Já reparou que dentro de uma instituição de saúde existem fardas de diferentes cores? E sabe porque assim é?
Poderá pensar que é para que se distingam médicos de enfermeiros e estes de auxiliares. Se assim pensou está correto, mas só parcialmente. A existência deste tipo de fardamento é importante na distinção entre pessoal médico e não médico, mas não se fica por aí.
Venha connosco descobrir porque é que as fardas e uniformes de saúde são tão importantes para esta área.
Importância do uso de Fardas e Uniformes na área da Saúde
Há um nome incontornável em toda a história das fardas e uniformes na área da Saúde: Florence Nightingale, enfermeira e fundadora da enfermagem moderna que, durante a Guerra da Crimeia (1853-1856) foi a primeira a defender a importância da higiene no tratamento dos feridos de guerra.
Aos longos vestidos que as enfermeiras até então usavam, Florence acrescentou um avental para uma melhor proteção do pessoal de enfermagem e melhorou a limpeza e ventilação dos espaços onde os feridos estavam deitados, o que acabou por resultar numa diminuição das casualidades.
De Florence até aos nossos dias, muita coisa mudou no fardamento em saúde, mas permitam-nos um aparte para explicar o porquê da cor branca ser muito utilizada na Saúde.
Se já está a pensar em que é sinónimo de limpeza, isso é verdade, mas essa associação só começou a ser efetuada no séc. XIX quando se começaram a realizar as primeiras cirurgias porque até então os médicos vestiam de preto.
De notar que, em 1940, os uniformes brancos começaram a ser usados nas salas de cirurgia, mas percebeu-se que o excesso da cor branca junto com as luzes da sala de cirurgia, causavam tensão ocular nos médicos passando-se a adotar os bem conhecidos scrubs/pijamas cirúrgicos de cor verde-claro ou azul-claro cuja função continua a ser o de proteger os cirurgiões e auxiliares de agentes infeciosos.
O branco começou por ser utilizado no tempo de Hipócrates (séc. V e VI) de forma generalizada e equitativa entre médicos, enfermeiras e pacientes para não se fizesse diferença entre eles e devido ao tempo muito quente que normalmente se faz sentir na Grécia.
Dizíamos, quando fizemos este desvio para falarmos do uso de fardamento branco na Saúde, que muita coisa mudou de Florence até aos nossos dias. Olhe-se para a I Guerra Mundial que contribuiu para a identificação do pessoal médico por uma cruz vermelha ou para a “queda” dos pesados e desajustados fardamentos no final dos anos 60 e início dos anos 70 aproveitando a revolução cultural que se processou no mundo ocidental.
Que conclusões podemos retirar desta pequena síntese histórica?
Em primeiro lugar que o fardamento servia como forma de identificação do pessoal médico. A utilização de uma cor uniforme distinguia, o que numa situação de guerra fazia toda a diferença na salvaguarda da vida de quem estava no campo de batalha para tratar os feridos.
Fazendo correr a areia na ampulheta do tempo até aquilo que se passa hoje no Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), na cidade do Porto, vemos que a adoção de um fardamento uniforme serve não só uma questão de identificação dos vários profissionais da instituição (cor azul na farda dos enfermeiros; a cor verde escuro na dos médicos; a cor mostarda para os assistentes operacionais; e a cor bordeaux para os técnicos),mas também como veículo de perceção dos seus valores, da sua atividade e do seu profissionalismo e como uniformização da marca CHUSJ.
O vestuário profissional em âmbito hospitalar (fardamento), que era considerado um bem menor, representa um assim um cartão-de-visita de uma instituição. O fardamento comunica e, desta forma, é visto como um meio de comunicação.
Em segundo lugar, as fardas e os uniformes tiveram, com Florence Nightingale, o impulso decisivo enquanto equipamento de proteção individual, aquilo a que hoje chamaríamos EPI pois o acrescento do avental e, posteriormente, das luvas e máscaras de proteção vieram proteger o pessoal de Saúde e os pacientes de infeções, conferindo uma maior limpeza ao ato clínico.
Existem ainda a dimensão prática que a segunda metade do séc. XX veio simplificar com a adoção de fardas mais leves e ergonómicas que deu as profissionais de saúde uma maior desenvoltura no exercício das suas funções e a questão da credibilidade perante os utentes que anda de mãos dadas com a identidade visual como vimos no exemplo do Hospital de São João no Porto.
Em suma, a evolução do estilo deste tipo de vestuário profissional tornou-o mais simples e prático, exigindo da indústria têxtil a sofisticação dos materiais e soluções técnicas e inovadoras no que diz respeito às propriedades antibacterianas, repelentes e ergonómicas.
É exatamente esta evolução que empresas como a DAUTI, especialista no desenvolvimento e produção de vestuário profissional e EPI (equipamento de proteção individual), tem estado a fornecer às instituições de saúde do nosso país através da sua vasta oferta de soluções em fardas e uniformes de saúde feitos com os materiais mais inovadores do mercado.