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The Hunt | Crítica Cinema

Crítica feita por: Bernardo Freire (Visão de um Crítico)

The Hunt | Crítica Cinema

The Hunt foi um dos filmes mais afectados pela situação actual e antes tinha sido afectado pela situação política e social dos EUA no final do ano passado. Posto isto, será que The Hunt merecia ter causado tanta celeuma por parte de Donald Trump? Saiba aqui a nossa opinião.

Por entre o idiotismo do movimento de 2019 denominado “cancel culture“, houve um filme que sofreu as consequências. As exibições de The Hunt estavam programadas para setembro, mas só em março do ano seguinte viram realmente a luz do dia. Isto porque o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, implicitamente afirmou que o filme apoiava o assassinato dos seus apoiantes por parte de liberais. Depois dos tiroteios recentes de El Paso e Dayton, a produção achou por bem cancelar temporariamente o lançamento do filme, dada a matéria que explora.

Controvérsias à parte, fica claro que Trump além de não ter visto o filme também não percebeu o seu conceito, dado que o thriller satírico tem em mira tanto a massa conservadora como a liberal. É, na verdade, uma tentativa de criticar comportamentos como a disseminação de notícias falsas e confirmar que existe gente deplorável (palavra bastante utilizada por Hillary Clynton durante a campanha à presidência em 2016 para descrever os apoiantes de Trump) em todos os espectros políticos.

Realizado por Craig Zobel, a premissa da história é básica e recorrente: Um grupo de liberais abastados liberta um grupo de conservadores numa área florestal para os caçar, por desporto. Uma versão atualizada de The Most Dangerous Game (1932) com conotações políticas. Parte da surpresa da narrativa está em perceber gradualmente quais são as personagens que vamos acompanhar na próxima hora e meia e como tal não vou entrar em grandes detalhes nesse departamento.

Vá, está bem, faço apenas esta comparação por ser um dos aspetos mais positivos. À semelhança de Samara Weaving no filme de terror de sobrevivência Ready or Not (2019), a atriz Betty Gilpin carrega a história. A sua performance é hirta e confiante, uma versão feminina de Chuck Norris. Um registo que a fez sair, e bem, da sua zona de conforto no que toca à escolha de projetos.

As cenas de ação estão bem desenhadas e há um leque variado de surpresas ao longo do tempo. Neste ponto, não só algumas decisões têm a sua graça, como a economia do elenco vai pela janela fora, ou seja, nem sempre as caras conhecidas têm a melhor das sortes. Uma brincadeira refrescante com os estereótipos dos atores e com as expetativas da audiência.

Contudo, apesar de The Hunt oferecer algum entretenimento e imprevistos, o argumento não está suficientemente afiado para entregar a mensagem com a perspicácia que, por exemplo, The Cabin in the Woods (2011) detém – ainda que tematicamente sejam distintos. Nick Cuse e Damon Lindelof escreveram como adolescentes zangados: Sabiam o que queriam caricaturizar, mas fizeram-no de forma apressada e, talvez, teoricamente pouco refletida. É ligeiramente acima da média.

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