O dia era de muitos nervos. Frente a frente tínhamos o carrasco do Vitória, o Altach; e o Belenenses, disposto a fazer história. Sá Pinto montou um onze com algumas alterações relativamente ao jogo da Liga NOS. Tiago Caeiro, Miguel Rosa, João Amorim e Tiago Silva – que foi escolhido após a lesão de Carlos Martins no aquecimento -, eram as novidades. A receita estava dada antes de entrarem en campo: jogar sem medo , de forma a sair da Áustria com uma vitória. Assim foi.
O jogo começou numa toada impressionante que não deixava descortinar quem jogava ou não em casa. O Belenenses demonstrava um grande entendimento e uma vocação ofensiva bastante vincada. As intenções azuis ficaram bem explícitas aos 14 minutos, quando após um exímio passe do “menino” Tiago Silva, Caeiro acabaria por, num gesto à ponta de lança, colocar a bola no fundo das redes. Estava feito o 0-1. A partir deste momento o Belenenses não se retraiu, como seria de esperar, e acalentou a esperança de chegar ao 0-2. Miguel Rosa era o maestro da equipa, com muitas inclusões no meio, fazia jogar a equipa com vários passes de ruptura e algumas recuperações importantes. Notava-se confiança e crer. O entendimento dos homens da frente era bom, com o número 9 azul a mostrar valências e a dar muito trabalho aos centrais. A partir dos 35 minutos, as coisas começaram a tremer. Sem que o Altach causasse perigo, a equipa visitante era incapaz de acertar o último passe e mesmo os passes de transição, saíam transviados. Um desacerto geral que pedia mesmo o intervalo. Que chegou com a vantagem e o domínio azul.
No reatar da partida as coisas foram bem do período anterior. Os austríacos estavam mais atrevidos e a equipa azul estava mais retraída e menos acutilante, parecia algo nervosa e ansiosa. O Belenenses não conseguia ter bola e isso entusiasmou a equipa da casa que foi chegando à baliza de Ventura sem, no entanto, causar muito perigo. Sá Pinto mexeu bem na equipa, com Ricardo Dias a ser a peça que faltava e com Camará a ter uns bons primeiros minutos. Até ao fim, dois remates perigoso do Altach, muito chutão para a frente do emblema da cruz de Cristo e pouco discernimento de ambos. No entanto, e apesar da ânsia em ganhar, virtude da falta de experiência azul, o jogo acabaria por chegar ao fim com uma vitória do onze mais português do mundo.
Uma vitória crucial que deixa o Belenenses muito próximo de fazer história. Num jogo em que o resultado foi claramente melhor que a exibição, o que fica na memória é a vitória forasteira na Europa. E ainda bem. No entanto, notou-se uma boa dinâmica, um bom entendimento e boas ideias de jogo. Falta é mais consistência e menos ansiedade. Agora é fazer a obrigação no Restelo e… Ganhar!