in

Reportagem: 1.º Torneio Internacional “C.F. Os Belenenses”

Também o Professor Pedro Alvarez falou do seu regresso ao Belenenses.

Professor, agora que terminou o torneio e é a segunda vez que treina a equipa de andebol do Belenenses, qual é o balanço que faz?
– É a segunda vez  no Belenenses, numa situação completamente diferente da situação anterior. Na primeira vez que aqui estive tínhamos condições de lutar pelo título. Hoje não lhe posso esconder a verdade, como sócio, adepto e como simpatizante do Belenenses. Eu passei aqui momentos como campeão, com equipas magníficas, mas hoje em dia é completamente diferente mas não trabalhamos de maneira diferente! Para o “1º torneio internacional do C.F. Belenenses” podíamos ter escolhido equipas mais fracas onde o objetivo seria ganhar e oferecer a vitória aos sócios. Agora com duas equipas fortes e potentes que em Espanha estão bem classificadas e que na última época ficaram em 6º e 7º lugar, é mais complicada a vitória. O próprio Sporting viu-se em dificuldades em ganhar a qualquer uma das equipas participantes. Nós ainda estamos desfalcados, faltam jogadores e com a réplica que estamos a dar, levamos a acreditar que podemos chegar mais longe, é tudo uma questão de tempo e de trabalho, dependendo de outros factores da competição.

No que diz respeito aos jogadores mais experientes comunicarem com os jogadores que agora chegaram a séniores, questionamos se  a liberdade que é dada para existir essa comunicação “técnica” é dada por si…
– Aqui não há ditadura! E eu vou utilizar uma expressão sua, isto é a “Comunidade Azul”! Se nós não tivermos uma família, uma estrutura onde as pessoas realmente gostem do que estão a fazer é complicado, e este é o nosso trabalho! Se eu não tiver orgulho no que estou a fazer, quem e que vai ter? Em primeiro lugar tu fazes parte desta equipa. Eu responsabilizo, mas nunca culpabilizo! Existem hierarquias. Se o Rui Silva fosse pouco utilizado durante o torneio, não era um problema, mas não jogou um minuto em detrimento dos jogadores mais novos. Utilizei os jogadores mais novos para terem mais minutos. Provavelmente nos jogos do campeonato vou utilizar o Rui Silva. Não tivemos medo disso, mas enquanto estava no banco, ajudou os mais novos. Um treinador não tem qualquer problema nessa situação desde que qualquer jogador, ou treinador adjunto, o Pedro Violante, saiba intervir. Aqui ninguém se atropela, eles sabem isso ! Por outro lado têm a liberdade para a crítica, porque estamos a construir uma coisa bonita, se calhar vai-se ver pouco porque as condições são diferentes, mas eu sou honesto, gostaria de ver mais pessoas do Belenenses, aqui a ver os jogos. Mas é para isso que vamos trabalhar, porque isto é um espectáculo, temos de puxar as pessoas, vamos estar bem e vamos começar a ganhar, não vai ser fácil, mas não desistimos. Amanha cá estaremos para trabalhar! Temos um orçamento que nada se compara a outros anos, mas estamos a trabalhar bi-diário, a as pessoas não entendem. Estamos no mês de Agosto e o pavilhão esteve vazio mas continuamos a trabalhar. É um trabalho que temos de fazer. Eu reconheço que o ano passado foi um de sobrevivência, chegámos aqui com cinco jogadores, um balneário vazio, mas avançámos. Azares dos azares, as lesões do Luís, do João Lino, do Bruno, do Ruben e o Pedro Delgado que foi para França. Naquela altura perdíamos uma media de oito golos por jogo. Não há milagres e nesta época não posso prometer que o Benfica e o Sporting venham aqui tremer.

O que fizeram de mais importante nesta pré-época? O que foi diferente das outras?
– Fizemos um estágio! Juntámo-nos, não foi uma semana, foram três dias. Em três dias, treinámos três vezes por dia e fizemos dois jogos. Viemos para aqui e tínhamos um torneio com equipas claramente mais superiores. Nós a jogar na liga espanhola descíamos de divisão, mas também lhe digo, Porto, Benfica e Sporting não se classificavam para as competições europeias!

Como é que foi a construção desta equipa?
– Principalmente com jogadores da casa. Através de um núcleo duro de jogadores do Belenenses como o Rui Silva, o Vasco Pinto, o João Pinto, o João Valadas. Fomos recuperar alguns jogadores, e depois temos outros. Isto é, temos a raiz da árvore, isto é a família!

Existem jogadores na equipa que esta época é o seu primeiro ano como sénior, e outros o seu segundo ano. Existe um trabalho dos jogadores mais experientes de os puxar para o grupo? É isso que se está a passar?
– Não tivemos medo nenhum de chegar aqui e lançar, o Pedro Carvalho, o David Carvalho, que são júniores de primeiro ano. O André Alves que parece um sénior, não tivemos medo, porque lhe demos condições, e dissemos-lhes que estavam a ser promovidos e que têm que dar graças a estar nesta equipa, têm que ter o brio e o orgulho em estar nesta equipa e em representar este clube. No fundo eles são o futuro da formação.

Os dois jogadores angolanos que estão para chegar são uma mais-valia, tanto a nível individual, como a nível coletivo?
– Conheço muito bem os dois jogadores. O Moreno, um bom lateral esquerdo, com características muito diferentes das do João Valadas. Penso que é um jogador que nos vai ajudar bastante, é um shooter, um rematador! O Heno é um central, muito sério em termos de treino e muito competitivo, mas é daqueles jogadores que passa despercebido mas quando aparece, é para desequilibrar um jogo. Eu prefiro ter um jogador de equipa do que uma estrela na equipa. Temos expetativas em relação aos dois jogadores e sabemos que vão ser muito úteis no plantel do Belenenses.

Reportagem: 1.º Torneio Internacional “C.F. Os Belenenses”Google Notícias

Siga o CA Notícias na Google e leia as notícias em primeira mão!
Veloso sai por empréstimo

Veloso sai por empréstimo

[Juniores] Oeiras, 0 – Belenenses, 1

[Juniores] Oeiras, 0 – Belenenses, 1