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Filipa Silva: Um diamante por lapidar

Filipa Silva: Um diamante por lapidar

Filipa Alexandra Silva, 28 anos, esquerdina como não há muitas! Pontapé canhão, como foi sempre apelidada. Sem receio de rematar à baliza como nos confidenciou numa entrevista no estádio do Restelo, a primeira da sua carreira. A timidez é uma característica mas apenas fora do campo porque dentro das quatro linhas, a timidez fica no balneário.

Veio para o nosso clube com objectivos bem claros: subir para a 1.ª divisão, vencer a taça de Portugal e regressar à Seleção Nacional. Mas existe aqui também um objetivo proposto pelo treinador- adjunto do clube e que a Filipa nos confidenciou ser atingível- 30 golos numa época.

Pode dizer-se que nasceu com a bola colada no pé esquerdo e que só se descolava quando voava para a baliza adversária. O passado como garota foi de crescer como gente grande: aprender como se vive com pouco e com muitos. Agora vive do exemplo do que aprendeu e diz que se algum dia for para um clube estrangeiro, o modo de vida vai ser o mesmo. Faltava ás aulas para jogar à bola como qualquer um de nós, mas a diferença é o pé esquerdo!

O primeiro clube foi o Verguense situado no Alto de São João em Lisboa. Com 16 anos de idade já jogava na equipa sénior do Odivelas em futebol de onze mas como a energia e a ânsia de jogar eram tantas que jogava também na equipa de futebol de 7. Com 19 anos de idade foi para o Ponte de Frielas e apenas jogou uma época. Durante duas temporadas representou o Beira Mar de Almada, e durante o mesmo tempo, representou o Futebol Benfica (Fófó). Nesta conversa Filipa também nos confidenciou que gostou muito das duas épocas que passou no clube anterior mas que no final da temporada não foi do seu agrado ficar como suplente ainda por cima numa fase em que a equipa estava a lutar para conquistar a Taça de Portugal. Esta fase da sua carreira foi determinante para a mudança de clube e a escolha do Belenenses foi, a seu ver, a escolha acertada com o salto para a primeira divisão e novamente possibilidade de ingressar a Seleção Nacional.

Filipa foi ver a final da Champions feminina no estádio onde vai agora jogar. Diz-nos que “o futebol feminino “deu um salto” de espetadores com a Final a realizar-se no nosso país” e “houve mais jogadoras a inscreverem-se”. Contudo, também acredita que são poucas as que chegam a profissionais e aos grandes palcos do futebol feminino. Quando questionada sobre o que sente a jogar no relvado no estádio do Restelo a resposta foi um “sorriso de orelha a orelha”, um sonho que se pode tornar realidade.

Falou sobre a diferença do futebol feminino para o masculino: “Existe mais respeito! Quando alguma jogadora sofre uma falta mais dura, sabemos ir pedir desculpa enquanto que no futebol masculino são capazes de virar as costas e continuar a jogar como se nada fosse” e continuou “apesar de ser um grupo de mulheres e de não ser fácil ,por vezes, de lidar umas com as outras sabemos trabalhar melhor em grupo e o espírito de entreajuda é grande”.

Todos nós temos ídolos e a Filipa não foge à regra: Nani, Cristiano Ronaldo e Fredy: “ Gosto de ver o Fredy a jogar e da maneira como controla a bola e como remata”.

Quando fizemos a pesquisa para a condução desta conversa constatámos que a atleta tem ainda poucas internacionalizações e nos escalões Sub 18 e Sub 19 apenas participou num estágio para a selecção nacional em que não chegou a ser selecionada: “Agora que estou no Belenenses é mais fácil de chegar á Seleção!”

A época de futebol feminino começa no dia 18 de agosto e muito provavelmente o campo n.º 2 já estará pronto para receber as nossas atletas nos treinos. Durante grande parte desta conversa o nervoso da nossa atleta era visível e a ânsia de jogar é tal que não parava de olhar para o campo onde treinam agora grande parte das equipas. Já têm um torneio agendado para o dia 13 de Setembro, em Castro Verde que inicia ás 9h00 e dura até ao final do dia. Estamos todos convidados!

Aproveitamos também para deixar uma palavra de agradecimento à Filipa. A sua presença no clube já tem significado. Está habituada a liderar, dentro e fora do campo: apesar do seu nervosismo a bola já está no pé esquerdo pronta a ser rematada em qualquer lado do campo. A próxima conversa fica agendada quando atingir os 30 golos propostos pelo treinador adjunto. Aqui, o que solicitamos é que todos os sócios e adeptos do nosso clube, vão ver e apoiar os jogos da nossa equipa de futebol feminino. Elas merecem!

Bruno Sousa

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