O Belenenses perdeu a oportunidade de se aproximar da carruagem europeia e vê agora esse objectivo de uma forma mais distante. Num jogo caseiro contra o Arouca, no qual todos os adeptos esperavam uma vitória, a equipa da casa não foi capaz de concluir as diversas oportunidades de golos de que dispuseram. O 0-2 acaba por premiar uma equipa matreira, com um estilo de jogo sujo e muito eficaz.
O jogo começou com o Belenenses a apresentar o mesmo onze que tinha utilizado em Moreira de Cónegos. Sem nenhuma referência no ataque, com dois homens abertos e com uma preponderância da linha intermédia. Ora, foi exactamente essa linha intermédia composta apenas por jogadores que tratam a bola por “tu”, que foi muito inoperante durante os primeiros 45 minutos. Não havia uma ligação entre o meio-campo e o ataque, a saída de bola era muito confusa e atabalhoada, apostando muitas vezes no “overlapping” dos laterais, que dessa forma desguarneciam a retaguarda azul. O último passe era algo que tardava em surgir, muito por culpa de uma linha defensiva muito junta dos visitantes.
Com pouco esclarecimento em termos ofensivos, os azuis não permitiam grandes veleidades aos arouquenses, que raramente se acercaram da baliza de Ventura. Uma partida muito faltosa e logo desde início com bastante anti-jogo por parte dos visitantes – já se antevia o que seriam os 90 minutos. Ainda antes do intervalo, um defesa do Arouca foi expulso por acumulação de amarelos.
Ao encontrar-se em vantagem numérica, o Belenenses veio do intervalo mais aguerrido, com vontade de dar a volta ao jogo e seguir o comboio Europeu. O discernimento continuou a ser pouco e nada parecia sair bem aos homens do Restelo. As oportunidades foram-se multiplicando, mas tudo acabava frustrado em remates ao lado, cortes providenciais ou defesas com qualidade. Já com Gonçalo Brandão de fora por lesão, o adjunto do Belenenses, Luís Llorente, optou por lançar para jogo Juanto, descaindo Aguilar para o centro da defesa. Depois de um domínio em toda a linha dos jogadores da casa, ainda que com pouca clarividência e intenção, viria a surgir o golo da equipa de Lito Vidigal. Aos 66 minutos, através de um contra-ataque, Walter, deixa os dois centrais do Belenenses para trás – ficaram mal na fotografia – e sozinho, frente a Ventura, atira a contar.
A partir do golo forasteiro os homens da cruz de cristo passaram a jogar mais com o coração do que com a cabeça e nada parecia entrar na baliza. Foi então que o Arouca começou o espetáculo de anti-jogo. Uma vergonha sem precedentes. Jogadores a atirarem-se para o chão a cada segundo, demora em todas as bolas paradas e um sem número de atitudes que só envergonham quem gosta do desporto. Tudo isto valeu que o tempo fosse passando sem que o Belenenses concretizasse as diversas oportunidade de que dispôs. Nem com Tiago Caeiro em campo tal foi possível. Já perto do fim, num livre à entrada da área que ditou a expulsão de Rafael Amorim, Lucas Lima estabeleceu o resultado final. Até ao fim do jogo ainda houve tempo para Bracali se atirar para cima de 10 vezes ao chão e fingir outras tantas lesões. Chegou a ser confrangedor. Os da casa ainda acreditaram quando Mateus foi expulso e ficaram a jogar 10 para 9, contudo, não foi possível. O anti-jogo de Lito Vidigal, levou a melhor.
Com este resultado as expectativas europeias acabam por se frustrar. Nada está perdido, porém, es