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SC Braga x Belenenses: Empate com sabor a derrota

SC Braga x Belenenses: Empate com sabor a derrota

Encontro marcado no Municipal de Braga entre o 4º e 6º classificados da Liga, um jogo em que muito se questionou sobre a resposta que o Belenenses iria dar no local onde, há 4 meses, sofreu uma pesada derrota. A resposta apenas poderia ter sido melhor se os azuis tivessem arrecadado os 3 pontos.

O Belenenses entrava para este jogo com as baixas de Palmeira e Miguel Rosa, ambos lesionados, sendo que o primeiro não poderá dar o seu contributo para o pouco que resta da temporada. Assim, Jorge Simão fazia alinhar Ventura, Nelson, João Afonso, G. Brandão (capitão), F. Ferreira, Pelé, Ricardo Dias, Carlos Martins, Sturgeon, Camará e Rui Fonte. O alinhamento desde logo denunciava maior cuidados defensivos, quando comparado com o jogo de há 4 meses. Simão fez alinhar dois médios defensivos, lado a lado, em vez de apenas um, apostando em segurar o miolo. Já do lado caseiro, Conceição lançou Kritciute, Baiano, André Pinto, Aderlan Santos, Tiago Gomes, Mauro, Luíz Carlos, Rúben Micael, Pedro Santos, Rafa e Zé Luís.

Os primeiros 10 minutos da partida revelavam o plano do técnico do Restelo. O Belenenses jogava subido com pressão alta ao portador da bola, obrigando o Braga a recorrer a passes para as costas de uma defesa subida e muito bem preparada no que à armadilha do fora-de-jogo diz respeito. O primeiro lance digno de registo foi aos 9 minutos com um cruzamento de Tiago Gomes para um cabeceamento de Pedro Santos, por cima da baliza de Ventura.

Aos 11 minutos, primeira contrariedade para a equipa bracarense com a saída de Rúben Micael (lesionado) para a entrada de Pardo o que obrigou ao reposicionamento de Rafa, que passou a jogar no centro do terreno.

O Belenenses fazia-se valer da superioridade do seu meio-campo e, aos 14 minutos, fruto da pressão alta exercida pelos azuis, Kritciute hesita, possibilitando a pressão de Rui Fonte que obrigou Tiago Gomes a “despachar” para canto. Na sequência do canto, aos 15 minutos de jogo, Pelé faz o golo, aproveitando um corte para a entrada da área. Um remate rasteiro, colocado, fazia mexer o placar para o lado dos visitantes.

O Braga foi, como seria de esperar jogando em casa, à procura do empate porém a primeira parte (bem como a totalidade do jogo) foi pautada pela enorme postura do Belenenses, mantendo, mesmo a ganhar, o bloco subido, dificultando a posse de bola do Braga e revelando uma frescura física notável.

Aos 29 minutos, o primeiro caso do jogo. Grande corte de Brandão, na área do Belenenses, com Zé Luís pela frente, sendo que este fica a reclamar uma falta. Fica a ideia de que o avançado do Braga forçou o contacto, já de si inevitável, com a bola já afastada. Aos 31 minutos dá-se a melhor oportunidade do Braga na primeira parte: um passe um bocado mais forte, por parte de Camará para Ricardo Dias fez com que o médio não conseguisse receber a bola, sobrando para Pedro Santos que, com Zé Luís a seu lado e apenas Ventura pela frente, passa ao ponta de lança que, com a baliza à sua mercê, atira ao lado. Nos últimos minutos assistiu-se ao melhor momento de futebol, a seguir ao golo, com um passe fenomenal de Carlos Martins, a isolar Camará que tenta rematar por cima do guarda-redes bracarense que faz uma parada decisiva para canto.

A primeira parte ficava marcada pela supremacia de um meio-campo, relativamente ao outro. O meio-campo do Belenenses esteve quase irrepreensível, tanto no momento defensivo como ofensivo e o coroar foi o golo de um dos seus integrantes, Pelé, figura do jogo. O Braga atacava mais mas não criava grande perigo com um estilo de jogo muito previsível, previligiando os ataques pelas alas e as bolas longas nas costas da defese de Belém.

Com o início da 2ª parte, veio Pedro Tiba, um “8”, para o lugar de Mauro, um “6”, ficando, assim, o meio-campo do Braga mais ofensivo. Iniciava na linha da primeira, com um Braga previsível e um Belenenses completamente encaixado face à lentidão dos processos bracarenses. O Belenenses ia guardando a vantagem, partindo para o contra-ataque sempre que possível. Destaque, também, para Ventura que protagonizou, pelo menos, quatro paradas decisivas, ao longo da segunda parte.

Aos 63 minutos, Jorge Simão fazia entrar Dálcio, promovendo a saída de Abel Camará e o jovem, como tem sido habitual, trouxe consigo a sua irreverência e velocidade.

Perto dos últimos 25 minutos Pedro Santos cai na área contrário e o árbitro considerou (e bem) que este simulou um penalti, mostrando-lhe o segundo amarelo e consequente vermelho. Seria de esperar ainda mais espaço para os contra-ataques do Belenenses, tirando proveito de um Braga desesperado e com dez jogadores porém, o Braga tentou pegar no jogo e jogou melhor com 10 do que com 11.

Aos 73, a segunda substituição de Jorge Simão com a troca de criativos – Carlos Martins dava lugar a Tiago Silva. À entrada para os últimos dez minutos, um dos contra-ataques dos azuis poderia ter possibilitado o segundo golo, em seuperioridade numérica, Pelé conduz a bola e dá a Nelson que, após ultrapassar o guarda-redes, atira ao poste.

Aos 86, um balde de água fria. Canto para o Braga e Pedro Tiba, aproveitando um sem número de ressaltos, empurra para a baliza, fazendo o golo do empate. O Belenenses sofria, desta forma, um golo que não merecia ter sofrido, tendo a consideração a sua exibição madura frente a uma equipa e num estádio extremamente duros.

Até ao final do jogo de destacar a entrada de Fábio Nunes para a saída de Sturgeon e mais uma expulsão para o lado do Braga, desta feita Pedro Tiba por mão na bola.

Jorge Simão já o havia previsto: “Estatísticas não jogam”. De facto, as estatísticas não entraram em campo. Assistiu-se, em Braga, a um jogo de controlo alternado, mais volume de ataques para a equipa caseira mas o pragmatismo, esse, pertenceu quase sempre ao Belenenses que carimbou uma exibição quase imaculada, do ponto de vista táctico, apenas manchada pelo golo sofrido. De destacar, a nível individual, a exibição e o golo de Pelé. A equipa da Cruz de Cristo foi a 5ª equipa a roubar pontos ao Braga, no Axa, sendo que o resultado saiba mais a dois pontos perdidos do que a um ponto ganho.

 

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