completar o jogo sem micro-transacções e conseguirmos desbloquear todos os fatos e habilidades apenas jogando o jogo pelo jogo é refrescante. O sucesso deste jogo (vendeu 3.3 milhões de cópias nos primeiros três dias), tal como o de God of War, mostram à indústria que os jogadores estão fartos de esquemas para ganhar o maior dinheiro possível dos fãs.

Não chega a ser um jogo perfeito, pois não inova muito nas mecânicas dos jogos em mundo aberto e para além da história principal, o jogo não é apelativo e diverso o suficiente para nos aventurarmos de cabeça nas restantes aventuras. Tendo feito grande parte das missões secundárias enquanto completava a história de Peter Parker sentia que só as fazia devido ao quão bom era passear por Nova Iorque de teia em teia porque apanhar pombos, peluches de gato ou mochilas pouco contribuíam para o apreço global do jogo. Referir ainda que apesar da história ser um dos pontos mais fortes deste “Marvel’s Spider-Man”, os argumentistas exageraram na exposição da mesma por parte dos personagens, havendo momentos em que tanto Parker como Miles ou MJ repetiam duas ou três vezes o que já sabíamos. Não quebra totalmente a imersão mas era evitável.

Marvel’s Spider-Man vendeu mais de 3.3 milhões nos 3 primeiros dias

 

Para além disso, muitas das missões principais e bosses não apresentam um grande desafio e não nos levam directamente a inovar no combate, uma das principais características do aracnídeo. Sendo que a última missão é talvez o maior exemplo disso, que fica muito aquém do confronto final que o argumento pedia.

Concluindo, “Marvel’s Spider-Man” é essencial para todos os fãs do Homem-Aranha e para quem gosta de videojogos single-player, tem aqui umas boas horas de diversão e que dificilmente se conseguem replicar noutros títulos desta geração. “Marvel’s Spider-Man” é uma ode de amor à personagem e ao seu universo e isso sente-se em cada minuto que passamos pela cidade.  E já vos dissemos o quão fixe e terapêutico é balançar de teia em teia nesta Nova Iorque virtual ao final do dia?  

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