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Sabes aquele Belenenses que o meu avô me contou? Vi-o no sábado.

Sabes aquele Belenenses que o meu avô me contou? Vi-o no sábado.

Orgulho. Orgulho é a única palavra que me vem à cabeça depois do jogo de ontem. Orgulho na equipa, orgulho no treinador, orgulho dos adeptos e simpatizantes, que, mesmo contra à intempérie ontem sentida, marcaram presença no Restelo e fizeram- se ouvir.

Ontem, não saí, do Restelo, triste, descontente ou raivoso, saí orgulhoso. Um orgulho que há muito não senti-a, um orgulho que ainda hoje sinto. Que grande jogo que fizemos, que grande ambiente proporcionaram os adeptos no Restelo.

Vi o Belenenses dos velhos tempos, a fazer frente a possíveis candidatos ao título, a bater-se de igual para igual, a superiorizar-se em certos momentos de jogo, a querer mais que um simples empate, a lutar até à última gota de suor, a lutar com todas as forças, a serem solidários, a ultrapassarem os seus próprios pontos fracos.

Não houve autocarro, queima de tempo ou falta de fair-play.

Na Bancada, senti o frenesim, o entusiasmo, a certeza da vitória, como é típico das equipas vencedoras, dos Clubes grandes e das instituições históricas. Senti que remávamos todos para o mesmo lado, senti aquele orgulho, aquela paixão nas expressões de quem estava a meu lado que o meu avô me falou, senti orgulho, muito orgulho, em ver, em sentir, que três anos de segunda divisão podem ter adormecido mas nunca mataram a paixão.

Mais uma vez vincámos que temos uma palavra a dizer nos lugares de acesso à liga Europa, uma palavra a dizer em cada jogo seja o adversário lutador pela manutenção ou candidato ao título. Vincámos que já não temos medo da nossa própria sombra, como durante algum tempos tivemos, e que muito menos temos medo de equipas milionárias.

Pois o dinheiro pode comprar qualidade, mas não compra, nem comprará nunca, a raça, o suor e o orgulho de jogar com a Cruz de Cristo ao peito.

Fomos grandes, somos grandes. Somos muito maiores que aquilo que fazemos de nós próprios.

Ontem lembrei-me, juro que sim, quando o meu avô me contava das grandes noites no Restelo, de futebol, dos grandes clássicos, dos grandes derbys. Com 40/50 anos de distância, eu senti aquilo que ele me disse, um dia, ter sentido. E nisto agradeço a este Belenenses: obrigado por nos fazeres viver momentos que ultrapassam em muito o futebol.

Muito orgulho, nosso Belenenses. Vamos fazer coisas bonitas esta época.

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