O Belenenses foi derrota esta segunda-feira pelo Sporting, no seu reduto, por 2-5, um resultado que acaba por ser lisonjeiro perante a apatia e inércia demonstrada pela equipa azul durante os 90 minutos. Tudo isso aliado também à forma perdulária que levou os leões a falharem golos cantados.
Com Aguilar lesionado, Velázquez optou por colocar Rubén Pinto no seu lugar e jogar com Rosa e Sturgeon nas alas, tendo Tiago Caeiro como referência. O nervosismo começou por ser notório logo nos primeiros segundos, tendo Slimani ficado com uma soberana oportunidade para marcar. A insistência de Julio Velázquez em fazer com que a equipa saísse a jogar desde a defesa e, sobretudo, no pontapé de baliza, colocou a equipa em vários sobressaltos. Os passes falhados na retaguarda, o espaço concedido no meio da defesa e a permeabilidade dos defesas laterais, faziam antever um jogo muito complicado. Os forasteiros dispuseram de diversas oportunidades para inaugurar o marcador, tendo sido grande parte delas criadas através de falhanços colossais da defensiva azul. O meio-campo, através de Carlos Martins e Bakic, ainda tentava levar a equipa para a frente, procurando soluções menos óbvias do que a lateralização ou o apenas o apoio frontal do ponta de lança. Contudo, foi tudo infrutífero. Aos 22 minutos, numa jogada rápida do Sporting, Slimani tira Gonçalo Silva facilmente do caminho e atira a contar. Estava feito o 0-1 e a partir daqui não mais o Belenenses esteve em igualdade no marcador. Os de verde-e-branco continuaram a ganhar confiança e a atacar, sobretudo, pelo meio, com tabelas na zona frontal e alguma lateralização à procura de um homem solto na área. Aos 31 minutos, após falta cometida dentro da área por Tiago Almeida, os leões chegariam ao 2-0, novamente por Slimani, desta feita de penalty. Até ao intervalo, a desorientação tomou conta dos pupilos de Velázquez que demonstraram uma apatia, um desnorte e uma falta de qualidade tremenda. Notava-se que os jogadores ansiavam pelo fim dos primeiros 45 minutos. Houve tempo ainda para dois remates perigosos, tanto de Carlos Martins, como de Miguel Rosa. Foram os únicos sinais de perigo da 1ª parte.
Velázquez demosntrou o descontentamento com a exibição azul ao vir do balneário com duas alterações programadas. Saíram Tiago Caeiro e Tiago Almeida, para entrarem Juanto e Tiago Silva. O segundo tempo não trouxe nada de novo. A mesma descoordenação e fragilidade defensiva e uma previsibilidade da zona atacante. Tiago Silva veio dar mais dinâmica ao ataque Belenenses. Adrien aos 53 minutos fazia o 0-3, após um bom remate de longe. A partir desse momento a pressão sobre a linha defensiva Belenenses – já com Sturgeon a lateral-direito – foi sufocante, evitando que os da casa saíssem a jogar. Aos 57 Gutíerrez fazia o 0-4, numa jogada muito confusa na área azul. Os homens da cruz de cristo – que não a abrilhantaram com a exibição de hoje – conseguiram, graças à ineficácia e gestão leonina, ainda marcar um golo aos 74 minutos, por intermédio de Bakic e após um bom livre de Tiago Silva. Já numa fase em que o coração falava mais do que cabeça e, novamente, após uma falha defensiva, o Sporting chegaria ao 1-5. Para acabar, houve ainda tempo para o golo da noite, pertencente a Tiago Silva, que fixaria o resultado em 2-5.
O Belenenses não comprometeu os seus objectivos com esta derrota, porém, pedia-se mais. Muito mais. Mais brio, mais concentração, mais garra, mais crer, mais qualidade, sobretudo. Este terá sido, muito provavelmente, o pior jogo da época, que só acabou atenuado pela tremenda falta de eficácia adversária e pelos dois golos “de honra”. Velázquez tem de rever rapidamente a sua estratégia e, mais importante que tudo, conseguir equilibrar a equipa a nível mental.