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Rescaldo: A arte de não saber mexer com o jogo

Rescaldo: A arte de não saber mexer com o jogo

O Belenenses deu seguimento ao seu pior momento da temporada (somou a 4ª derrota seguida) ao perder com o FC Porto por 3-0. O jogo teve pouca história. Dois conjuntos com objectivos distintos e, sobretudo, poderio muito díspar. A turma de Quim Machado demonstrou mais uma vez que não se consegue mostrar nos jogos contras as equipas grandes. A falta de astúcia e coragem, ditou aquilo que parecia certo mal os adeptos viram o onze inicial. As substituições tardias foram pecado capital no clássico mais azul do futebol português.

Camará a ponta de lança, Edgar Ié no lugar de Gonçalo Silva e Fábio Nunes e Diogo Viana nas alas. O treinador, de 50 anos, decidiu inovar, mas isso de pouco valeu. Uma equipa muito preocupada em reduzir o espaço no primeiro terço do terreno, simplesmente abandonou a ideia de sequer chegar ao último terço. O Belenenses até ia tendo alguma bola nos primeiros minutos, mas era consentido pelos dragões, que estavam sempre à espreita de um erro para não deixar os azuis sem riscas matar o borrego de 16 anos. Florent teve um dia para esquecer e Edgar Ié fazia tudo de forma pouco pensada e trabalhada. Estes viriam a ser dois pontos que iriam custar caro ao emblema da Cruz de Cristo. Yebda, Persson e Vítor Gomes nunca se entenderam e aliaram maus passes a pouca acutilância defensiva. O triângulo do meio-campo esteve quase desastroso e só por alguns momentos se conseguiu impor. As bolas paradas foram fatais para o Belenenses. O primeiro golo (37′) surgiria de um livre lateral e de uma grande descoordenação da defesa. 1-0 era o resultado ao intervalo, num jogo que o FC Porto nunca deixou de ter controlado.

Na 2ª parte os lisboetas entraram melhores, mais serenos e com boas triangulações entre os médios interiores e os alas. No entanto, faltava presença na frente, alguém que conseguisse assustar a defesa contrária, não um jogador que só conseguisse segurar a bola e passar para trás. A culpa tem de ser atribuída a Quim Machado. Era óbvio que faltava frescura na equipa e Miguel Rosa, Juanto, André Sousa ou Maurides podiam fazer a diferença numa altura em que os azuis e brancos não conseguiam materializar a avalanche ofensiva. O técnico do Belenenses não mexeu até aos…80 minutos, já o jogo estava 3-0. De pouco valeram a entradas de Rosa, Juanto e Sousa, porque o jogo já estava mais do que decidido. É isto um dos – muitos – aspectos em que Quim Machado peca. A leitura do jogo tem de ser feita em simultâneo com o decorrer dos acontecimentos, não se pode ter um guião já estruturado e não o alterar até ao fim. Brahimi, Corona, Danilo e Soares fizeram o que quiseram do Belenenses, que apesar de ter demonstrado alguns bons momentos de organização e competência táctica, nunca foi realmente um perigo para os dragões. Prova disso são as impressionantes zero(!) ocasiões de golo criadas por um ataque inoperante e previsível.

Esta derrota pode ter consequências no espírito anímico de uma equipa que ainda não tinha somado 4 desaires seguidos. Os jogos que se avizinham não são fáceis e a aparente falta de objectivos (32 pontos faltando 6 jornadas dão algum conforto) pode levar a um marasmo exibicional e uma falta de atitude competitiva. Quanto ao borrego adolescente que tem crescido ano após ano, fica para a próxima época a celebração da sua morte.

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