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Wasp Network – Rede de Espiões | Crítica Cinema

Wasp Network – Rede de Espiões | Crítica Cinema

Com Penélope Cruz, Wagner Moura, Ana de Armas e Gael García Bernal, ‘Wasp Network – Rede de Espiões’, realizado por Olivier Assayas, conta a história verídica de um grupo de espiões cubanos, baseado no relato do autor Fernando Morais em ‘Os Últimos Soldados da Guerra Fria’ e chega hoje às salas de cinema portuguesas.

Crítica feita por: Bernardo Freire (Visão de um Crítico)

O trabalho do cineasta francês Olivier Assayas não é particularmente reconhecido pelas mecânicas dos enredos que engendra, mas sim pela forma como retrata os acontecimentos e expressa as emoções das personagens. É também mais admirado nos circuitos festivaleiros da sétima arte do que no seio das multidões mainstream, o que faz com que Wasp Network tenha ao leme uma escolha no mínimo curiosa. Escrito e realizado pelo próprio, embora ouse na escala e seja bem interpretado, o filme é demasiado confuso e perde densidade dramática à medida que os detalhes vão sendo despejados.

Wasp Network – Rede de Espiões | Crítica Cinema

O argumento tem como base a biografia literária The Last Soldiers of the Cold War e conta uma história complicada de espionagem e contraterrorismo. Depois do colapso da União Soviética a nação cubana perdeu um forte aliado económico e os grupos anti-Castro viram uma oportunidade para fragilizar o regime. Os planos incluíam plantar bombas em hotéis perto das praias cubanas. O piloto René Gonzales (Edgar Ramírez), para desespero da sua mulher Olga (Penélope Cruz), foge para Miami e conecta-se a uma rede com o objetivo de auxiliar a sua nação através de informação e ações humanitárias.

Com a ação a desenrolar-se pelos anos 90′ dentro, Assayas apresenta um cinema de conversas à mesa, onde informação é expelida e acrónimos são mal memorizados. Para alguém com pouco conhecimento do contexto histórico é ainda mais fácil ficar perdido nesta teia de acontecimentos que entrelaçam nações e distanciam pessoas. Eventualmente o filme faz sentido de si próprio, mas a jornada é longa e, se fosse um baralho de cartas, estava bem baralhado.

Wasp Network – Rede de Espiões | Crítica Cinema

Em contrapartida ao thriller The Operative (2019), que concentra-se no trajeto infiltrado de uma personagem, Wasp Network apresenta intérpretes em excesso. O exemplo mais transparente é o papel da atriz Ana de Armas, que encarna o interesse romântico do ator Wagner Moura, que interpreta um colega da rede de René Gonzales. Ela está muito bem no filme e faz um brilharete no departamento da beleza, no entanto, pouco ou nada acrescenta à história. Já a esticar-me, se aglomerar a experiência da sua personagem ao sofrimento de Olga durante a narrativa, podia elaborar um comentário indicativo de que a mulher é a permanente sacrificada nestes conflitos. Repito, já a esticar-me.

Há um esforço claro para criar uma aura de mistério que dá origem a uma ou duas surpresas. Não fosse o argumento  demasiado disperso para captar a atenção de forma ativa. Ressalvo que quando está focado nas personagens e nas suas relações, até resulta. Mas são momentos raros e estão bastante espalhados nas duas horas e pouco de filmagem. O nome Olivie Assayas simplesmente não rima com Wasp Network, já que nem as intenções do cineasta foram claras. Através de arquivos históricos, as cenas finais apontam a hipocrisia americana, que tem a audácia de apontar o dedo ao ato de espiar quando é a  mais sentinela deste mundo. Se era esta a intenção, devia ter espalhado e espelhado melhor a mensagem.

 

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