Luis Santos 
Última vitória (2-1) dos azuis na casa do Sporting foi em 1954 | Nem Carlos Gomes evitou que Matateu bisasse para a equipa de Fernando Riera… no Jamor | E um árbitro ficou na história
Completam-se a 26 de dezembro 60 anos desde a última vitória do Belenenses no recinto do Sporting, para o campeonato. Dois golos de Matateu (54 e 83 minutos), valeram o triunfo (2-1), na 13.ª jornada, no Estádio Nacional, casa emprestada dos leões: sim, Alvalade, o antigo, estava em construção, só foi inaugurado em 1956. E a televisão só começou as suas emissões regulares no nosso país (RTP) em 1957.
Meio século, mais dez anos. Se mais não fosse, só por este indicador se pode aferir da hercúlea e ciclópica missão que será, para os comandados de Lito Vidigal, trazer os três pontos do recinto leonino no sábado, num derby de Lisboa e clássico do futebol português ao qual, curiosamente, a formação do Restelo chega a Alvalade (o recinto inaugurado em 2003) um ponto à frente dos leões, o que — bom presságio? — também é raro.
A MELHOR EQUIPA DE BELÉM
Dizer que vencer em Alvalade será histórico ainda peca por defeito. Foram estes os onze heróis que ganharam um lugar no coração das adeptos: José Pereira; Pires, Serafim (capitão), Castela, Raul Figueiredo, Vicente, Di Pace, Dimas, Matateu, Perez e Tito. “A melhor equipa de Belém venceu excelentemente a actual turma leonina», escreveu Vítor Santos em A BOLA, no dia seguinte.
Nem a polémica do golo de Juca, para o Sporting (68 minutos), com José Pereira a garantir que “a bola não entrou», e a expulsão do leão Mendonça ensombraram um jogo em que “os médios Castela e Vicente estiveram em grande plano» na equipa orientada pelo chileno Fernando Riera.
DRAMA NA SEGUNDA VOLTA
Tavares da Silva orientava os leões: Carlos Gomes era gigante entre os postes, Travassos e Vasques, dois dos Cinco Violinos. ainda davam música. Na segunda volta, nas Salésias, última ronda e grande drama na história azul: em despique com o Benfica pelo título, e a receber o Sporting, ganhavam até quase ao final mas as leões, já fora da corrida pelo campeonato empataram (2-2, golo de Martins)… e o título foi para as águias.
Para o bouquet ficar completo, o árbitro no Jamor foi Inocêncio Calabote, que quatro anos mais tarde (março de 1959) ficou célebre, no Benfica-CUF que nunca mais acabava… e o FC Porto à espera em Torres Vedras, já com o seu jogo acabado, a rezar para as águias não marcarem mais golos e serem campeões. Por um golo. E foram. Mas os dragões sofreram…
por ANTÓNIO BARROSO
http://feeds.feedburner.com/CronicasAzuis
Fonte: Crónicas Azuis
