Mais uma semana de Setembro começa com uma mão cheia de espectáculos para serem assistidos. Confiram de seguida, uma selecção do que poderá ser visto no teatro português esta semana.
Dia 13, Que Ainda Alguén Nos Invente estreia no Teatro do Bairro, em Lisboa. Inspirado na vida da Rainha Njinga Mbandi, este espectáculo é um ritual que vacila entre o orgulho e o remorso. Entre o conflito e a confidência fundem-se os papéis de rainha e mulher. Deixa-se de se distinguir quem é quem na glória e na vaidade, pois o atrevimento também é próprio da conquista. Com texto da autoria de Ricardo P. Silva e encenação de Paula Diogo, em cena até dia 23.
Dia 14 e 15, no Teatro Viriato, em Viseu, estará o espectáculo Do Alto Da Ponte, de Arthur Miller. Um drama passional, um dilema moral ou uma tragédia contemporânea? Que lei é esta que não respeita a lei de cada um? Quem são os vitoriosos, quais os derrotados? Os Artistas Unidos, que dedicam particular atenção ao que se escreve agora, entregam-se desta vez ao teatro de Arthur Miller, descobrindo personagens escritos para eles. Traições, contradições, cegueira, leis antigas, leis e morte, sangue de gente pobre. Em palco, falar-se-á de emigrantes, de escolhas difíceis, dos anos 50, dos dias de hoje.
Também dia 14, Apeadeiro estreia no São Luiz Teatro Municipal. A terceira etapa do tríptico de solos de Nuno Cardoso é assumidamente autobiográfico. Tomando como matéria referencial quer a vila onde nasceu e cresceu, quer a sua experiência ao longo dos anos como ator e encenador, cria uma narrativa improvisada, entre a memória e a ficção, o real e a fábula, com a qual ensaia um retrato possível. Para ser assistido até dia 22.
Na mesma data, e no mesmo teatro, estreia ainda Timão de Atenas, de William Shakespeare. Também uma encenação de Nuno Cardoso, com o Ao Cabo Teatro, este continua a procurar nos clássicos a compreensão das nossas vidas concretas. Neste regresso ao São Luiz, traz a peça histórica que junta tragédia e comédia e nos fala da disrupção económica e social induzida pela ganância, pela corrupção ou, simplesmente, pela condução dos destinos de uma comunidade através de uma economia de favores. Em cena até dia 23.