Terminou a 4ª edição do Porto Queer que este ano contou com um cartaz cujos filmes abordavam temas diversos, desde questões relacionadas com a comunidade LGBT até outros temas sociais. Foram ainda conhecidos os vencedores dos prémios de Melhor Filme da Competição Oficial e Melhor Curta-Metragem de Escola da Competição In My Shorts e qual o filme escolhido pelo público.
Diversas pessoas marcaram presença no festival de cinema queer, desde membros da comunidade LGBT, até simpatizantes do movimento. No primeiro dia, o evento abriu com um pequeno cocktail no qual o bom ambiente de convívio era evidente.
O evento abriu com “Bixa Travesty”, um documentário focado na história de vida de Linn da Quebrada, uma das figuras da cultura queer do Brasil. Realizado por Cláudia Priscilla e Kiko Goifman, esta produção apresenta um lado pessoal e irreverente de Linn, cujo carácter ousado a torna numa figura sem dúvida marcante.
O grande vencedor da edição deste ano foi Soldiers. Story from Ferentari, cuja história conta como Adi, um jovem antropólogo que deseja escrever um estudo sobre a música manele, e Alberto, cigano e ex-presidiário, iniciam uma relação inesperada. Contudo, o caráter de Alberto começa a ser demasiado problemático para Adi, que ainda assim pretende tirar-se a si e ao seu amante da situação de pobreza em que se encontram. Em comunicado, o júri definiu o filme da seguinte forma:
“[É um] excelente filme que vem questionar a cisheteronormatividade romena que disciplina e controla corpos e desejos, causando sofrimento a quem ousa ser diferente. Numa perspectiva queer, o filme materializa-se no questionamento das demandas feitas a partir da construção da masculinidade, em outras palavras, chama a atenção para as normas que os criam.”
Durante o evento destacou-se ainda a presença do autor de culto Dennis Cooper que esteve na companhia de Zac Farley, para apresentar o filme corealizado por ambos, “Permanent Green Light”. A produção relata a história do jovem Roman que está fixo na ideia de se suicidar de uma forma “tão espetacular que apagará a sua morte”.
Após o anúncio dos vencedores a cerimónia de encerramento não desapontou com a exibição de “Shéhérazade”. Esta relata a história de um jovem de 17 anos, Zachary, que após sair da cadeia e se ver rejeitado pela própria mãe, vai morar com uma prostituta de nome Shéhérazade. Contudo, apesar de se apaixonar por ela, Zachary acaba por ter mais problemas devido a esses mesmos sentimentos algo que o leva novamente por uma espiral decadente.
Ao longo do evento, destacaram-se ainda outros espetáculos, nomeadamente no Maus Hábitos. Houve a performance Pussy. An ongoing performative research, de Liad Hussein Kantorowicz e #LOSMICRÓFONOS, de Jorge Dutor e Guillem Mont de Palol que encerraram definitvamente esta edição.
Lista completa de vencedores:
Melhor Filme: Soldiers. Story from Ferentari (Roménia, Sérvia, Bélgica, 2017, 119’), de Ivana Mladenovic
Menção Especial: The Rest I Make Up (EUA, 2018, 79’), de Michelle Memran
Prémio do Público: Dykes, Camera, Action! (EUA, 2018, 57’), de Caroline Berler
Competição In My Shorts
Melhor Curta-Metragem de Escola: Brthr (Portugal, Espanha, 2017, 8′), de Inma Veiga