Numa semana em que muito se falou do possível adiamento do jogo que opunha o Tondela à equipa do Belenenses, o jogo desta tarde ganhou um cariz diferente do habitual e uma atenção maior por parte da opinião pública.
Mas chegada à hora do jogo, para ambas as equipas o que interessava era a bola a rolar no terreno e a importância que os 3 pontos poderiam ter tanto para Tondela como para o Belenenses. O Tondela chegava a este encontro após ter sido eliminado da Taça de Portugal com o Leixões num prolongamento que ditou a vitória da equipa de Matosinhos por 3-2 e de quatro jogos consecutivos sem vencer no campeonato. O Belenenses por sua vez tinha vencido as últimas 3 partidas da Liga NOS, mas foi também eliminada da Taça de Portugal pelo Santa Clara, tendo perdido por 2-1.
Domingos Paciência mudou alguns elementos do onze que se apresentou nos Açores, e deixou inicialmente para trás a táctica dos 3 centrais que parece não resultar quando utilizada. Yebda, Cleylton e Tiago Caeiro saíram do onze inicial, e entraram Persson, Filipe Chaby e Benny. A equipa azul entrou bem no jogo e a tentar mandar e manter o controlo da posse de bola, acabando por ter uma boa oportunidade para disferir o primeiro golpe no adversário aos 4 minutos num cabeceamento de André Sousa após centro de Benny. Um Belenenses com vontade de marcar, mas que ao longo da primeira parte, mantendo o domínio do jogo, foi perdendo algum fulgor. Domingos decidiu mexer com a equipa ainda na primeira parte para dar mais acutilância na frente, tirando Benny (já amarelado) para a entrada de Diogo Viana. Uma primeira parte em que a vontade e o crer dos jogadores das duas equipas eram evidentes, e que se sentia que apenas faltava o golo para animar ainda mais as hostes.
No entanto, perto do término da primeira metade do jogo, deu-se o momento que virou o jogo. Persson foi expulso depois de ter cometido uma falta sobre Pedro Nuno e de ter supostamente pisado Pedro Nuno propositadamente. Apesar das várias repetições televisivas, elas não apresentam uma verdade inquestionável sobre o lance. Vê-se que após a falta o sueco poderá ter tocado com pé em cima do jogador do Tondela, mas ficam dúvidas sobre a intencionalidade e a intensidade do lance.
Se tudo o que rodeou este jogo, já tinha criado tensões entre as duas equipas, este lance ajudou ainda mais, e fez com que o jogo perdesse qualidade e potencial nos segundos 45 minutos. O Belenenses não mais se iria reencontrar com a boa imagem deixada nos primeiros minutos. Domingos gastou a segunda alteração ao colocar Cleylton para o lugar de Chaby, voltando a equipa ao tal sistema de 3 centrais que não tem dado bons resultados.
Os jogadores azuis parecerem afectados pela decisão da equipa de arbitragem liderada por Gonçalo Martins do final da primeira metade, somando a isso o recuo pretendido pelo técnico azul, permitiu que a equipa do Tondela tivesse o controlo do jogo e mais oportunidades para se adiantar no marcador. Algo que aconteceu aos 71 minutos por Hélder Tavraes.
O Belenenses tentou reagir, já com Jesús Hernández em campo no lugar de André Sousa, mas nunca conseguindo criar grandes oportunidades de poder pôr em causa a vantagem do Tondela. Perto do final do jogo surgiu o 2º golo do Tondela por Murilo e a machadada final no marcador. O golo surgiu de um lance polémico em que Hélder Tavares toca com a mão na bola antes de assistir o avançado para o golo. O árbitro consultou o VAR que confirmou a sua decisão inicial de que o toque teria sido involuntário. No entanto parece ser evidente o toque para a frente que permitiu a Hélder Tavares manter-se com a bola e assistir Murilo.
Contas feitas, o Tondela conseguiu a primeira vitória após quatro jogos sem ganhar para a Liga NOS, e o Belenenses vê a sua série de 3 jogos consecutivos a vencer ser terminada. Um jogo polémico que certamente ficará na memória recente dos dois clubes.