Pior era impossível. O Belenenses foi a Chaves perder por 3-1 em jogo a contar para a 6ª jornada da Liga NOS. Os dois golos de diferença acabam por ser lisonjeiros mediante a qualidade que as equipas apresentaram em campo. Uma equipa completamente desinspirada, desconcentrada e muito descoordenada. Os três “d’s” que justificam na íntegra esta derrota justa perante uma equipa com uma ideia de jogo totalmente distinta e com mais qualidade.
As contrariedades começaram antes de tempo para a equipa de Belém. Miguel Rosa, um dos mais criativos e mais lutadores da equipa, ficou de fora – à última da hora – por lesão. Julio Velázquez viu-se assim obrigado a mexer na equipa. João Diogo jogou a extremo e Dinis Almeida, a lateral-direito. O jogo começou numa toada lenta, com muitos passes falhados pelos visitantes, inúmeras bolas perdidas na fase de construção e um sem número me decisões erradas por parte dos jogadores azuis. Palhinha e Rosell voltaram a não entender-se no miolo e o espanhol acabava por perturbar as acções defensivas do jovem português. Com um futebol muito mais vertical do Belenenses – vulgo, “chutão para a frente” -, o Chaves acabou por ceder a iniciativa de jogo ao adversário, aproveitando a velocidade dos extremos e do lateral-direito, Paulinho, para explorar o erro do Belenenses. O golo dos azuis viria surgir quando ninguém esperava. Aos 30 minutos, na sequência de um canto de Rosell, Domingos Duarte aproveita o falhanço de António Filipe, guardião flaviense, para atirar a contar. Estava feito o 1-0 que durou até ao intervalo. Os primeiros 45 minutos foram assim marcados pelos excessivos erros não forçados dos homens da Cruz de Cristo e por falta de um criativo na zona de ataque. O Chaves, não estando sempre por cima, procurou sempre ter o jogo controlado.
Na 2ª parte, tudo piorou um pouco. Com a entrada de William e Elhouni, os transmontanos tornaram-se mais acutilantes no ataque e com mais soluções para alvejar a baliza de Ventura. Com um jogo excessivamente baseado em cruzamentos, era dessa forma que os homens de Jorge Simão mais importunavam a baliza visitante. O Belenenses, por sua vez, mal conseguia sair a jogar. Velázquez remeteu toda a sua equipa aos últimos 25 metros e eram raras as vezes em que se vislumbrava uma jogada criada de raiz e que não tivesse como primeiro passo o alívio de uma bola. Pouca bola, zero remates, demasiado desacerto e muito sufoco, foi assim que o Belenenses enfrentou o Chaves durante toda a 2ª parte. A defesa lá ia tentando suster as várias tentativas dos flavienses que faziam da injustiça no marcador a suar força motriz. O cântaro tantas vezes vai à fonte, que um dia acaba por ficar por lá. Assim foi. Depois de um penalty – mal assinalado, diga-se – convertido por Braga, à passagem dos 75 minutos, a equipa da casa ganhou outro fôlego para tentar chegar aos 3 pontos. O timoneiro espanhol do Belenenses decidiu remeter ainda mais para trás a equipa e tentar conquistar o “pontinho”. De pouco valeu. Ainda com os 4 centrais, 2 laterais e 1 médio super defensivo em campo, algo que aconteceu com a entrada de Gonçalo Silva aos 71 minutos, os azuis viriam a sofrer o segundo golo, após um livre batido fora da área e um desvio de cabeça de Battaglia. A resposta do Belenenses foi fazer entrar Luís Silva e Andric para os lugares de João Diogo e Dinis Almeida. De nada valeu. A pressão e o ímpeto do Chaves foi cada vez maior e a equipa superiorizou-se facilmente, marcando o terceiro e último golo já aos 86 minutos. 3-1 foi o resultado final num jogo que ficará para a história da temporada como, muito possivelmente, a pior exibição.
Sem desculpas possíveis, o Belenenses somou a 2ª derrota no campeonato, depois de ter sido derrotado no Bonfim, logo na 1ª jornada. O pior, para todos os sócios e simpatizantes do clube, não é a derrota, é sim a muito fraca qualidade exibicional apresentada pela equipa.