Saiba o que esperar do segundo dia (19 de Julho) do Super Bock Super Rock 2019, de volta ao Meco. Conheça os 5 concertos que destacamos do cartaz do segundo dia do Super Bock Super Rock.
O Super Bock Super Rock está de regresso ao Meco. Para facilitar a vida dos festivaleiros, e lhes permitir o usufruto na totalidade do festival, deixamos aqui as nossas sugestões para o segundo dia do Super Bock Super Rock 2019. Fiquem com os 5 concertos que achamos que nenhum festivaleiro deve perder nesse dia:
Calexico and Iron & Wine – 18:30 – Palco EDP
Sam Beam é Iron & Wine para o mundo da música. O seu indie intimista tem conquistado o público de todo o mundo, com letras introspetivas e uma voz que dá corpo a essa atmosfera. O primeiro disco, “The Creek Drank the Cradle”, editado em 2002, transformou-se rapidamente num clássico lo-fi. A música de Sam Beam tem influências de nomes como Nick Drake, Simon & Garfunkel, Elliott Smith ou Neil Young, mas ninguém é capaz de pôr em causa a assinatura original da música da Carolina do Sul. Por outro lado, os Calexico têm nome de uma cidade que está na fronteira entre o México e a Califórnia, e, de alguma maneira, isso faz sentido quando ouvimos a música do coletivo liderado por Joey Burns e John Convertino. Influenciados pela banda sonora de alguns westerns, música Mariachi e até jazz, os Calexico propõem um som muito seu, sem grande paralelo no cenário rock norte-americano. Discos como “Feast of Wire” e “Carried to Dust” são absolutamente obrigatórios.
Há jazz, há country, há rock, há pop, talvez até haja ecos de música mexicana, mas tudo chega a nós de maneira suave e orgânica, como se este projeto fosse de uma só banda. Pela primeira vez em 14 anos, Calexico and Iron & Wine voltam a estar juntos para tocar canções como “History of Lovers” e “Red Dust”.
Shame – 19:15 – Palco Super Bock
Uma das bandas britânicas mais estimulantes da atualidade começou quando o vocalista Charlie Steen, os guitarristas Sean Coyle-Smith e Eddie Green, o baixista Josh Finerty e o baterista Charlie Forbes se conheceram na escola. Os Shame nasceriam em 2014, ainda nos anos de adolescência destes rapazes. Quando muitos podem até duvidar da vitalidade do rock originário de terras de Sua Majestade, os Shame são um dos melhores exemplos de como o rock inglês continua bem vivo e a marcar gerações. Começaram a tocar no Queen’s Head, um bar de Brixton onde também atuava uma outra banda, os Fat White Family. Inspirados por músicos e escritores como The Fall, e Irvine Welsh, os Shame foram em busca da sua própria linguagem, próxima do pós-punk, mas sem fechar a porta a outras influências. O primeiro single, “The Lick/Gold Hole” foi a primeira pista para o sucesso que aí vinha. Em 2017 assinaram pela Dead Oceans e lançaram as canções “Tasteless”, “Concretude” e “Visa Vulture”, um tema com uma mensagem política mais forte. Nesse mesmo ano foram para o estúdio e gravaram o seu disco de estreia, “Songs of Praise”, que viria a sair no início de 2018. Desde o já falado universo pós-punk, passando pelo punk mais cru de algumas canções, até temas mais ambiciosos como “Angie”, a verdade é que os Shame nunca deixam de ser rock neste seu disco de estreia, um rock cheio de energia juvenil e também com sentido de humor, melancolia e muita inteligência. O disco foi muito bem recebido tanto pelo público, como pela crítica (a NME deu-lhe mesmo a nota máxima, 10/10). Ao vivo, estes cinco rapazes são responsáveis por alguns dos melhores concertos que o público britânico tem visto nos últimos anos: são momentos viscerais e verdadeiramente estimulantes, onde todos são convidados a participar na energia única dos Shame
Christine and The Queens – 21:00 – Palco Super Bock
Nasceu com o nome de Heloise Letissier, mas decidiu adoptar o nome Christine and The Queens para o mundo da música. Aquele que é um dos nomes mais fortes do “novo pop francês” estudou teatro em Lyon e mudou-se para Paris em 2010. Pelo meio, e numa viagem a Londres, apaixonou-se pelo trabalho das drag queens, uma influência para a sua arte – e a razão do The Queens. As influências são muitas e diversificadas, na verdade. Há nomes mais evidentes, como David Bowie, Michael Jackson ou Laurie Anderson, mas Christine and The Queens acaba por beber nos mares mais inusitados do universo pop e até burlesco. Mais do que uma cantora e compositora, Christine é uma artista, capaz de juntar música, teatro, dança e uma série de outras expressões num só espectáculo, fazendo uso das potencialidades da multimédia e envolvendo o público numa experiência singular, que não se esquece facilmente. Lançou o primeiro EP, “Miséricorde”, ao qual se seguiu um outro, “Mac Abbe”, editado logo no ano seguinte. A partir de 2013, e com o lançamento do terceiro EP, “Nuit 17 à 52”, o nome Christine and The Queens começa a ser cada vez mais falado, conquistando o público, a crítica e várias nomeações para prémios em França. E o capítulo seguinte desse sucesso chegou com o lançamento do primeiro disco, “Chaleur Humaine”, em 2014. Este registo conta história da sua adolescência e deu-nos temas como “Saint Claude”. Quatro anos depois, anos de estrada de amadurecimento para Christine and The Queens, chegou a hora de um novo disco, já editado em 2018. “Chris” tem aquilo que há de melhor no disco de estreia, mas vai mais além, com pop e R&B à moda dos anos 80, e até um toque de funk. A identidade, a sua própria identidade, continua a ser o grande tema de um disco que nos brinda com canções como “Girlfriend” ou “Doesn’t Matter”
Charlotte Gainsbourg – 22:00 – Palco EDP
Não há dúvidas de que o sucesso de Charlotte Gainsbourg se deve exclusivamente ao seu talento, mas há uma questão genética que não se deve menosprezar: quando se é filha de Jane Birkin e Serge Gainsbourg, difícil seria não nascer com a cabeça virada para a arte. E a melhor descrição da cantora vem precisamente da mãe: olhar para Charlotte “é como contemplar as águas calmas de um lago sob o qual, de alguma maneira, se consegue antever um movimento de tumulto e agitação”. Charlotte é assim: somos embalados por uma aparente suavidade ao mesmo tempo que somos surpreendidos por uma tensão emocional só ao alcance dos melhores intérpretes.
Começou por se notabilizar como atriz, uma das melhores da sua geração, mas a música não chegou em segundo – esteve sempre presente no seu percurso, desde os 13 anos, altura em que gravou a sua estreia, “Charlotte For Ever”, um registo em que interpreta músicas escritas pelo pai. Os anos seguintes foram dedicados ao cinema, com prémios e papéis memoráveis, o que fez com que Charlotte só voltasse à música em 2001, quando interpretou “What It Feels Like for a Girl” de Madonna… A partir daí, a sua vontade fazer música começou a crescer cada vez mais e começou a preparar o disco “5:55”, que viria a sair em 2006, com letras de Jarvis Cocker e Neil Hannon. O público e a crítica ficaram sem dúvidas: estávamos diante de alguém com a sua própria voz, apesar de todas as referências. A experiência de “5:55” foi tão boa que Charlotte não demorou muito até regressar a estúdio, desta vez com a ajuda de Beck. O resultado foi “IRM”, o seu terceiro disco, editado em 2009. Recebeu mais elogios um pouco de todo o lado, viajou pela Europa a apresentar o disco e, entretanto, regressou ao cinema. “Confession of a Child of the Century” e “Nymphomaniac” são dois dos filmes que protagonizou nos últimos anos. O seu regresso aos discos deu-se em 2017 com a edição de “Rest”. Charlotte Gainsbourg ofereceu-nos mais um punhado de canções adultas sobre a perda, a morte, o medo e toda uma série de conflitos intimistas. Este disco tem referências mais diversas do que qualquer outro da cantora, inclusive literárias (Sylvia Plath), e conta com as participações de Sebastián, Paul McCartney, Owen Pallet, Guy-Manuel de Homem-Christo, dos Daft Punk, entre muitos outros
Phoenix – 23:00 – Palco Super Bock
Tudo começou nos subúrbios de Paris, quando o vocalista Thomas Mars, o baixista Deck D’Arcy e o guitarrista Christian Mazzalai decidiram fazer uma banda de garagem, como tantos outros jovens em plena década de 90. Pouco depois, o irmão de Mazzalai, o guitarrista Branco, também se juntou ao grupo. A banda começou por tocar covers de Hank Williams e Prince para audiências embriagadas em pubs parisienses, ainda sem a assinatura Phoenix. O nome só surgiu uns anos mais tarde, aquando do lançamento dos primeiros singles, numa altura em que estavam divididos entre o punk rock e o krautrock. A banda continuava em busca da sua identidade quando lançou “Heatwave”, um single muito próximo da estética disco dos anos 70. O caminho era esse: juntar muitas coisas e integrar todas elas dentro de linguagem Phoenix. O primeiro disco aparece no ano 200. “United” conta com as participações de familiares e amigos, incluindo Thomas Bangalter (Daft Punk) e Philippe Zdar (Cassius). A seguir vieram os “Alphabetical” (2004) e “It’s Never Been Like That” (2006). Estes discos fizeram crescer a base de fãs da banda e também as boas críticas da imprensa, mas a aclamação só chagaria em 2009, com “Wolfgang Amadeus Phoenix”, um disco que ainda hoje é apontado como a obra-prima da banda e um dos melhores discos dos últimos dez anos. “1901”, “Lisztomania” ou “Countdown”ficaram no coração de melómanos de todo o mundo. Nunca é fácil continuar a surpreender depois de uma obra-prima, mas os Phoenix não acusaram a pressão e continuaram as testar os limites da música pop nos discos seguintes. Em “Bankrupt!” (2013) e “Ti Amo” (2017) há experimentação, ecos orientais, muita memória (sempre a década de 70…), sintetizadores dominados com uma rara mestria e pérolas como “J-Boy”
Caso não concorde com estas nossas escolhas, existem muitas outras opções. Pode também fazer o seu planeamento, seguindo os horários oficiais do festival e as opções de transporte que o festival oferece nesta edição: