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Festas de Lisboa’18: 1.º dia de exibição das Marchas na Altice Arena

Festas de Lisboa’18: 1.º dia de exibição das Marchas na Altice Arena

Chegou o momento dos bairros lisboetas mostrarem o resultado de meses de trabalho e preparação. Hoje, dia 1 de junho, é o 1.º dia de exibições das Marchas Populares na Altice Arena. Conheça as nove marchas que hoje se apresentam ao público, os seus temas e os padrinhos.

1.ª – Marcha Infantil “A Voz do Operário” (extra-concurso)

Tema: Crianças de Lisboa
Madrinha: Débora Monteiro
Padrinho: Rui Melo

«As crianças da Sociedade de Instrução e Beneficência A Voz do Operário regressam à Avenida para, pela 31ª vez, participar no desfile. No ano em que completa 30 anos de existência, a Marcha Infantil presta homenagem aos que habitualmente passam mais despercebidos: as coletividades de cultura, recreio e desporto, pelo trabalho, dedicação e grande coragem com que enfrentam as contrariedades do seu importante trabalho social. As Festas de Lisboa e as Marchas Populares são também homenageadas nesta marcha. Senhoras e Senhores: as Crianças de Lisboa!»

2.ª – Marcha dos Olivais

Tema: Do Arraial à Sardinha, É um Orgulho Ser Alfacinha
Madrinha: Isabel Angelino
Padrinho: Paulo Battista
Classificação 2017: 13.º lugar

«A Marcha dos Olivais vem, neste ano de 2018, exaltar o orgulho de ser alfacinha. Lisboa é hoje uma cidade visitada por turistas de todo o mundo que por ela se apaixonam. Quem tem a sorte de nos visitar no mês de junho encontra uma cidade em festa, com arraiais, perfume de manjerico, sardinhas e marchas populares. Por tudo isto no figurino, os nossos elementos masculinos apresentam-se vestidos de Sr. Arraial sendo os elementos femininos a rainha das festas populares, “a bela sardinha”. Nos arcos damos destaque à riqueza arquitetónica da cidade, usando os monumentos para escrever a palavra LISBOA – Torre de Belém (L), Elevador de Santa Justa (I), o (S) usando a Calçada Portuguesa, o Padrão dos Descobrimentos (B), a Rosa dos Ventos (O) e o majestoso Arco Triunfal da Rua Augusta (A). Nas letras afirmamos o orgulho de pertencer a esta cidade única. Somos alfacinhas, sim, com muito orgulho!!!»

3.ª – Marcha de Belém

Tema: Belém dos Navegantes, Lisboa dos Visitantes
Madrinha: Elia Gonzalez
Padrinho: Telmo Miranda
Classificação 2017: 17.º lugar (ex-aequo com a Marcha do Alto do Pina)

«Portugal, país de descobridores e Portugal, país a ser descoberto. Um país que deu novos mundos ao mundo e, agora, está a ser descoberto pelos novos países do mundo. É este o tema que a Marcha de Belém traz este ano às Marchas de Lisboa. Trazemos no figurino o contraste entre o moderno e o antigo, a diferença de quem vê e de quem quer ser visto: as corres garridas representam a emoção de quem visita a cidade de Lisboa e quem experiencia uma noite bairrista e fica sempre com vontade de mais; os tecidos de forma estruturada representam os robustos monumentos que desenham a cidade demonstrando a força do povo que construiu o charme, tão antigo como apetecível, da cidade de Vasco Santana. Contracenando, temos os tecidos de forma fluida, que representam a inovação alfacinha e toda a sua modernidade, que nada mais são do que o espelho de quem viveu a euforia em pleno (por exemplo, nos anos 80) e que agora reinventa uma cidade que descobriu o mundo. Isto é Belém dos navegantes. Isto é Lisboa dos visitantes. O olhar de uma cidade que se vê e quer ser vista.»

4.ª – Marcha de Alcântara

Tema: Num Arco-íris de Saudade, Alcântara Brilha no Tejo
Madrinha: Ana Sofia Cardoso
Padrinho: Pedro Granger
Classificação 2017: 4.º lugar

«A grandeza e a identidade de Lisboa deve-se muito às tradicionais embarcações que davam cor, vida e movimento ao vasto estuário que banha a cidade. As docas e o Tejo enchiam-se de velas enfunadas ao vento, cruzando as águas num vaivém de margem em margem, garantindo as cargas e descargas dos diversos produtos deixando atrás de si um rasto de cores. Dessas embarcações, destacamos o Varino ou “Barco de Bica”, que se distinguia da fragata pelo seu fundo baixo, sem quilha que lhe permitia navegar e atracar em águas pouco profundas. Sendo Alcântara um bairro ribeirinho, foi com naturalidade que se tornou “Mulher do Mar”. Varinas e fragateiros protagonizavam uma forma singular de transportar e descarregar mercadorias, com uma coreografia de movimentos rituais, gestuais e vocais, imortalizadas nas docas de Alcântara pelas pinturas de Almada Negreiros. Hoje em dia, as varinas e os fragateiros desapareceram, como desapareceram tantos outros profissionais de outras artes do Tejo. Gentes que fizeram do rio o seu modo de vida, gentes cujas vidas se confundem e foram marcadas pelas cadências do Tejo. Recordação, saudade, memória, cultura… é tudo o que resta de um rio cheio de história. Com o tema “Num Arco-Íris de Saudade, Alcântara Brilha no Tejo” lembramos essa azáfama, revivemos a cidade onde crescemos e ressuscitamos uma Alcântara que se evaporou no tempo, mas que tem uma capacidade de se renovar e de se reencontrar todos os dias homenageando o seu rio. “Lisboa não quereria outro rio, nem o Tejo poderia querer outra cidade onde desaguar”.»

5.ª – Marcha da Mouraria

Tema: Mouraria, a Tourada É o Teu Fado
Madrinha: Adriana Lua
Padrinho: Ricardo Velho
Classificação 2017: 10.º lugar

«Numa altura em que as nossas mais profundas tradições estão cada vez mais ameaçadas por ideias puritanas vindas do exterior e que começam a ter algum eco cá dentro, veio ao pensamento abordar este ano, uma faceta da nossa raiz cultural que é a ligação íntima que existe, desde longa data, entre o Fado e a Festa de Touros. No séc. XIX, por exemplo, o fado era cantado fora de portas, em tabernas de frequência duvidosa, depois das Esperas de Touros, e o povo confundia-se com a fidalguia, numa manifestação de convivência democrática. Exemplo perfeito desta simbiose, foi a ligação de D. Francisco de Paula de Portugal e Castro, 13.° Conde de Vimioso e exímio guitarrista a Maria Severa Onofriana, a célebre cantadeira, ainda hoje símbolo imortal do fado dessa época, (ambos filhos da Mouraria). Ao Conde de Vimioso poderemos atribuir a autoria moral do fado ter transposto as portas das tabernas e ter entrado nos salões aristocráticos, algo que, sem dúvida, o valorizou substancialmente, dando-lhe um estatuto social mais importante. Muitas eram as letras de fados que faziam alusão a festas de touros, desde os tempos do Rei D. Miguel, grande aficionado e igualmente amante da boémia, que ao tempo lhe estava associada. Por tudo isto, este ano a grande Marcha da Mouraria levará a Tourada É o Teu Fado”. As mulheres vestidas de sever aos ,t ecmoma:p “lMetoaumraerniate, em estilo livre e eles de toureiros. O arco teve como fonte de inspiração elementos do fado e da tourada, sendo o corpo central marcado por folhas e flores, envolvendo um touro, não esquecendo os candeeiros da cidade, que tão bem representam o fado. Numa Mouraria que prima por tradições, não esquecendo a modernidade, numa noite cheia de raça e gajé.»

6.ª – Marcha da Bica

Tema: Por Ti Marcho e Sou Feliz, Minha Bica, Meu Fado
Madrinha: Soraia Tavares
Padrinho: Tiago Torres da Silva
Classificação 2017: 5.º lugar (Melhor Letra)

«Aqui na Bica, grita-se Fado. Aqui, a cultura tem lugar. Bairro de gente fadista, a nossa Bica é a alegria que se sobrepõe à tristeza fadista, porque nesta festa não tem lugar senão quem alegre vem para ela. E assim, alegres, criámos o nosso tema, que nos invade o coração com o orgulho bicaense, evocando as memórias que por direito nos ligam ao Fado. E quem melhor para isso, do que o nosso Fernando Farinha “O Miúdo da Bica”, como era por todos conhecido. Homenageamos este ícone lisboeta, retratando Fernando Farinha desde os tempos da sua infância, passando pelas histórias mais conhecidas: a vida boémia colocou-lhe no caminho a “espanhola”, famoso namorico que serve de inspiração ao figurino. Mas não nos esquecemos do famoso “Elevador da Bica”, que inspira a nossa cenografia. Vamos lá ouvir a guitarra a trinar, xailes a abanar e as vozes afinadas, trazendo a Lisboa o mais típico que ela tem, para que todos se sintam em casa nesta noite de folia popular. E será em cada peito que se sentirá este bairrismo e juntos gritaremos… Por ti marcho e sou feliz, minha Bica, meu Fado.»

7.ª – Marcha do Lumiar

Tema: Lumiar em Azulejo – Peça do Mosaico que É Lisboa
Madrinha: Alexandra
Padrinho: Paulo Matos
Classificação 2017: Não participou

«Desde a antiguidade, o azulejo tem sido, para além de funcional, um elemento ímpar de expressão artística. Herança da cultura árabe (az-zulaich), o azulejo, especialmente a partir do séc. XVI, desempenha um papel de relevo na arquitetura portuguesa, com particular incidência na nossa cidade de Lisboa. Apesar de, no início, estar mais presente na arquitetura religiosa, bem como nas quintas e palacetes, paulatinamente começou a aparecer nos mais diversos espaços, sejam eles públicos ou privados, sumptuosos ou modestos. Sendo um território no qual, desde tempos remotos, conviveram a nobreza (nas suas quintas e palácios de veraneio), o clero (nas diversas igrejas, conventos e ermidas ali instalados), e o povo (que nas suas habitações, por modestas que fossem, não dispensava um painel representando uma divindade que oferecesse proteção àquele lar), o Lumiar é titular de um riquíssimo património azulejar, que apesar das inúmeras vicissitudes urbanísticas foi sendo possível conservar e registar. Evidencia-se, nesta matéria, a conceção estética da Quinta dos Azulejos, no Paço do Lumiar e, no domínio religioso, as igrejas de S. João Baptista, de N.ª Sr.ª do Carmo e a Ermida de S. Sebastião. Mais recentemente, o Mercado Municipal e as 4 estações de metropolitano no Lumiar representam novas apostas na utilização deste elemento decorativo, que continua a marcar a arquitetura contemporânea e assim a vivência daqueles que interagem com o território. A Marcha do Lumiar 2018 irá retratar esse elemento, numa fantasia alegre, dinâmica e plena de cor, para dar a conhecer aquilo que de melhor esta zona da cidade tem para oferecer: o seu património, a sua gente e a sua alegria de viver. E tudo isto integrado num mosaico extraordinário que é a cidade de Lisboa.»

8.ª – Marcha de Carnide

Tema: A Canção de Carnide a Cores
Madrinha: Sylvie Dias
Padrinho: Rui Neto
Classificação 2017: 6.º lugar (Melhor Cenografia)

«A Marcha de Carnide dá cor a Vasco Santo, Beatriz Costa e ao filme “A Canção de Lisboa”. Partindo do tema proposto para a Grande Marcha 2018, inspirados pelo sem fim de padrões, texturas e elementos de vestuário do filme de Cottinelli Telmo, imaginámos o filme a cores e utilizámos todos estes elementos para o figurino e cenografia.»

9.ª – Marcha do Alto do Pina

Tema: Alto do Pina, Catraia de Lisboa
Madrinha: Olívia Ortiz
Padrinho: Flávio Furtado
Classificação 2017: 17.º lugar (ex-aequo com a Marcha de Belém)

«Há mais de um século, o lugar do Alto do Pina tinha o encanto das regiões rurais, com extensos campos de trigo, olivais e lameiros. Para muitos a colina mais bela de Lisboa, a sua relação com o Tejo sempre foi sua pertença. Nas suas margens, os catraios desembarcavam o pescado de rio e de mar. Os homens amanhavam o pescado de uma jornada rija, trabalho para sustento da sua família. As varinas, com o seu arrojo, apregoavam peixe fresco, num corrupio de lugares pitorescos e modestos cheios de tradição. Por entre amanhos e pregões, a varina e o peixeiro enamoram no catraio à beira-Tejo contando o nascer do sol que espreita e rompe a madrugada. Pelo Santo António preparam-se arraiais e dotes dos namorados, que ora irão casar. Em honra da Nossa Senhora, enfeitam-se varinos, catraios e faluas, procissão de devotos no Tejo. É este imaginário alfacinha de gentes de colina e beira-rio, das vendedeiras varinas, mulheres de coragem e sem espartilhos, dos peixeiros e da devoção religiosa que pretendemos caracterizar. A Lisboa que ainda hoje nos fascina, cidade de rio e colina, onde o Alto do Pina é uma catraia de um Tejo que nos enamora!»

Ilustração: Rui Sousa

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