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A Revista Tintin faz 50 anos e a Bedeteca da Amadora inaugura exposição comemorativa a 2 junho

A Revista Tintin faz 50 anos e a Bedeteca da Amadora inaugura exposição comemorativa a 2 junho

A Revista Tintin faz 50 anos a 1 de junho e a Câmara Municipal da Amadora, em parceria com o CPBD – Clube Português de Banda Desenhada –, organizam uma exposição sobre esta revista portuguesa de referência na área da banda desenhada, que estará patente na galeria da Bedeteca da Amadora, até 1 de setembro.No dia 2 de junho, pelas 17h00, a Bedeteca da Amadora, localizada no piso 2 da Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos, inaugura esta exposição e apresenta a mais recente edição da obra de Banda Desenhada “O Espião Acácio” de Fernando relvas (1954 – 2017), um dos maiores nomes da BD portuguesa contemporânea.“O Espião Acácio”, mítica obra de BD portuguesa, é uma crónica humorística da I Guerra Mundial, publicada originalmente pela Revista Tintin em 1978 e que agora, 40 anos depois, é reeditada integralmente e chega às livrarias pela mão da Turbina Associação Cultural, sob o selo Mundo Fantasma.

Entrada livre.

Sobre a Exposição | “Revista Tintin, 50 Anos”
“(…) homenagem à banda desenhada portuguesa publicada naquela revista, ao mesmo tempo que se assinalam os 50 anos do nascimento do título. Desenvolvido em colaboração com a Bedeteca da Amadora, o projeto integra uma exposição de originais, todos eles pertencentes à coleção do município da Amadora, dos consagrados autores José Ruy (com Dinis Machado), José Garcês, Augusto Trigo (com Jorge Magalhães) e Fernando Relvas, autor que faleceu em 2017.

A mostra constitui uma oportunidade para revisitar heróis improváveis como o repórter Clique ou o Espião Acácio, e marcos da BD portuguesa como Excalibur (de Trigo & Magalhães), as histórias mais realistas com que Relvas continuou a publicar regularmente na revista depois das histórias de Acácio (Viagem ao Centro da Terra, L-123 e Rosa-Delta-sem-saída) ou a extraordinária adaptação que Garcês realizou de A Dama Pé de Cabra.

Os originais são complementados por outros conteúdos expositivos, que destacam outros autores portugueses com obra publicada na revista (como Vítor Péon ou Carlos Roque) e a redação da revista, onde marcavam presença Dinis Machado e Vasco Granja, e a partir da qual se definiram espaços sobre BD (“Tintin por “Tintin”) e de aprofundada discussão com os leitores (“Tu escreves Tintin responde”).(…)”

Pedro Mota | Presidente do CPBD
Sobre a obra “O Espião Acácio”
“40 anos depois do início da sua publicação na revista Tintin (edição portuguesa), Acácio de Mello, o inconfundível espião português saído da fértil imaginação e da talentosa pluma de Fernando Relvas, encontra o seu espaço num livro que recolhe a obra integral das suas aventuras.
A publicação deve-se à Turbina Associação Cultural sob o selo Mundo Fantasma”.

Texto de Rui Duarte | autor de BD
Sobre Acácio de Mello
“Corre mundo a história do espião Acácio, o emissário que involuntária e indelevelmente deixou marca portuguesa pelos corredores da intriga internacional. Do advento republicano quase até à guerra fria, perpassa o seu nome, riscado a negro, por relatórios e arquivos secretos da intelligentsia ocidental até ao médio oriente, em meio século da mais alta coscuvilhice. Agente duplo, ou triplo, e a tempos agente de coisa nenhuma, tornou-se célebre pela improvável habilidade com que soube ultrapassar o arame farpado para o lado inimigo, e de volta para trás. Acácio de Mello era um rapaz muito bisbilhoteiro — saía à mãe. De raro poder de dedução (raro no sentido de muito pouco) foi cultivando o engenho da neutralidade e do disfarce: nem monárquico, nem republicano, não era maçónico mas era de boas famílias. Com o apoio dos irmãos, monárquicos exilados nas Américas, cedo conheceu o mundo, qual caixeiro viajante, colecionando contactos pelo Reich alemão, pela França ou no Médio Oriente, onde apurou o seu enorme talento para o desenrascanço. Reza a história que recebeu a primeira missão de um agente alemão, o obscuro Prof. Djadja. Sob disfarce odontológico, calcorreia metade da Europa. Foi preso na Rússia, de onde se escapuliu com a ajuda de judeus, irlandeses, alemães e ingleses. Recapturado, entrega uma temível arma secreta aos prussianos. D’acolá para a fronteira da Sérvia foi um tirinho, sendo novamente condenado a fuzilamento. Atravessa o país e desemboca em Paris, onde é reconduzido ao serviço alemão. É enviado para o Médio Oriente onde estabelece contacto com novo agente germânico, Rundfunk, um pombo-correio. Literalmente, um pombo-correio. Cruza várias vezes o deserto e conhece Lawrence, nas Arábias, o seu próximo alvo. Ressurge nas trincheiras alemãs às ordens do barão Von Rikchete, para um estágio de observação aérea.Perseguido pela sua inevitável vocação, volta ao serviço duplo, entre alemães e britânicos. Reaparece em Rompiopek, nenhures no Leste, o paraíso dos espiões. E volta à folha salarial do Reich. O mercado era único e até com cámones se entremeteu.Estas são estórias de um homem diligente que suportou as prisões do Czar, a guerra e o desconforto dos transportes públicos, muitas fugas noturnas e amanhãs incertos. Conheceu animais falantes, um génio cientista muito à frente, e uma paixão de outro mundo. Foi mal pago, condecorado, despedido e contratado novamente, por agências secretas e governos por toda a Europa e arredores.Viu discos voadores e as maravilhas da alquimia, encarou criaturas da mitologia e personagens da História, e desdito conspirou, e nunca mais disse nunca, numa época em que uma tendência intelectual subversiva significava alguma coisa. Foi atacado como gente grande por soldados, sanguinários, extraterrestres e tuaregues, chegando a ser morto mas apenas temporariamente. Em último registo oficial, é forçado a trabalhos numa mina colonial de holandeses. Tudo isto são factos, e grande parte é quase verdade. Acácio é um dos grandes espiões da história do mundo moderno, que nasceu com a revolução industrial e atingiu tão segredado zénite atravessando, vivinho da silva, décadas de múltiplos impérios e guerra num dos períodos mais negros da rasteira política. Era português e tinha bom coração. Ninguém sabe o que é feito. Foi visto uma última vez no Porto, no inverno de 2005, por altura do Salão. Tomava um café pingado, numa esplanada a céu aberto junto ao Mercado Ferreira Borges. Fumava cigarros importados e todo janota, tinha um cão”.

Texto de Rui Duarte | autor de BD
Clique na imagem abaixo para conhecer o cartaz desta iniciativa:

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