“Sabemos para onde queremos ir, temos objetivos claros, e o campo é um ponto assente para nós!”
No dia em que as equipas de sub-16, sub-23 e a equipa sénior de rugby do Belenenses realizaram o primeiro jogo no campeonato nacional, a Comunidade Azul foi conversar com o presidente da secção de rugby do clube para saber como está o setor de formação da modalidade e o novo campo de rugby no Monsanto.
O regresso do João Sousa Uva ao clube e todo o trabalho de coordenação da formação que está a realizar, bem como treinador da equipa sénior, é uma mais-valia para toda a secção de rugby do clube?
– Muito mais que o regresso do João inicia-se uma nova fase com futuro na formação do nosso clube. Temos de ter a visão de construir uma mentalidade, novos jogadores nas condições atuais com os recursos que temos. Temos de ser os donos do nosso tempo e do nosso espaço. Os nossos escalões treinam em 5 locais diferentes e não há um sentimento de pertença e a alma que são necessários ter para disputar um jogo de combate e o rugby não é um jogo individual e é necessário estarmos juntos para juntos resolvermos as coisas. A vinda do João veio trazer o espírito do Belenenses, de amizade e união entre os jogadores e a definição de características técnico-táticas entre todos os níveis e escalões, para que todos possam jogar da mesma maneira e para que possamos apelar a uma definição clara de um padrão e de um tipo de jogo que queremos implementar. Temos um problema grave no que respeita a recursos humanos porque muitos jogadores desapareceram, ou porque deixaram de jogar ou devido a lesões, e esses são os que acolhem os mais novos. A equipa de sub-16 que foi campeã nacional, que agora são sub-18 não tem o acompanhamento dos séniores e é aqui que entra o João Sousa Uva com a sua larga experiência internacional.
Qual o desenvolvimento do novo campo que está a ser feito no Monsanto e quais as próximas iniciativas para haver mais contribuições monetárias para a continuação da construção do campo?
– Muito do que a construção do campo, a modalidade ajuda na construção do carácter da pessoa/atleta para o seu futuro. Tentamos sempre ter novas alternativas como é o caso do centro de apoio e explicações, CAE, que veio ajudar na formação escolar dos nossos atletas para estarem mais perto de nós, devido ao horário dos treinos. Relativamente ao campo, já estamos na fase de apresentação do projeto de especialidades na câmara municipal de Lisboa e vamos continuar á procura de financiamento, e não tem sido fácil, apesar de ter existido mobilização de muita gente. Vamos agora organizar umas festas e acontecimentos, não só para angariação de fundos mas também para fazermos propaganda do nosso projeto para iniciarmos o movimento de todos aqueles que são do Belenenses e que gostam de rugby para que transportem uma pedra para a construção do campo. Temos de passar a ter um espaço próprio, o nosso campo, a nossa cabine e criar á volta um clube para que todos nos possamos encontrar e conviver.
O dia de hoje é um grande exemplo. Apesar de estarmos a jogar casa, porque é um Belenenses – Agronomia, o jogo é disputado no campo do Agronomia! É um pouco estranho?
– É um pouco estranho? O ano passado realizámos três jogos em casa. É uma clara desvantagem perante os nossos adversários. Os nossos atletas têm sido verdadeiros heróis. Treinam ali, depois vão treinar noutro lado. Treinam na Casa-Pia, no campo n.º3, na pista de atletismo, na praia de Carcavelos, no estádio nacional. É necessário ter um local para os nossos atletas treinarem. Sabemos para onde queremos ir, temos objetivos claros e o campo é um ponto assente para nós!