Parte 2:
CA – Um dia veio escrito no jornal uma frase que proferiste que era a seguinte: “sou doente pelo Belenenses”. Como é que explicas isto? De que forma é que sentes tudo isto?
Miguel Rosa – Eu não disse bem isso, disse que gostava muito do Belenenses e que estava muito grato ao clube e eles puseram isso. Desde que eu vim cá, o primeiro dia em que vi isto cá dentro, vi as condições, tudo isso me entusiasmou. Depois, a ligação que tive com os adeptos, o facto da direcção gostar de mim, fez com que me apaixonasse muito rápido por este clube.
CA – Sabemos que não és do Belenenses desde que nasceste, mas agora sentes que és totalmente do Belenenses?
Miguel Rosa – Sou totalmente do Belenenses. Sem dúvida.
CA – Que importância teve o clube no teu percurso? Sem isso achas que estarias no nível onde te encontras?
Miguel Rosa – Muita importância. Quando eu cheguei aqui, na Segunda Liga, fui logo o melhor jogador do campeonato. Fiquei mais reconhecido a partir desse dia. Devo mesmo muito ao Belenenses.
CA – Sentes o carinho e o apreço que os adeptos têm por ti? De que forma é que o sentes?
Miguel Rosa – Sinto muito o carinho dos adeptos. Vê-se nos jogos, quando o meu nome é chamado, quando toco na bola, tudo isso. Eu sinto uma enorme alegria de estar lá dentro e ser elogiado pelos nossos adeptos. É um grande motivo de orgulho.
CA – Todos os jogadores que passam por cá dizem que o Belenenses é um clube único, distinto. É também a tua opinião? Em que aspectos é que isso se verifica?
Miguel Rosa – Neste momento, em que estou cá, sinto que é um clube único. Quer pela mística, quer pela história do clube, quer pelos adeptos.
CA – Sentes o peso de seres um dos jogadores com mais anos de casa? Que responsabilidade é que isso te dá?
Miguel Rosa – Não sinto esse peso. O peso que sinto é que tenho de dar o máximo nos jogos, correr sempre os 90 minutos e dar tudo pelo clube. O clube deu tudo por mim e eu tenho que dar tudo pelo clube. Sinto-me em dívida com o Belenenses.
CA – Em Barcelos estavas tão ou mais eufórico que os próprios adeptos, notava-se que era genuíno. Como viveste todo esse dia e emoção?
Miguel Rosa – Só pensava na Liga Europa, na festa, em festejar com os meus companheiros. Este ano foi muito stressante, esgotante, no final esta festa foi mais do que merecida e mais do que justa. Apenas quando o jogo acabou é que conseguimos respirar de alívio. Só temos que agradecer a todos o apoio e carinho que nos deram e objectivo foi concretizado.
CA – Por falar em emoções, gostavas de ter presenciado a época fantástica da subida e toda a alegria sentida? Também tu a sentiste?
Miguel Rosa – Senti, mesmo não fazendo parte do Belenenses nessa altura. Além do mais, fiquei muito feliz porque sabia que se o Belenenses subisse ia fazer tudo para que eu viesse para cá e era o que queria.
CA – Não gostavas de te tornar no jogador com mais jogos de cruz de cristo ao peito, passando assim a ser uma referência em tão grandioso clube?
Miguel Rosa – Sinceramente já pensei nisso e gostava de ser uma referência. Sabendo que o Belenenses tem muitas, mas nunca se sabe. Um dia gostava de ser uma referência neste clube.
CA – Pensas em acabar a carreira aqui?
Miguel Rosa – É assim, eu quero ficar aqui muito muito tempo. Já o disse ao presidente e o presidente também quer que eu fique cá. Quem sabe se não é para o resto da minha carreira. Não depende só de mim, depende do Belenenses, da sua direcção e de outros aspectos, mas tudo é possível.
CA – Para tal acontecer tens de saber o hino de cor. Sabes? (risos)
Miguel Rosa – Não, não. Mas vou aprender!
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