Em semana de Queima das Fitas, os Estudantes receberam os Pastéis e o jogo não poderia prometer mais. Ao entrar para o campo, as equipas tinham razão para encarar o duelo de forma combativa, procurando os 3 pontos. No caso da briosa, uma vitória garantia a permanência, já os azuis ficaram a saber do empate – a zeros – entre os seus adversários directos, na luta pela Europa. Um jogo pobre com o resultado que mais se adequou, no fim – o empate.
Ambas as equipas fizeram retornar algumas das suas pedras basilares.
A equipa da casa, comandada pelo homem que prometera cortar o bigode em caso de vitória, apresentou-se com Cristiano, Ricardo Nascimento, J. Real, Oualembo, Aderlan, Fernando Alexandre, Marcos Paulo, Nuno Piloto, Rafael Lopes, Ivanildo e Obiora.
Por seu lado, Jorge Simão fez entrar, em Coimbra , Ventura, Nelson (regresso), João Afonso, Gonçalo Brandão, Filipe Ferreira, Pelé, Ricardo Dias, Carlos Martins (regresso), Abel Camará, Sturgeon e Rui Fonte.
A primeira parte revelou duas equipas em que o medo de perder se sobrepôs à necessidade de vencer. Foram poucos os acontecimentos dignos de registo e aos adeptos apenas foram dadas oportunidades de roer as unhas em duas situações, uma para cada lado, e com recurso à meia distância. Primeiro, por parte do Belenenses, aos 6 minutos, com remate de Ricardo Dias, fora da área, na zona central, a sair ao lado e, do lado da Académica foi Aderlan a rematar contra Filipe Ferreira, com o remate a sair perto do poste esquerdo de Ventura. Apesar do pouco perigo, notou-se, a espaços, a maior qualidade do Belenenses, pelo menos no que ao valor dos seus pupilos diz respeito.
A 2ª parte prometia. Tanto a Briosa como os da Cruz de Cristo entraram em campo com vontade de limpar a imagem do que tinha sido a primeira metade. A bola ia-se sentindo mais feliz, à medida que o tempo passava, jogadas com pés e cabeça iam-se desenrolando. Porém foi sol de pouca dura e o jogo voltou a esfriar pouco tempo depois. Destaques? Apenas os golos. Primeiro a Académica, numa altura em que Jorge Simão fazia entrar Bruno China e retirava Carlos Martins, numa alteração que cheirava a satisfação pela divisão de pontos. Aos 78 minutos, num passe a rasgar para Aderlan que este aproveita para o cruzamento rasteiro e, no interior da área e na cara de Ventura, Rafael Lopes empurra para dentro da baliza, fazendo o 1-0 para o conjunto da casa. Antes do golo o técnico do Belenenses procede a nova alteração, desta feita, tirando o apagado Sturgeon, substituindo-o por um irreverente Fábio Nunes que acabou por ser decisivo. Ironicamente, numa altura em que Viterbo reforçou o meio-campo, surge o golo do Belenenses, fazendo com que ambas as alterações estratégicas das equipas técnicas falharam. Fábio Nunes, pela esquerda, cruza (deu a entender que essa seria a sua ideia inicial), a bola ganha uma trajectória tal que acaba por entrar na baliza, produzindo um golo que fez levantar os adeptos que se deslocaram do Restelo.
Resumindo e concluindo, num jogo em que a vitória vinha a calhar a ambas as equipas, estas não fizeram por isso. Um jogo pobre, no computo geral, com equipas demasiado receosas para quem necessitava de garantir a manutenção e voltar aos lugares de acesso à Liga Europa. O Belenenses tropeça, mais uma vez, num jogo em que, após o empate de Rio Ave e Paços de Ferreira, seria a 2ª oportunidade de “fugir” em direcção à Europa.
Nota ainda para o amarelo a Rui Fonte que o retira do próximo jogo, no Restelo, frente ao Futebol Clube do Porto.