A final da Liga dos Campeões Feminina joga-se nesta quinta-feira no Estádio do Restelo. É a outra final de Lisboa, aquela que antecede o tão esperado embate espanhol. E, para com o jogo entre Real e Atlético, são tantas as diferenças que constituem esta decisão de um título europeu de clubes entre o Tyresö e o Wolfsburgo. Mas também há muitas semelhanças com a prova rainha da UEFA disputada pelos homens.
A começar pelo potencial das equipas. O Wolfsburgo é o atual campeão europeu além de ser o detentor do título na Alemanha, país que tem mais de metade dos títulos europeus femininos de clubes (sete). O Tyresö é uma equipa da Suécia (país com o primeiro bicampeão europeu) que está recheada de estrelas do estrangeiro, a começar pela brasileira Marta, cinco vezes eleita a melhor jogadora do mundo.
O troféu que as jogadoras do @TyresoFF e do @VfL_Wolfsburg desejam erguer amanhã no Estádio do Restelo. #UWCLfinal. pic.twitter.com/mOHXa4uEjh
— Hugo Pietra (@UEFAComHugoP) 21 maio 2014
Numa comparação grosseira, o Tyresö podia fazer lembrar o Real Madrid na base do grande investimento que o clube dos arredores de Estocolmo fez no futebol feminino para construir uma grande equipa onde, além de Marta – uma velha conhecida de Cristiano Ronaldo nas cerimónias de entrega dos prémios da FIFA –, jogam mais quatro brasileiras, três norte-americanas (como Christen Press), uma dinamarquesa, ou a espanhola Verónica Boquete.
Na equipa germânica, a base de jogadoras nacionais assemelha-se mais a um Bayern Munique. O Wolfsburgo tem apenas quatro futebolistas estrangeiras: uma sérvia, uma húngara, uma suíça e uma… sueca. A estrela das alemãs é a avançada Conny Pohlers, a melhor marcadora de sempre da Liga dos Campeões, com 48 golos, e em finais (oito golos). Pohlers já ganhou o título europeu de clubes três vezes e (como a companheira de equipa Viola Odebrecht) pode chegar à inédita quarta vitória na Liga dos Campeões.
A capacidade dos estreantes para serem campeões europeus
Este domínio do futebol por jogadoras que estão acima dos 30 anos, como Martina Müller (34), ou as duas outras já referidas (Pohlers tem 35 e vai fazer o último jogo da carreira e Odebrecht tem 31 anos) torna-se numa das diferenças para a Champions masculina. Outra é a ainda maior diferença entre equipas de topo e as muitas outras participantes. Nos 16 avos de final, o Wolfsburgo fechou a eliminatória com o Parnu com um total de 27-0 em golos nas duas mãos.
Uma característica muito própria desta Champions feminina – que ainda torna mais peculiar as diferenças entre os participantes de todos os anos – é que ser estreante na prova não quer dizer menos aspirações. Como já tinha acontecido três vezes, o Wolfsburgo sagrou-se campeão europeu na época passada no ano de estreia e batendo na final o bicampeão em título, o Lyon. E, nesta quinta-feira, é a equipa alemã que vai defrontar outro estreante nas competições europeias.
Para chegar a esta final, O Tyresö eliminou o Birmingham empatando 0-0 em Inglaterra e vencendo 3-0 na Suécia.