Na deslocação à Amoreira em jogo a contar para a 8.ª jornada, tivemos a oportunidade de falar uma vez mais com o nosso speaker, Francisco Salema Garção.
CA – Como é ser speaker do Belenenses?
FSG – Ser speaker do Belenenses envolve três coisas: É um sonho tornado realidade, que sempre foi o meu. O meu talento é a voz, sou humorista e imitador e sempre foi o meu sonho puxar pelo Belenenses, pelos meus adeptos e pelo clube do meu coração.Em segundo lugar é uma responsabilidade enorme porque toda a gente me ouve; até já fui multado, por isso tenho que ter uma responsabilidade acrescida, é uma responsabilidade ter que puxar pelos adeptos no apoio à equipa porque uma parte depende de mim e a outra depende da claque Fúria Azul (Aproveito para deixar um abraço e felicitações à Fúria Azul pelo trabalho fantástico que têm vindo a fazer) e dos adeptos. E em terceiro lugar, é uma honra e um orgulho ser speaker de um dos grandes em Portugal que é o meu clube do coração e é também uma sorte enorme porque são raras as pessoas que têm a sorte de ser speaker no seu próprio clube. E por isto,
CA – Ainda se lembra de quando foi convidado para ser speaker e o que sentiu?
FSG – Sim, eu falei com uma pessoa da SAD e disse-lhe que gostava bastante e passado um semana recebi a resposta através do Presidente da SAD, Rui Pedro Soares que me disse que a aposta dele em jovens também se alargaria para as funções de speaker. E foi um orgulho e uma alegria enorme, porque senti que o meu sonho se tinha tornado realidade e é um orgulho enorme ser speaker do Grande Belenenses.
CA – Desde esse dia e até agora, quais os momentos que lhe deram mais alegria, o que tem sentido como speaker do Belenenses, quais foram as suas alegrias e como vive a sua função?
FSG – Às vezes vivo mais do que aquilo que devia, já apanhei multas como sabem porque mais do que speaker eu sou Belenenses e é muito complicado conter-me e às vezes dá vontade de chamar nomes ao árbitro ou de discordar de algumas decisões, mas tenho que fazer o meu trabalho, estou muito contente, vivo com muita presença, tenho uma presença escrupulosa e chego duas horas antes do jogo para tratar de algumas coisas burocráticas e para tratar de algumas coisas com a SAD, para saber os avisos que têm que ser feitos e aproveito para ver como está o relvado, falo com os jogadores e no final do jogo faço questão de ir ao balneário dar os parabéns aos jogadores, independentemente de ganharem ou perderem, acho que é importante porque no estádio, os adeptos têm o direito de assobiar e os jogadores podem sentir-se menos apoiados nessas alturas e é aí que eu acho que eu entro, vou ter com eles e dou-lhes os parabéns. Tenho uma relação muito aberta com os jogadores, sou bastante amigo de todos eles e posso dizer que o grupo está muito unido, muito unido mesmo (e não estou a dizer isto só para os que vão ler este artigo gostarem do que estou a dizer) à semelhança do que aconteceu há duas épocas quando subimos de divisão, estão com uma vontade de vencer tremenda, muito concentrados antes dos jogos, portanto há uma grande união e uma grande vontade de vencer e isto para mim é o Belenenses e dou-lhes os parabéns por isso.
CA – Temos visto que tem feito um excelente trabalho e temos constatado muitas criticas positivas, mas nós sabemos que é sempre dificil devido a questões pessoais estar sempre presente por mais que queiramos. Como é que vive/sente esses momentos em que não podes estar presente?
FSG – Agradeço por fazer essa pergunta porque também gostava de esclarecer a todos os Belenenses que acima de tudo sou estudante e essa é a minha função, a minha “profissão”, não recebo nada por ser speaker, é um trabalho que eu faço de livre vontade e por amor ao clube, a minha prioridade independentemente do amor ao clube é ser estudante, porque isso é que vai fazer a minha vida e “luto” sempre por estudar conforme o jogo, ou seja estabeleço prioridades, faço um plano de estudo para à hora do jogo ter esse tempo livre, mas às vezes não é possível, porque há uma maior “carga” de testes e como é óbvio fico muito triste quando não vou aos jogos, mas sigo sempre o relato; mas tenho que estabelecer prioridades e como às vezes há pessoas que faltam ao estádio por causa do trabalho eu falto por causa dos estudos, mas é muito pontual, raramente eu falho e posso garantir aos Belenenses que segunda-feira, frente ao Boavista, lá estarei eu a 110%, contra o Boavista. E tenho a certeza que vamos acabar lá para cima esta época, vai ser muito complicada como o Lito disse, mas cabe-nos a nós estar lá sempre e apelo a todos os Belenenses para tal como eu não desistirem. Quando o Belenenses estava na 2.ª Liga quase a descer, naquela época muito conturbada, “fui a todas”, os bons adeptos são aqueles que “vão a todas”, não são aqueles que vão só quando há um jogo interessante e que querem ver como é que é, ser Belenenses é estar lá sempre, para toda a história do clube, porque os adeptos fazem história e a história do Belenenses faz-se com os adeptos, são inseparáveis, por isso, apelo aos Belenenses para que, tal como eu, não faltarem ao estádio porque o clube precisa e os jogadores precisam de nós para fazer história.
CA – Qual é o seu sonho como speaker, ou seja que jogo é que mais anseia ver, o que é que mais gostava de ver enquantospeaker?
FSG – Antes demais estar num jogo onde se vai decidir o Campeonato Nacional e poder “meter”, porque sou obrigado, a musica da Liga do Campeões, sei que um dia havemos de conseguir, tenho a certeza que um dia havemos de alcançar isso e nessa altura, talvez feche o meu ciclo como speaker; quando colocar o meu dedo no botão “play” e tocar a música da Liga dos Campeões e olhar cá para baixo e vir os meus jogadores alinhados com o símbolo da Liga dos Campeões no braço esquerdo e com a Cruz de Cristo ao peito.