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Pérolas do Retrogaming: Harry Potter e a Pedra Filosofal (PS1)

Pérolas do Retrogaming: Harry Potter e a Pedra Filosofal (PS1)

Harry Potter dispensa apresentações. É certo que em 2001 quando o primeiro filme foi lançado a sua popularidade explodiu em todo o mundo incluindo em Portugal. Por isso, naturalmente viriam vários videojogos baseados nos livros que serviram de base aos filmes. Mas serão os primeiros resultados tão bons como muitos fãs os recordam?

Tchiii que escola cheia de alunos!

Hoje o caso em análise é o da PlayStation 1 e a altura não poderia ser melhor para uma retrospetiva, tendo em conta a notoriedade que “Harry Potter Hogwarts Mystery” tem ganho desde o seu recente lançamento. A ideia de um platformer de Harry Potter agrada logo aos que desejam aventurar-se a explorar aquele castelo encantado. Contudo, não nos esqueçamos que na era da PlayStation 1 ainda existiam algumas limitações em diversos aspetos.

Gameplay

Também eu ficaria com esta cara se ficasse presa dentro de um quadro

Harry Potter e a Pedra Filosofal para a PlayStation 1 trata-se de um platformer que lançou uma série de jogos baseados nas aventuras do Rapaz que Sobreviveu. Controlas a personagem principal, cuja principal forma de ataque é o Feitiço Flipendo (X). A única habilidade mais relevante que a personagem tem envolve o facto de trepar e saltar automaticamente sem ser necessário carregar em algum botão.

Além do Flipendo Cai-de-Costas a personagem aprende outros feitiços que lhe serão úteis: Wingardium Leviosa (levitação), Incendio (o nome fala por si), Verdimillious (que revela passagens secretas e plataformas ocultas) e Avifors (que transforma estátuas de pássaros em estátuas reais). Cada um destes feitiços exige um timing preciso, especificamente carregar no botão certo à hora certa (definitivamente os feitiços são mais flexíveis nas versões da PlayStation 2!).

Eles inspiraram-se no Superman 64 para isto não foi?

Além das aulas tens também as missões principais e algumas sidequests, nomeadamente uma que envolve coleccionares feijões de todos os sabores de quatro cores, dá-los aos gémeos Weasley de modo a coleccionares algumas recompensas úteis. Também tens vários desafios de voo, sejam treinos, Quidditch, e outros desafios correspondentes a certas partes da história original.

Os “Pros”

Por muito absurda que a história e as missões sejam neste jogo, há que admitir que há uma criatividade nestes jogos que falta um pouco às versões da PlayStation 2. Em que jogo podes fazer uma corrida contra o Peeves? Em que jogo conduzes os carros das minas de Gringotts a altas velocidades? Em que jogo lutas contra várias armaduras que te querem matar?

Em que jogo mandas foguetes à fuça do Malfoy?!

O jogo também consegue ser atmosférico em certas partes. Consegue capturar quer o lado alegre de Hogwarts, quer o seu lado mais sinistro. A única coisa que dá pena é o facto de algumas das áreas em causa só poderem ser visitadas uma vez. Os inimigos e bosses são diversos e com diferentes habilidades.

Tens vários mini jogos que te permitem explorar novos desafios divertidos, bem como as novas habilidades que desbloqueias caso completes os quatro desafios dos feijões de todos os sabores. A Nimbus 2000 e o Flipendo Duo vão ser úteis particularmente em jogos de Quidditch e na parte final do jogo.

A última parte do jogo, especificamente quando vais buscar a Pedra Filosofal, é sem dúvida a melhor parte do jogo. Há suspense presente em várias partes e nota-se uma certa inspiração tirada mais dos livros do que dos filmes. O boss final é renhido e sinceramente pode bem ser um dos melhores bosses que confrontei na PS1.

É impressão minha ou há gemidos a mais nesta parte?

Os ”Cons”

“Já agora Harry és tu quem vai pagar as despesas!”

Começo com um dos piores defeitos que este jogo tem que era normal em muitos jogos daquela era: a falta de uma “verdadeira” história com princípio meio e fim. As revelações e os eventos do livro simplesmente acontecem ao Harry que é nada mais que uma personagem passiva (o facto de ele não falar neste jogo dá força a este defeito!). Uma certa personagem pede-te ajuda e simplesmente tens que ir porque senão o jogo não avança.

Este é o Dumbledore ou o Abominável Homem das Neves?!

Os gráficos… Deus do céu que hoje em dia têm tão mau aspeto! As caras e aspetos das personagens têm um ar aterrorizante comparado com jogos como Crash Bandicoot ou Spyro the Dragon. Esta contradição ainda fica pior quando vês a história contada através de um livro de histórias com boas ilustrações das personagens e de seguida voltas a um mundo mais “feio” comparado com essas cutscenes. E no que toca a “voice acting”, a nossa consegue ser pior que a Inglesa (a maioria das vezes parece que as personagens estão claramente a ler um guião e não a expressá-lo).

Por amor de Deus Harry diz alguma coisa!

O jogo também tem o problema de ser muito linear apesar das suas sidequests. Sei que existiam ainda limitações na era da PlayStation 1, mas se os jogos de Spyro permitiam-te explorar os mundos que quisesses mal completasses o jogo, porque não podia essa lógica ser aplicada a este jogo. As versões da PS2, PC e Game Boy Colour felizmente vêm com essa vantagem o que deixa este jogo com uma certa desvantagem.

Outra coisa que me chateia neste jogo é o facto de aprenderes feitiços que só utilizas uma vez. Usas várias vezes o Wingardium Leviosa e o Incendio, mas o Verdimillious e o Avifors são totalmente postos de parte mal sais de certas áreas. Para quê aprender novas habilidades se durante o resto do jogo não as usas mais?!

Os controlos de voo neste jogo fazem lembrar o Superman 64. São confusos ao início e conseguem ser demasiado pesados para a velocidade que a personagem ganha o que cria problemas na hora de mudar de direção. Felizmente no jogo seguinte há um tutorial que ajuda o jogador a adaptar-se aos controlos, mas definitivamente fez falta neste caso.

Consenso

De perto ainda são mais medonhos do que pensava

Este jogo foi uma boa introdução da franquia Harry Potter à primeira geração da PlayStation. Apesar de ter vários momentos divertidos que conseguirão entreter particularmente os “potterheads”, digamos que este é um caso de um jogo que não é tão bom como me lembro.

Os controlos em vários aspetos (especialmente os de voo) precisavam de ser revistos, a história é confusa e estapafúrdia em certas partes, há habilidades que a personagem aprende uma vez e nunca mais volta a usar e os gráficos definitivamente são um elemento que não envelheceu nada bem neste jogo. Ainda assim ganha pontos pela originalidade no gameplay e pela atmosfera que consegue criar em certas partes.

Daqui a bocado levas com um foguete na cara!

Será que o segundo e último jogo da PlayStation 1 conseguiu tirar notas dos erros cometidos com este e melhorar? Daqui a duas semanas siga para a Câmara dos Segredos!

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