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The Trial of The Chicago 7 (Os 7 de Chicago) | Crítica Cinema

The Trial of The Chicago 7 (Os 7 de Chicago) | Crítica Cinema

The Trial of The Chicago 7 (Os 7 de Chicago em Português) é a nova incursão na realização de Aaron Sorkin, depois da estreia com Molly’s Game. Saiba o que achámos desta nova grande produção da Netflix.

Crítica feita por: Bernardo Freire (Visão de um Crítico)

Corria o mês de setembro em 1969 quando 7 membros da esquerda radical dos EUA foram agrupados e acusados de conspiração e incitação à violência. Em particular, as acusações referiam-se aos protestos antiguerra do Vietname e de contracultura que ocorreram em Chicago durante a Convenção Nacional do Partido Democrata, em 1968. Agrupado à equipa maravilha dos desordeiros acusados pelo Procurado-Geral dos EUA do presidente Richard Nixon, John Mitchell (John Dorman), está um oitavo elemento – Bobby Seale (Yahya Abdul-Mateen II), o cofundador do Partido dos Panteras Negras. Este último indivíduo esteve à data em Chicago apenas umas horas para fazer um discurso, mas a sua presença no tribunal tinha um claro intuito de inclinar a decisão a favor da condenação.

The Trial of The Chicago 7 (Os 7 de Chicago) | Crítica Cinema

À frente da realização do seu segundo filme, Aaron Sorkin, que também assina o argumento, trabalha no seu habitat natural: História real dramatizada; Bibliografia extensa; Diálogo rápido e inteligente; Personalidades diferenciadas, ainda que com os devidos toques de credibilidade. Encontramos tudo isto em The Trial of the Chicago 7, à medida que a narrativa desenvolve intercalada entre o drama jurídico e os eventos que levaram às manifestações violentas entre protestantes e forças policiais. Em cenas chave, a montagem cruza a ficção com a realidade, tal como o recente Da 5 Bloods (2020), para que o fator entretenimento nunca oculte as circunstâncias lastimáveis nas quais o filme se baseou.

Tal como Steven Spielberg filma The Post (2018) para contar uma história de época que tem ressonância com perigos contemporâneos, também Sorkin faz questão de sublinhar os paralelismos sociopolíticos entre o final dos anos 60′ e o ano 2020. São levantadas questões institucionais, somos de novo encarados com confrontos nas ruas, quer de índole racial como político. Se colocássemos lado a lado filmagens de ambos os períodos, o conteúdo seria idêntico, com as prováveis diferenças da qualidade da gravação e da indumentária adotada. Estamos, portanto, perante um filme político, um filme cujos ideais de quem o escreve são percetíveis, apesar dos esforços do argumento em selecionar algumas personagens cujas morais podem crer-se como cinzentas. Em todo o caso, a unidimensionalidade da maioria dos intérpretes é compensada com os confrontos entre o próprio grupo de arguidos.

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Todos liberais mas com pequenas divergências de ideais, os acusados são compostos pelos hippies radicais, Abbie Hoffman (Sacha Baron Cohen, com uma interpretação de destaque) e Jerry Rubin (Jeremy Strong). Os jovens anti-guerra são Tom Hayden (Eddie Redmayne) e Rennie Davis (Alex Sharp). David Dellinger (John Carol Lynch) é o moralista que procura mediar as duas facções e embrulhados neste pacote estão ainda John Froines (Danny Flaherty) e Lee Weiner (Noah Robbins), que o filme tende a ignorar com algum humor dada a multiplicidade de personagens. A defendê-los em tribunal está a dupla de advogados William Kunstler (Mark Rylance) e Leonard Weinglass (Ben Shenkman). O elenco é meritório e está apto a proferir com energia as linhas de diálogo de um dos argumentistas mais consistentes do cinema moderno.

No que diz respeito à realização, Sorkin comanda as operações com brio depois da sua estreia, Molly’s Game (2017), ter passado indevidamente um tanto ou quanto fora do radar de muitos espetadores. Espera-se uma performance diferente agora que a Netflix está ao cargo do marketing e distribuição do filme. Emocionante, bem-disposto (às vezes em demasia) e com um ritmo articulado, o criativo conta uma história que, em tempos de grande turbulência, recorda a importância da palavra do povo e a ação social como meio de mudança, mas, sobretudo, a resistência de princípios nucleares que guiam o comportamento humano quando a luz ao fundo do túnel encontra-se distante.

 

The Trial of The Chicago 7 (Os 7 de Chicago) | Crítica Cinema
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The Trial of The Chicago 7 (Os 7 de Chicago em Português) é a nova incursão na realização de Aaron Sorkin, depois da estreia com Molly's Game. Saiba o que achámos desta nova grande produção da Netflix.

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Avaliação do editor:
4

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