Mágico. Estupendo. Fabuloso. Histórico. Inesperado. Lindo. Saborosa surpresa. Não há palavras, não há adjectivos, para descrever a noite de ontem.
Sempre me ensinaram que o importante na vida, não é ser-se forte, é sim, pensar que se é forte.
Assim foi ontem este Belém. Um Belém mágico que como quem não quer da coisa, diverte-se a jogar, sacode a pressão, joga um futebol interessante e rendilhado, com consistência lá atrás e ratice ofensiva.
Foi histórico o resultado, mas mais histórico é como se conseguiu o mesmo: após começar a perder 1-0 aos 15 minutos, em casa do adversário (candidato a conquistar a prova), que será palco da final da Liga Europa este ano, vira-se, na adversidade o resultado para 1-2 ainda antes do intervalo. Magnifico.
E, quando a segunda parte, fazia prever um Belenenses com o autocarro em frente à sua baliza, outra surpresa: jogámos o jogo pelo jogo, não nos limitamos a defender e jogámos de igual para igual, olhos nos olhos, como se o orçamento das duas equipas não tivesse um fosso entre si a rondar os 45 milhões de euros.
Há lições no futebol que nos servem para a vida, a noite de ontem fez jus a essa máxima. Tudo é impossível até acontecer, basta nós lutarmos por isso. E este Belenenses, correu, lutou, guerreou, sem dúvida, por isso.
Penso que esta seja uma resposta adequada a todos aqueles, que quando saiu o grupo e ainda durante a tarde de ontem, diziam que o Belenenses era o “Out sider” do grupo e que já tinha feito o que lhe competia: chegar à fase de grupos. O que é facto é que, ao fim da primeira volta, que nos brindou com dois jogos fora e um em casa, estamos em segundo lugar. É favor começar a valorizar mais este grupo.
Matateu, Artur José Pereira, Pepe e tantos outros, estejam onde estiverem, terão com certeza em festa, em lágrimas, emocionados.
Ontem, quando acabou o jogo, vi-me em lágrimas. Lágrimas de alegria. Lembrei-me da pressão e do ambiente pesado que vivemos naquela tarde de Maio há um ano e meio, frente ao Arouca, o jogo do tudo ao nada, que foi um sufoco até perto do final, quando o Deyverson marcou o golo a passe do João Pedro. Lembrei-me do aperto no coração que tinha, de quando me desloquei à Póvoa do Varzim, há 5 anos, festejar a manutenção na segunda divisão. Lembrei-me dos tempos negros, em que numa tarde, num jogo frente ao Atlético, na Amadora, os nossos equipamentos e troféus foram penhorados.
Sofremos tanto para chegar aqui. Mas se fosse fácil que graça tinha?
Amo-te Belém!
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