Na chuvosa noite de Segunda-feira, o Belenenses e o União da Madeira, defrontavam-se naquele que seria o jogo de encerramento da 8ª jornada da Liga NOS. Os azuis precisavam de ganhar caso quisessem sonhar com algo mais do que a manutenção, por seu lado, os madeirenses assinariam por baixo um empate e queriam continuar a ser a defesa menos batida da Liga. O resultado fixou-se num 1-0, mesmo ao cair do pano, na sequência de um cano e de uma defesa incompleta de André Moreira.
O jogo começou de forma promissora. Mesmo com o campo alagado, o Belenenses entrou a todo o gás e podia ter entrado a vencer, não fosse o remate de André Sousa ter batido com estrondo na barra, tinham passado apenas 50 segundos. A toada ofensiva dos azuis continuou, Kuca era o mais inconformado da equipa, procurava desequilibrar a partir da esquerda. O entendimento dos homens da frente era bom e podia ter dado um golo até aos 20 minutos. A partir da metade da primeira parte, os acontecimentos inverteram-se. O Belenenses caiu muito no jogo e foi o União a pegar no mesmo e a assumi-lo. Breitner e Amílton eram duas setas apontadas à baliza de Ventura. Um jogo muito lateral e com alguma profundidade, causava muito incómodo aos laterais, que tiveram uma noite para esquecer, em virtude dos diversos erros cometidos. Muitas bolas perdias, poucos passes acertados e escassas oportunidades de golo. Foi desta forma que se chegou ao intervalo. O empate ajustava-se em virtude do domínio repartido do jogo.
Quando as equipas voltaram dos balneários, esperava-se que os homens da casa viessem com outra garra, outra atitude e mais alento. Contudo, nada disso aconteceu. O emblema da cruz de cristo não conseguiu sair do marasmo no qual se encontrava. As soluções eram todas previsíveis e os erros iam-se multiplicando. Os visitantes iam acercando a baliza de Ventura com cruzamentos perigosos, que só não deram golo muito por culpa dos avançados dos madeirenses terem chegado sempre tarde. Sá Pinto mexeu na equipa e colocou Carlos Martins. Todavia, a mexida que viria revolucionar o jogo, surge depois. Com o resultado fixado em 0-0 e com o timoneiro azul perfeitamente consciente de que precisava urgentemente de ganhar, decidiu lançar Caeiro a jogo. O erro foi apenas o de ter tirado Kuca em vez de Sturgeon, que esteve uns furos abaixo. Até ao fim do jogo o futebol foi feio. Típico de um terreno alagado e de um jogo de 3ª divisão ao Domingo à tarde. A criatividade de ambas as equipas roçava o zero e percebeu-se logo que um golo só surgiria se fosse caído do céu. Assim foi. Aos 90 minutos, após um canto batido na esquerda, Luís Leal cabeceia oportuno, André Moreira defende, na recarga, o Talismã azul, Tiago Caeiro, empurra a bola lá para dentro. Estava feito o 1-0 e o resultado final. Um resultado justo apesar da fraca qualidade exibicional verificada. Um cansaço notório e uma apatia não característica assolaram os homens que vestem de azul. Um jogo a não repetir.
O “chip” Europa tem de se reflectir no campeonato. O clube do Restelo não pode jogar como tem feito. Falta discernimento, firmeza e vontade. Sem estes três factores, muito dificilmente se pode jogar bem. O desafio de hoje foi exemplo disso. Se o foco é o campeonato, que se jogue bem no mesmo. Para a história ficam as 4 vitórias seguidas em 4 competições diferentes. Histórico!!